Agora, sim, no silêncio,
entristece
Uma dor em sequência
Nada simples como suas
canções
E multidões
Que viram sua trajetória
Cantaram seus refrões
Que o amor era a história
Na maioria, sofrida
Por traições,
Por despedida
Quem diria que um sonho comporia
O mais triste verso que você
fez parte
Cachoeira de lágrimas, como
sua arte
E você parte, hoje conta mais
um dia
Sua música tinha identidade
A sua e de um monte de gente
Milhões em sua casa na live
Sua voz feminina e potente
Trouxe a quem ama suas
verdades
Trouxe a quem sofre, um colo
quente
Um aconchego, cumplicidade
Daquele amor que se arrepende
Sabiam de cor suas letras e
melodia
E justamente no ar onde
ecoavam
Desse mesmo ar, cada acorde
caía
Chegou a notícia e todos
pensavam
E esse filho que há pouco
tempo nascia?
E essa mãe que ontem
comemoravam
Era aniversário da Mãe de
Marília
Mal sabia que em um dia se
separavam
Não adianta maquiagem à prova
d’água
Era uma cachoeira,
Caratinga, cidade mineira
Marília levou uma nação
inteira
A chorar, não pelo amor mal
resolvido
Mas, pela dor derradeira
De não ter dado nem tempo
Da gente ter se despedido
Tão nova, tão popular
Parecia ter um jeito
divertido
Respeitada por várias tribos
Que ousava interpretar
Cantou uns pagodes, uns raps
Cantou de tudo, foi divertido
Não é por que do ar se foi
Que você não vai ficar
Nos bares, nos violões,
nas
rádios, NO AR!
Menções aos outros quatro falecidos neste acidente:
Henrique Ribeiro, Abicieli Silveira, Geraldo Martins e
Tarciso Viana