quarta-feira, agosto 14, 2013

Vídeo - Campanha

Segue mais um trabalhinho feito com a Mistura Criação. Já tem alguns meses que gravei, mas gostei demais do resultado. Espero que gostem também.




quarta-feira, agosto 07, 2013

Mudança (3ª parte - final)

Voltando ao burro, ou melhor ao trabalho de um burro de carga que é mudança, lembre-se que tudo isso ainda foi feito com muita garra e empenho já que a esperança de uma vida nova chega junto e um monte de outras questões sentimentalistas envolvidas nesse ínterim.

Agora, lembre-se da montagem dos móveis. Nesse caso tem sempre um Mané Fuinha ou Tião da loja tal que monta por fora também. Ao contrário do caminhoneiro, nesses casos, aceite indicações de pessoas com nome e apelido subsequente. Fica a dica: evite pessoas com nomes antigos, que agora me fogem à memória, mas com esforço, você aí conhece algum Seu Sei Lá o Quê que mexe com isso há muitos anos A experiência longínqua, nesse caso, nem sempre é um facilitador. Por quê?

Esse senhorzinho já mexe com móveis há tanto tempo que nem sempre está acostumado com a modernidade e fragilidade dos utilizados hoje em dia. sabe aquele parafuso emperrado? Ele já usa a outra ponta de ferro do martelo e arranca na raça e, claro, arrebentando a sua rosca, ou melhor, a do móvel criada para aquele parafuso daquele tamanho. E junto com a brutalidade do montador, geralmente vem um comentário saudosista: "- Esses móveis de hoje não valem nada. Parafuso emperra, empena tudo". Ele até não está totalmente errado, no entanto, o comentário reclamão vem em tom até de desprezo àquele móvel que você dividiu em pelo menos umas três vezes pra pagar. Fica chato, mas voltemos ao senhorzinho... Então, pense bem se o montador não terá o nome contemporâneo a um amigo de seu avô. Seu móvel precisará de novos furos e roscas. E certamente, não suportará nova mudança.

Mas, escolhido o tiozinho pra montar, agora é só relaxar pois já está tudo encaminhado... Quase... Ainda falta providenciar cópias das chaves, tirar os copos do jornal e guardar tudo no lugar. Nessas horas, o que até então se parecia engraçado, ganha um tom de melancolia, pois é chato demais arrumar tudo. E põe chato nisso. Mas, mudança é assim. E agora, resta apenas torcer para que as palavrinhas Vamos Mudar demorem a entrar novamente.


Escreverei outros causos e detalhes destes nas próximas postagens. Se quiser sugerir uma situação, comente aí!

segunda-feira, agosto 05, 2013

Mudança (2ª parte)

Se você sobreviveu à primeira etapa da viagem, que é ensacar tudo, carregar o caminhão e se equilibrar sobre ele e sob os móveis, parabéns. Uma parte da missão cumprida. Tenho certeza absoluta que alguma coisinha estragou. Seja aquele parafusinho de madeira da estante ou a perda de alguns preguinhos e parafusos. Com certeza, daqueles mais esdrúxulos e complicados de encontrar a chave adequada ou de parafusar mesmo para remontar aquele guarda roupas que desmontou. Mas, esses estraguinhos são normais. Mas, estragados mesmo ficamos nós após um dia de mudança. É inevitável erguer uma máquina de lavar sem correr aquela água que fica escondida, sabe Deus onde, na sua roupa. E geralmente, na frente da calça, parecendo que você está mijado. E mais clichê e desagradável que isso, é aquele sorrisinho de alguém que participa da missão mudança e fala qualquer brincadeirinha como: 'não aguentou segurar?', 'fez nas calças?'. Por favor, né?! Mala isso!

Enfim, depois de transportada a mudança, aquele 'tanto' de caixa, aquele 'tanto de coisa', hora de descarregar. Sabe aquele vidro ou aquele espelho que falei? Chegou inteiro. Cuidado. Nessa hora derradeira, você fica tranquilo porque aguentou a viagem e relaxa.

Um grito! "- Olha o vidro (espelho)! Vai cair! E de repente, aquele som desagradável dos estilhaços. E junto, a lamentação mais clichê impossível. "Nossa, aguentou a viagem e foi quebrar logo aqui, já chegando." Se você é o dono do espelho, dá vontade de matar, não dá? Mas, geralmente nessa hora quem te ajuda nas mudanças são seus amigos, você releva, mas fica uma pontinha de rancor. Não negue. Logo passa, mas, na hora... E outra coisa, quer saber se seus amigos gostam de você de verdade? Chamem-nos para ajudar numa mudança. Aí sim, você verá. Porque, desculpem-me os profissionais do ramo, mas ô trabalhinho de corno que é (como dizem) puxar mudança. Cansa pra cacete e ai se quebrar um copo. Já fode todo o trabalho bem feito no resto. Parabéns a quem atua no ramo mesmo e segura a bronca de ser ... ... bem, como chama o profissional que faz mudança? Carregador? Acho que o cara tem que ter um algo mais pelo cuidado necessário à função. Boa pergunta: como chama o profissional que só faz mudança? Assim como eu não sei o nome da fita grossa marrom de embalar caixa, segue mais este dilema.

Mudança descarregando. Depois do estilhaço seja de um copo ou do raio que for, agora é hora de organizar as coisas na nova casa. A esperança de um novo lar, de tudo novo fortalece, mas, na hora da ida, nosso cacareco filter é nível 1. Quando chega na nova casa, passamos para o hard premium. Mas, mesmo assim, ainda passa aquela bugiganga que tem um valor sentimental. Veio da bisa, para a vó, a mãe, e hoje, você ostenta uma linda galinha pra por em cima da geladeira ou qualquer tranqueirinha similar, mas, vai, passa, ok. Afinal, sentimentos não se explicam, mesmo que por uma caneca velha de uma oktoberfest de 92. Sei lá se teve esse ano, mas, veio a ideia da caneca. Vistas grossas à nossa inspeção doméstica, passadas as 'traia toda', é hora de reconstruir a casa. Reconstruir não. Remontar, igual casinha de boneca. 

Está aí um problema. Casa de bonecas, geralmente, quem brinca são meninas, ou seja, quem vai montar a disposição das coisas na sua casa? Você, bonitão, que acha que é o homem da casa? Não. Não será você quem comanda. Você nessa hora vira o carregador braçal mais poderoso que existe. Aguentar uma mudança de móveis em casa já é tenso. Demais. Eis que sua companheira sugere: '- coloque o sofá nesse canto. Empurra aí.' E se você é dos mais antiguinhos como este que vos escreve, a TV é daquelas pesadonas. Daquele jeito. E ergue e volta. '- Não ficou bom ali. Leva lá.' É nessas horas que vem a pergunta na mente (e fica só lá mesmo): Onde eu fui amarrar meu burro?

Lembrando um comercial de biscoito que 'tal marca vende mais porque é fresquinho. Ou é fresquinho porque vende mais?' A pergunta não é onde você foi amarrar seu burro, e sim, uma afirmativa: Você foi amarrado porque é burro e considere também que até o burro precisa de controle. Sendo assim, você foi o burro amarrado. Te amarraram. Mas, burrices à parte (nem tanto) já que mudança gera trabalho igual pr'um burro de cargas. 

Mas, depois terminamos esse papo. Continua..

Mudança (1ª parte)

Vamos mudar. Muitas vezes, uma vontade Em muitas mais, necessidade. E assim começa a saga quando estas duas palavrinhas entram pela porta.

O primeiro impacto causa angústia, desespero, ansiedade e mais uma porrada de sentimentos que não caberiam escrever aqui, já que internet e blog exigem mais agilidade e, na real, não é muita gente que tem tempo e saco pra ler os detalhes esmiuçados, por mais saborosos que deixem o texto. Mas, vamos lá. Primeiro passo, tirar as malas que ficam em cima do guarda-roupas. Continue tirando. Agora, a poeira dentro e fora delas. Paninho úmido e beleza, os ácaros e o estado de quase mofo se foram.

Um ponto bom da mudança é se livrar de roupas que você realmente não usa mais, nem usará. E melhor, livra espaço na bagagem também. Putz, tem que desmontar o guarda-roupas. E só quem sabe como é mudança, sabe que sempre tem um parafuso que não sai nem f... E nessas horas, aparecem duzentos entendidos que se oferecem e são conhecedores de técnicas imbatíveis para "desacochar" os parafusos espanados. A batalha está só no começo.

Caminhão de mudança. Fica a dica: nunca aceite indicação ou procure alguém que se chame tal coisa e um apelido em seguida. Exemplo: João Sabiá, Zé Rodinha ou qualquer porra parecida. Já de antemão, aviso: vai dar bosta. Depois que você optou por contratar esse serviço, prepare-se. Chegou a hora de embalar tudo. Correndo todos. Direto para o supermercado mendigar umas caixas de papelão para embalar aquela cacarecada que guarda há anos. Conseguiu? Beleza. Vamos providenciar aquela fita marrom de embalar caixa que, duvido que você que lê este texto, sabe o nome correto. Como eu também não sei, é fita grossa marrom de embalar caixa.

A casa começa a ficar aquela zona e sua regra alimentar de meses vai pro saco e, consequentemente pra pança ou para as gorduras localizadas. No meu caso, localizada em todas as partes do corpo. Gorduras à parte, mudança dá um trabalho. Às vezes até compensa a ingestão calórica. Às vezes.

Quilos a mais à parte, nessas horas se escolhe se isso leva ou isso fica. O que fica, se vende a preço de banana, mas, ajuda um bocado nessas horas de mudança. E você que já mudou, tem sempre um espelho ou um vidro da estante que dá um medo de quebrar... Pega a coberta! Frio? Não. Para enrolar o espelho e proteger as pontas. E tem mais uma preocupação, arrumar jornal. Pra procurar um novo emprego? Também. Mas, pra fazer aquelas embalagens para proteger copos e pratos. É tanta coisa para se preocupar e tem cada situação inusitada. Quem já subiu num caminhão aberto para ajudar a escorar a mudança de um bairro pro outro? Nessas horas, cada quilômetro rodado é uma senhora aventura. Segura no caminhão, a outra mão em algum móvel estratégico para manter a ordem da tralha toda, posição de cócoras ou escorado no caminhão. Balança, segura, se equilibra e é fato, dá um medo da porra. De cair do caminhão? Também. E mais ainda: de cair tudo em cima de você e pior, quebrar tudo.

(continua...)