Que
cumprimento estes nobres senhores Pela sábia
decisão De
preservar nossos valores Com aval da
população
Deste povo
brasileiro aguerrido Fez coro à
nossa missão Foi
amplamente difundido Revista, hashtag,
televisão Sou
realmente agradecido Pela
manifestação
Foi esse
nosso povo trabalhador Que
agraciamos com a reforma Ao
estudante que lutou O ensino
médio se transforma A quem é
aposentado, minha senhora, meu senhor É com
prazer que o país informa Que é por
quem tanto se planejou O benefício
que conquistou, estorna
E de
estorno em estorno, um retorno A um
passado de transtorno, estorvo Em que tudo
ao em torno Volta a ser
como era, morno, retorno E eu
retorno ao retrocesso do suborno Daquele que
não aceita o visível corno De que foi
o recheio e o contorno Para tirar
da engrenagem, o torno E novamente
botar o país no forno
Não no fogo
gostoso de lareira É fogo que
corrói nosso verde bandeira Não é a
evolução brasileira Manja o
inferno? Estamos à beira
Num
aquecimento hostil Mercantil,
municiado com fuzil Que
expressa em ódio viril O
sentimento mais vil Preconceito
no Brasil De raça, de
credo, de classe, De formação
estudantil
Olha pro
Rio
Nosso
cartão postal que se esquive Da munição
do novo Steve Entre a
bala e você, pode crer,
Ela é mais
livre
Abro a gaveta Ainda vejo lá a camiseta Ou melhor, as camisetas Com o símbolo da CBF E a cada dia me entristece A vergonha de usá-la De sair na rua e ostentá-la Com suas 5 estrelas
Em campo, fizemos por merecê-las Isso, nenhum argumento abala O que pouca gente fala É o sentido que ela tomou Quando o Brasil se separou
De um lado, um partido De outro, um ideal curtido Ideal que usou como vestimenta A camisa do penta Pra tirar a presidenta E quem mais vier, o povo enfrenta
Enfrentariam qual faziam os esquadrões De nossos times campeões Mas, assim como a Copa no Brasil Marcada pelo 7 a 1, nosso escudo caiu Não põe medo algum A não ser pelo Rio
Lá, o medo é comum Mas, o assunto é a camisa canarinho Pra andar na rua, dá vergonha de usar Mas, guardo a 10 amarela, Ronaldinho E a 8 azul, do Tricolor Kaká
E as duas que guardo, são pelos craques Com a bola faziam truques Enganando os beques Com velocidades nos piques Nas arrancadas, nos toques Nos rankings, os tops Troféus, hat-tricks
As camisas dobradinhas, guardadas Será que serão de novo usadas? O símbolo no peito terá sentido? Não pela CBF, essa é caso perdido
Será que nossa nota será 8 ou 10, Igual o número da camisa? Em condição tão imprecisa, A média não daria 9 Não creio que tão cedo, alguém prove Que esta nota mereça recebê-la A não ser pelo que a mídia promove Nosso escudo teria sequer uma Nem uma, solitária e única estrela
Um ou dois
dias já tinham passado E todos já
tinham passado Ultrapassado O ultra,
passado O passado
ficou marcado E dali pra
frente Seria
presente
Um músculo
fisgado, uma dor latente Fez
justamente naquele instante Que todos à
frente olhassem pra trás Assim como
ele pouco antes Passava
rindo dos demais Quem viu,
viu; quem não viu, não verá mais
Nunca fui
fã de atletismo E das
provas de corrida Mas,
naquela cena sentida Naquela
fisgada doída Pelo menos,
uma vez na vida Meu
pensamento foi mais veloz Que a
última linha vencida
Dessa vez,
não teve recorde Medalha,
troféu e o raio Parecia
sim, um raio forte Que poderia
ter tido mais sorte Ter sido
disputado no esporte Seria
retardatário
Acabou,
linha cruzada Sem medalha
pra estante A Jamaica
sentiu com a gente Não haverá
prova seguinte Uma
revanche que desponte Que no
futuro, alguém pergunte Quem foi
esse Bolt? Como se
fala? Usain ou Usein? Faz assim,
como falar, tudo bem Cite-o como
o raio que encantou o Brasil Nas
Olimpíadas 2016, no Rio Aqui ele
correu, ganhou, se divertiu
De praxe,
fecharia o revezamento Simbólico
momento Recebe o
bastão e parte Fisga,
repuxa, arde E aquele ar
de campeão, ali, no chão Deixará
saudade, será inspiração Pra que a
adversidade Trombe um
moleque de coragem Que
vai correr na contramão