sexta-feira, agosto 12, 2011

Fingimos, amamos

Não sei bem como se chama
Sei apenas que completa
Deixa os pés sobre as nuvens
Faz voar sobre ela
Sentir-nos elevados
Com sol e breu estrelado
Sob o sol, olhe ao lado
E elevados, voarmos
Sem qualquer espécie de medo
Além de voar tão alto
Ninguém domina seu segredo

Mistérios que não se revelam
Convivemos sem muito entender
Solitários e amantes esperam
Procuram compreender
Cada artimanha do sentimento
Que nos prendem a outro alguém
Não apenas por momento
Um transcendente envolvimento
Que a tua presença faz tão bem
Pode tornar-me outra pessoa
Bem capaz de ir além
De tudo que o consciente nos pesa
Que o coração não lesa
Pois tira todo o senso
Do que é nuvem ou chão
Asfalto, pedra, algodão
Impulso, razão
Do que tem ou não cabimento
No ridículo ato de amar
E  de mostrar esse amor
O quanto podemos jurar
O quanto podemos mudar
O quanto realizamos
Dessas juras fáceis

Feitas num mísero instante
Se nos deixamos levar
Se permitir repensar
O que é mais importante

Entender o que sentimos
Ou como reagimos
Quando nos permitimos
Sermos quem somos
Não omitimos
Não fingimos, não fugimos
Sim, amamos.

O que se diz liberdade

"Como é bom ter a liberdade...
De sonhá-la em sua plenitude"
Sempre preso à saudade
a eternidade nos ilude

Vivendo em eterna procura
Por relações infindáveis
Não percebemos a hora que passa
Perdemos segundos intermináveis

Que vagueiam como som no ar
A voz não traz repetição
Mas tem poder de ressoar
Fonema, pausa, respiração

Livre mesmo é o pensamento
Tem consciência qual juiz
Pune em dor e sofrimento
Tal o seu consentimento
A liberdade é quem a diz


Bonita tristeza

Cruel covardia
Em mim tão presente
A real oponente
Do prazer da alegria

A apatia covarde
Que se opõe ao sorriso
É o inverso preciso
da felicidade

Há quem veja a tristeza
Sentimento rival
Há outro tão forte o qual
Não me deixa incerteza

Incapaz de vibrar como a alegria
Que esbanja sinais, reações
Tão indiferente melancolia
Bonita em versos e emoções