quinta-feira, abril 28, 2016

Frustração nada política

O que mata os debates políticos são as extremas imbecilidades de ambos. A mina defecando na foto do Bolsonaro, o povo atacando o Chico Buarque, o pessoal que acha que defender a democracia é travar rodovia, os que chamam os outros de petistas/comunistas ou ofendem porque não permitem que a pessoa seja contra a saída da Dilma, independente de partido. O discurso favorável à ditadura e representantes dela ou o perfil do militante de muitos desses grupos, que, em nada, ajudam a credibilidade de uma luta ou ideal. SÃO TANTOS EXEMPLOS.
O baita ator Zé de Abreu ser insultado por ter definido uma posição; e, ridiculamente bizarro nesse contexto, ele ter cuspido. O Cuspe antes do Jean era só um cuspe, uma falta de educação. Parece que virou um ato do lado vermelho da briga, ganhou simbologia. Se ele tivesse discutido e brigado de soco talvez não impusesse ao ator tamanha repugnância de muita gente. Talvez, entenderiam como uma reação às ofensas contra ele e família que qualquer pessoa insultada poderia ter.
Aqui na rede então, nem se fala. Ridículos os comportamentos. Qualquer analogia que se compare aos atos de grandes monstros da história são enojantes. Deprimentes as decepções que amigos nos causam com seus extremismos. Mas, amigos são amigos. Muitos nos completam e combinamos em determinadas situações. Tenho amigos roqueiros que não vão nos meus rolês de samba. Tenho amigos que curtem futebol e pros momentos "de bola", eles são os ideais, mesmo não vestindo o mesmo colete quando jogamos, nem as mesmas camisas quando torcemos. Não precisa desfazer amizade com ninguém por seguir/gostar de A ou B. Você pode simplesmente ocultar algumas publicações dessas pessoas. Eu debato com vários, me surpreendo com alguns, me decepciono com outros, mas, se você quer realmente democracia, seja coerente: aceite-a. Dê sua opinião, divirja, discuta e brinde tudo isso com um aperto de mão ou um abraço no final. Isso é apoiar a democracia de verdade. Não é impor a sua.

terça-feira, abril 26, 2016

Cela aberta, verso preso

Em meio ao confronto nacional
Encontro-me calado
Não por omissão
Mas, essa é a sensação

São tantos versos presos
Cela aberta e com janela
Não consegue dar fuga
Não renega a luta

Alheio ao momento treta
Segue tampada a caneta
Ouço dizer que vamos vencer
Vamos quem? Vencer seria o quê?

Podemos até ir pra frente
Chegamos à bifurcação
Fomos pela via coerente
Ou pela via da emoção?

Ambas têm sentido
Ambas visam o norte
Diz-se do outro ser perdido
Diz de si ser o mais forte

Não há absolutas razões
Também os versos não os são
Absolutas são as reações
Não percebem onde estão

No meio do vendaval, entra no espiral
Voa descontrolado, encarcerado
Está sujeito ao vento, sem discernimento
Do que é (ou não) gente, do que venha a bater de frente.

quarta-feira, abril 13, 2016

Dia do Beijo

Ao saber do dia do beijo
Fui ao acervo buscar poemas
Entre tantos temas,
Apenas dois achei

Ambos sobre desejo e frustrado
De um beijo não conquistado
Por que nunca me atentei
Para poetizar esse momento?

Não por falta de beijos, pensei
Talvez por esquecimento? Não sei...
Por beijos aprisionados?
Ou por arrependimento?

E beijo é poesia pura,
No mais doce amor
Ou intensa loucura

É uma troca, sem favor
Intersecção de gostos

O beijo é arte com sabor