quinta-feira, agosto 31, 2017

Bolt e a Linha



Foi pela TV que eu vi
Um ou dois dias já tinham passado
E todos já tinham passado
Ultrapassado
O ultra, passado
O passado ficou marcado
E dali pra frente
Seria presente

Um músculo fisgado, uma dor latente
Fez justamente naquele instante
Que todos à frente olhassem pra trás
Assim como ele pouco antes
Passava rindo dos demais
Quem viu, viu; quem não viu, não verá mais

Nunca fui fã de atletismo
E das provas de corrida
Mas, naquela cena sentida
Naquela fisgada doída
Pelo menos, uma vez na vida
Meu pensamento foi mais veloz
Que a última linha vencida

Dessa vez, não teve recorde
Medalha, troféu e o raio
Parecia sim, um raio forte
Que poderia ter tido mais sorte
Ter sido disputado no esporte
Seria retardatário

Acabou, linha cruzada
Sem medalha pra estante
A Jamaica sentiu com a gente
Não haverá prova seguinte
Uma revanche que desponte
Que no futuro, alguém pergunte
Quem foi esse Bolt?
Como se fala? Usain ou Usein?
Faz assim, como falar, tudo bem
Cite-o como o raio que encantou o Brasil
Nas Olimpíadas 2016, no Rio
Aqui ele correu, ganhou, se divertiu

De praxe, fecharia o revezamento
Simbólico momento
Recebe o bastão e parte
Fisga, repuxa, arde
E aquele ar de campeão, ali, no chão
Deixará saudade, será inspiração
Pra que a adversidade
Trombe um moleque de coragem
Que vai correr na contramão

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