segunda-feira, novembro 29, 2010

Dia

Tal como a paisagem das manhãs
Que invadem o quarto com sol
É acordar e ver você, meu dia
Minha luz, o rastro de melodia

Que se compõe o som da vida
A trilha que incrementa o passo
E motiva ver luz na noite escura
A lua branca recebe pintura

De cores que ainda desconheço
Sabores certamente indescritíveis
Proporcionados com o sol que nasce
É como se um sonho se realizasse

Ao tornar real e estar tão perto
À arte de um quadro incerto
De um poema ou canção,
de inspiração vazia

Tão cheio de traços e versos,
que nenhum sentido faria
Se, pela fresta da janela
Ao abri-la não visse o dia

Socorro!

Socorro!
‘Me ajuda’
Senão eu morro
‘Me salva’ que eu corro
Mas, pra quem devo gritar...

Socorro!
É guerra no Brasil
Confronto armado no Rio
Quem pensa que fugiu
‘Se enganou’
A violência se espalhou
E não tem mais pra quem pedir...

Socorro!
A polícia invadiu
O bandido sumiu
A gente assistiu
E pior: esperançoso
Que vai melhorar
Que vai acabar

E aí se iludiu
E ao começar a novela
Onde o Rio é beleza
E só beleza
Tenho certeza
‘Se’ esquece a tristeza
E esquece de chamar...

Socorro!
E o brado é rouco
Baixo, cansado
Que não se ouve de longe
E o longe nem é tão distante
É de onde não se ouve
A dor exposta tão berrante
É de conde não se move,
Não se comove
Por não ouvir?
Ou por não agir?

Socorro!
Tento mais uma vez
Em vão
Será que alguém vai me ouvir?
Será que alguém quer me ouvir?
Até a próxima eleição...
Será que alguém quer agir?
Será que vão me salvar?
Será que vão escutar?
É barulhento o silêncio
Da nossa corrupção

domingo, novembro 21, 2010

Dela e dele

Há pouco sentia saudades dela
Aquela silhueta esbelta
Cheia de detalhes
E, por dentro, uma infinidade
De inovações, de tonalidades

Ela, que sempre me acompanhou
Ela que, recentemente, me abandonou
E me deixou só

Sem inspiração para usá-la
E só em diversão abusá-la
Só pra se entreter
Pro tempo correr
E eu não perceber
Que a solidão chegou

E, solitária, ficou largada
Porém, muito desejada
Só que não bastava pegá-la
Teria que esfregá-la
Nos dedos, na mão
Para aquecê-la

E usá-la, tê-la
Em sua plenitude
Aproveitar cada segundo
Em sua companhia
Que pode mudar o mundo

Senti saudades dele também
Daquele que a tudo diz amém
Não tem posição, tudo convém
Aceita o lá e cá, o vai e vem

Pois é, ele também esbelto
Ainda mais que ela
Que copia, em diferentes facetas
As mutações, as estações, as situações
Em que vou usá-lo
E dele, abusá-lo

Dele e de tantos outros
E depois jogá-lo fora
E uso outro na mesma hora

Para falar dele
Assim como faço agora
Esse excitante casal
De esbelta silhueta
Falo apenas de papel e caneta

Sorriso luar

Um sorriso
Na escuridão
Um brilho escancarado
De fora a fora
Como se fosse desenhado

Traçado feito à mão
Detalhes em precisão
Era uma boca perfeita
Uma luz só dela

Poderia ser só reflexo
Não! Não teria nexo
Tamanha beleza refletida
Por outra imagem mais bela

Aqueles traços sorrindo
E era o que se via
Em qualquer canto
Nos cantos sorridentes
Que não mostravam dentes

E, mesmo assim, sorriam tanto
Que todos podiam ver
E se encantar, se apaixonar
Preferi escrever

E então dedicar
Esse poema a você
Só a você, que me sorriu nesta noite
Á você, minguante Lua.

Terapia

Voce precisa de terapia?
Eu preciso?
Tem para tanta causa doentia
Tem para tensões e agonia
Várias técnicas curadoras
Fórmulas salvdoras
Mas a cada tratamento
Surge o pensamento
Que é similar a proporção
Entre cada nova criação
Com a sua real função
Tratar o corpo e a razão

Ou seja, a humanidade continua
E a cada dia lá na rua
Vendo a realidade crua
Sem confeitos ou preparo
Quando penso e reparo
Quanto o perigo é claro
E quanto, por ele, pagamos caro
Às vezes, com a vida

Sem dúvida, nos intimida
E nos causa sensações
De conturbações perturbadas
Do corpo, da alma e da mente
Que vão além do corpo presente
Vão além do psicológico
E não parece nada lógico
Sobreviver com pânico e pavor
Com medo, com terror
E não enxergarmos
Quão grande é nosso risco
Nos conformarmos
Se não o faço, não petisco

Mas insisto
Que podemos optar
Por doenças acumular
E com terapias tratar
Ou talvez, se adiantar
Se a paz buscar
E melhor, se encontrar
Menos enfermidades vai ter
Preferiu viver
Outra fórmula de mais um dia
Cabe a você escolher
Entre paz ou terapia...

quinta-feira, novembro 18, 2010

Homo...

... com qualquer teminação (fobia, sexual, sexualidade, sexualismo...)

Acabei de ler sobre a carta assinada pelo reverendo Augustus Nicodemus Gomes Lopes, chanceler do Mackenzie, em que diz que “pregar contra a prática da homossexualidade não é homofobia” e sobre os protestos de alunos e de associações como a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Tem algo muito estranho...

Por que essas associações e esses alunos ficaram revoltados? Eles querem o quê? Que a igreja apóie? Ou será que se esqueceram que o Mackenzie é uma instituição presbiteriana? Jamais veremos a igreja católica e suas organizações apoiarem práticas como esta tal qual o incentivo ao uso de preservativos. Vai contra os princípios básicos...

Li um comentário sobre a repercussão desse caso e destaco uma pergunta feita por uma estudante: Eles não aceitam este tipo de posicionamento (inclusive religioso) de ser contra a homossexualidade, de incentivar o contrário, por preceitos bíblicos, familiares ou de qualquer proveniência, mas, eles têm o direito de protestar contra atitudes que não estão de acordo com a verdade deles (inclusive contra os ideais cristãos)?

Héteros e homossexuais (de todas as denominações) podem viver em harmonia, sim. A igreja tem seu direito de posicionar-se mediante qualquer situação como organização social e que tem uma representatividade significativa principalmente em um país como o nosso. As associações (refiro-me não somente a este caso) podem ter seu posicionamento também. Cada um tem o seu lado de observar a sua realidade. Ser contra algo não é ter fobia a algo.

Só não queiram obrigar a igreja a aceitar a homossexualidade, porque aí sim, perderia toda a credibilidade enquanto instituição milenar que é. E, reforço minha crítica a protestos neste caso. Homofobia é incentivar a violência contra homossexuais e, certamente, a igreja não o fez nessa carta. E mais: o Mackenzie é, sempre foi, e acredito que sempre será uma universidade ligada à Igreja Presbiteriana. Pedir que eles mudem sua filosofia é como pedir para que deixem de lado a visão cristã. Se você está em um ambiente religioso, você tem que se adequar a ele, e não ele a você. Exigir a concordância do Mackenzie para com esta lei, é como mudar-se para o lado do Aeroporto e reclamar do barulho dos aviões.

Reflita...

segunda-feira, novembro 15, 2010

Elege Eu

Não! 'Tá' errado
Parece engraçado
Até ri mesmo
Mas agora dei raiva
Deu nojo, deu ânsia
Nossa escrota ignorância
Ao que demos relevância
Visto que é hora de votar

E o que era sério
É de gargalhar
Tem puta, filhos dela e o Batoré
Patora da puta que pariu
Querendo mandar no Brasil
Mas o trabalho não sabe qual é
Só quer estar lá
Até o Tiririca é candidato
Como piada, bacana; mas é fato

E o pior: no momento exato
Pode até se eleger
Não reclamemos
Nós que escolhemos
Elegemos
Por quê?
Não sabemos
Nem entendemos política

Mas, a língua é crítica
Mete o pau no eleito
Porque esse é o jeito
Convém, facilita
E quem desacredita
É taxado ignorante

Não! Nesses, não!
Mude essa cambada de 'ladrão'
Pra isso tem eleição
Sera que sabe cada função?
Não, de novo não!
Vota por indução

Então, já que é assim
Na próxima eleição,
vote em mim
Não vote em bandido,
Você não será esquecido
Um agradinho é garantido
E o Brasil... mais 'fudido'

domingo, novembro 14, 2010

Debata com a TV

Agora fodeu de vez
Não que estava bom
Mas agora me preocupei
Também não é que eu não estava...
Estava sim, mas me indignei
Quando vi como controlar
Todo um povo, uma multidão
Uma palavrinha: motivação
Você pode ter opinião

Opine, decida...
Sob a nuvem da alienação
Acredite que pensa
Doce e tola ilusão
Não passa de fantoche
Boneco de manipulação
Futilidades e besteiras
Que preenchem sua consciência
Pois discutem com veemência
Como se fosse relevante
Fato sério, importante
Os debates do televisor
Que causam algum clamor
E acreditamos ter o poder
De pensar e debater
Não. Não temos. Nem teremos.
Pois somos e seremos idiotas,
Mas cremos que crescemos e podemos
Não!
Sempre escondemos
E nos escondemos do que não queremos
Debates nesses "fala" por aí
Servem mais pra iludir

Você pensar que é capaz
De ser cego na crença
Beirando a doença
Fanatismo é conformismo
Pra quem não pensa
Mas a TV compensa
Sua falta de razão
E direciona opinião

Pra acreditar que você tem
Mas acorda! Você não tem
Pra tudo diz amém
E vota pro seu bem
Mas assiste a TV
E acredita no que vê
Isso é, quando entende
O que se passa de verdade
Nem sabe ao certo
Crê que tem capacidade
De pensar e se informar

Mas não dá tempo, tem que orar
E não é bom se informar
Saber em quem votar
De canal mudar e optar
Por se manter onde está
Parado, estagnado
Ou então se movimentar
O controle remoto chutar
O foda-se tocar,
E ter atitude e com sabedoria
Radicalizar

Continuidade

Nos anos 2000, os primeiros 10 anos estão terminando. A família está se acabando. Não quero ser antiquado, mas olhe por esse lado. Há muitos filhos largados, abandonados, menosprezados ou até deixados em um dos lados dos rios e lagos. Lagos ou latas... de lixo!

Século XXI. Não quero ser mais um a cooperar com a loucura. Maluquice pura. Egoísmo demais. Um filho a mais. Símbolo de paz? Isso ficou pra trás. Sobra muito choro e um "aqui jaz". Não me parece tão normal reforçar esse sistema, que não é nada legal. Mas, não tem problema. O maior dilema é datar a cena. A pergunta é quando, e não por que. Por quê? Porque é claro, viemos pra deixar. Deixar o quê? Pra quem? Mas relaxe, tudo bem. Deus vai nos ajudar. O governo também. Tem bolsa e auxílio tudo, mas afirmo e não mudo: tudo o que é dado, não é valorizado, não vem do suado trabalho pesado, vem doado, como esmola pra pesar na sacola do supermercado.

Hoje está legal pra viver? Você que tem que dizer. Se vir um amigo sofrer, o que vai fazer? Socorrer? Pense pra valer. Em meio a crimes banais, passionais, rivais, brutais, fiscais, morais, você quer mais? Quer ver um filho teu revoltado, indignado ou não vê-lo fugir da luta, como canta o hino? Quer uma personalidade bruta, vil, ou um pateta imbecil? Não é só educação. É conscientização. É superlotação. É sua emoção e a desse coração que mal iniciou a respiração, mas tem pulsação, emoção, tensão, razão e por que não mais um boneco da televisão?

Comandados em Ação? Não! Ação Comandada, sem ser questionada, indagada, interpelada por quem não sabe nada, nem que veio ao mundo e por que o colocaram num canto imundo. Não falo do lixo da rua, mas, da cidade inteira. Rios, vias, ar. Pessoas, dinheiro, lar.

Tudo parece uma lixeira, isso sem falar na enorme sujeira que nos cerca, independe para onde você olhar. Não dá pra relutar! É ruim aceitar e não é brincadeira. Por falar em brincadeira, você marionete, vê se para de jogar confete em quem te apunhala a canivete.

O corte é cada vez mais fundo e não é como cirurgia, que tem direito à anestesia ou como um parto cesária para dar à luz outra vida, outra alegria, a quem tanto essa criança esperava. O furo da faca fere firme, forte, fundo. Fixa, puxa e abre da barriga até quase o peito e parece que não tem jeito, é a norma. Entendamos que norma e normal tenham origem na mesma palavra, tudo o que é norma é normal? Por quê? Sei lá se por coincidência, rima com 'igual'. Isso é bom ou mau? Por mais que a métrica poética não favoreça, prefiro as rimas 'anormal', 'ideal', ou até diferente, mesmo que não mereça nomeação condizente.

Hoje, pra resumir a história, quando o passado, a glória, a memória, a honra, a vitória, só não quero redigir mais enredo. O futuro dá medo. E não que se deva fugir dele; ao contrário, o certo é encará-lo, mas, se achamos que algo não será bom, podemos evitá-lo. É direito fugir da norma, mas sempre ronda e põe limites na caminhada, mas outra mão será trilhada. Como o mundo não vai melhorar, não quero ser responsável pela humanidade (?!) continuar... se destruindo sem pensar!

Tem algo estranho... e errado

Em terra de Sarney, de deputado gay, que compra decorativo pro gabinete em forma de cacete e o faz com o seu tutu. Agora que ele morreu, peque o penduricalho, em forma (você sabe de quê) e enfie no baú.

Tem gente tirando de milionário e tudo é com seu salário, bando de otário, que vota no salafrário, que ganha seu honorário com banca de empresário que controla o operário, aumentando seu horário, reduzindo o salário, faturando o seu diário e, sem dúvidas, como já disse, te tirando de otário.

Política é legal, interessante. Políticos é que são uma bosta. Cambada de pilantras que roubam na caruda. Na cara de de pau ou mascarada. Sabe aquelas máscaras usadas como surto da gripe A? Mas, não tem nada. Há de melhorar. Tem que acreditar. 2010 chegou. Vieram as eleições e elegemos o Tiririca. E ainda dizem que pior que "tá", não fica...

Somos poesia

Somos uma poesia
Um conjunto de frases
De ideais e pensamentos
De reações e sentimentos

Versos são os caminhos
Guiam toda nossa vida
Em prosa ou musicado
Somos poema inacabado