sábado, dezembro 26, 2009

Amarelo, laranja e vermelho

Amarelo é o tom que se pinta o sol
É a camisa da seleção de futebol
É a cor que representa o verão
É a cor mais quente desta estação
O amarelo na escala de cores
Se opõe ao roxo que é marca das dores
E como cor sempre ganha destaque
E quando aparece nos causa um baque
A cor amarela em nada é discreta
E de poucos, é a cor predileta
O amarelo nunca fica apagado
A cor do fogo, do iluminado
E com tonalidades ocorre mistura
E nunca resulta em outra cor pura
Não é tão amena quanto à brancura
Transmite a paz, reflete a candura
A cor é viva, nunca escura
O amarelo tem energia que esbanja
Se transforma em verde, em laranja

Laranja é o amanhecer
Vem antes do sol nascer
Vem antes do despertar
Só verá quem madrugar
Hoje vi o céu alaranjado
E raios de luz pra todo lado
Furando frestas no algodão
Nuvens brancas davam o tom
Pedacinhos quase amarelos
Outros bem alaranjados
Conforme espaços permitiam
Os raios serem vazados
Feixes laranja no céu cinza
Tal qual aquarela, água e tinta
O laranja também é um resultado
Vermelho, amarelo, alaranjado
Cor quente tal qual amarelo
Há quem ache um tom mais belo
Mas cor preferida dá discussão
Há quem prefira cor quente
Há quem prefira cor fria
E há quem vá pela estação

Tanto faz a preferência
Há quem estude como ciência
É a Cromoterapia
Cor boa pra isso e aquilo
Cor que inspira alegria
Cor que passa e recebe energia
Cor que esquenta, tom que esfria
Cor que contagia
Amarelo, laranja e vermelho

Vermelho é força, é raça
Cor do sangue que corre
Do coração que compassa
E do corte que escorre
O fluido da pulsação
Combustível da emoção
O vermelho é a paixão
É a raiva, a explosão
Pinta a rosa mais linda
Flor é sempre benvinda
Perfuma, enfeita, seduz
Pode ser sombria e conter luz
É a minha favorita
A que acho mais bonita
Do amarelo é diferente
Mas também está presente
No rol de cores quentes
O amarelo como havia dito
Não passa despercebido
Chega e causa impacto
O vermelho tem tal poder
Mas mesmo forte pode ser
Elegante, chique, sensual
A cor do prazer carnal
Ou pode ser apenas cor banal
É tanta cor no carnaval
Mas lá está ela, sem igual
O Vermelho,
Mas siga meu conselho
Aprecie com moderação
Ele pode causar sensações
Sentimentos, emoções
Que podem influenciar
Sua forma de pensar
E de agir sob o efeito
E há quem discuta
Seu poder de combinação
Vermelho é a cor da luta
Vermelho é a força bruta
Vermelho é o coração

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Trenó ou barco?

Vida aquática
A cada dia essa problemática,
Osasquense já tem prática
A população fica estática
Frente às imagens
Que nada se assemelham às miragens
De um oásis no deserto
Não passa nem perto
É água, mais água, sem fim
E coitado de mim,
Que não sei nadar
Glub, glub... vou me afogar
Será que alguém vem me salvar?
Será que vão me alcançar?
A tempo de me resgatar
Tomara...
Pegue a corda,
Peguei, me puxa, não para
Uh, que sufoco!
Essa foi por pouco,
Pode ser que na próxima
Eu não tenha a mesma sorte
De achar alguém tão forte
A ponto de me puxar
E depois ter mais gana
Para mais pessoas ajudar

Vi tanta lama, tanto barro
Há até quem tire sarro
De toda essa tristeza
Ver boiando tanto carro
Levado na correnteza
Falo de águas pluviais
Que arrebentam piscinões
Destroem construções
E centros comerciais
E será que alguém é capaz
De assumir tanta imprudência?
Será que pesa na consciência?
Falha ou erro na ciência
Baseado em fatos reais
Acredite, não é trama
Nem filme, isso é fato
O trenó vai virar barco
A rena vai virar remo
Papai Noel de pé de pato

Cenário: Osasco
Ator principal: cidadão
Prefeitura: fiasco
Sugiro uma promoção
Para aulas de natação
Ou de remo com vassoura
Enquanto a barragem não estoura
Aprenda bem a modalidade
E participe do festival
Natação no Natal
Ao invés de maratona e corrida
O nado é pela vida
E pela sobrevida
Sofrida, bem sofrida
E mesmo a comunidade unida
Às vezes é vencida
Por uma política bandida
Que lamenta e na foto sorri
Representa e tenta iludir
Está sob controle, está tudo bem
Está sob a água que leva o que tem
E o que não tem também

O terno sequinho e passado
Luzes num povo apagado
Que só é lembrado
Quando está tudo encharcado
Se alguém é assassinado
E de forma brutal,
Chacina geral
Senão é normal
E não importa se é Natal
Só ouço Osasco ser comentado
De forma superficial
Na região de Osasco...
Que asco!
Já somos quase um milhão,
De anfíbios osasquenses
Que lembremos dos presentes
Na próxima eleição
Lembre-se da promessa
Que aquele piscinão
Seria a solução
Mentira, ficção
Cedeu à pressão


Prefeito, dá um jeito
No que a chuva destruiu
O que vida construiu
E com a água se esvaiu
Boiou, sumiu, partiu
Nosso mundo caiu
Nossa vida caiu
Nada pudemos fazer
Para os bens assegurar
O que nos restou foi rezar
A Deus pedir, implorar
Para a chuva cessar,
Para a água escoar,
E o nível baixar

Foi triste, imperdoável
Atitude condenável
Estrutura mais que instável
Desabou barraco e barranco
Foi tudo num tranco
Prejuízo incalculável
Não falo de cifras,
Falo de honra, moralidade
Dignidade, civilidade
Isso é se o engenheiro
Conhece o verbete
Pensa além de dinheiro
E da força no gabinete

Nem dá pra intitular
Muito mais que trilogia
E haja filosofia
Haja covardia
Piada, ironia
Com o sonho ou fantasia
De viver tranqüilo
Sem medo da chuva
Quem sabe um dia...

quarta-feira, dezembro 16, 2009

N A T A L

Já chegou o Natal
Comprar, comprar, comprar
Fingir, fingir, fingir
A festa da hipocrisia
Compramos, damos, agradamos
Nos enganamos
E até adotamos
Uma criança e ajudamos
E a ela entregamos
Brinquedinhos e alguns panos
Da culpa nos livramos
As dívidas pagamos
Quanta falsidade
Abraçamos sem vontade
Enganamos de verdade
Pois trapaceamos
Forjamos, ludibriamos
Nós mesmos e a esmo
O peso na consciência fica de lado
Em segundo plano, despreocupado
Natal, comprar
Associação inevitável
Não parece muito louvável
No consumismo focar
Só nisso pensar
E assumo: não quero me destacar
Não pude escapar

Então, rumos às compras
Rumo à romaria
Não esqueçam a palavra que já usei
HIPOCRISIA
Reconheço que é gostoso
Estampar um sorriso no rosto
De alguém que temos apreço
Respeito, consideração
Não quero, nem mereço
Qualquer compensação
Em lembranças, em presentes
Ser valorizado é sempre bom,
Faz bem ao ego, à nossa estima
Nos leva pra cima
E continuamente,
o passo é pra frente
Mas não é condizente
Com o motivo do Natal
Com o espírito natalino
Ou o fato que represente
O nascimento do menino
Que ainda pequenino, bem pequenino
Recebeu reis magos
Essências, ouro e afagos
E trouxe a quem crê
A luz que não se vê
A luz que se sente
De forma onipresente

Entretanto, é o que menos importa
Nessa data que já bate à porta
No significado que ela comporta
Contugo, há quem não liga
Quem nem comemora
Há quem não siga
Quem não marca hora
Varia com a religião
Que proíbe comemoração
Proíbe não,
Simplesmente não aceita
E define como seita
Quem se prepara, se ajeita
Para a noite, para a ceia
Para essa reunião
Independente da definição
Se foi nessa data ou não
Julgo válida a celebração
Em prol da união
Que é tão rara, tão escassa
A oportunidade passa
E a família não se abraça
É um festejo milenar
Para a perpetuação do lar
Há quem não queira participar
O bom é a economia
Inclusive de hipocrisia
Que é tanta, que esbanja alegria
Num sorriso amarelado
Nada escancarado
Com mente e alma abertas
O negócio é buscar ofertas
Opção mais certa?
Nem sempre a gente acerta
O peito só abre fresta
Em época de festa,
Vive fechado
Não fica entregue, acelerado
Pra abraçar o irmão do lado
E desejar um feliz...
...
Tudo...
Tudo mesmo, de coração
Essa sensação
Não tem data pra ser
É apenas um pretexto
Aproveitamos o contexto
Pra fazer acontecer
Comprar, comprar, comprar
Deixa pra lá
No próximo ano, vou tentar
Mas saiba que essa poesia
E um presente que eu vá te dar
Ou o que possa ganhar
A paz, quero te desejar
Não à paz de Osama
Desculpe, confundi, Obama
E do Prêmio Nobel
Desejo a paz de quem ama
Desejo a paz do céu
Creia no santo ou Cristo que for
Creia no seu criador
Creia em você
Com luta, com ajuda, com fé
Seja quem você é
Se mostre num abraço apertado
Forte como aperto de mão
Afinados na voz, na canção
E essa é a real razão
De eu dedicar esse poema
Na data do nascimento
Ou a todo e qualquer momento
Com afeto, sentimento
Minha sincera gratidão
A você, meu irmão

terça-feira, dezembro 15, 2009

À LUA OU SUA SEMELHANTE IMAGEM.

30/08/2005

Hoje acordei e saí, como um dia normal, mas fiz algo que fugiu do habitual, ao reparar o céu, o que vi?

- O sol?
- Não, a lua! Isso mesmo, ela ainda brindava a todos com seu brilho de rainha da noite e suas pupilas, as estrelas, a protegia de olhares maus ou invejosos. Permanecia lá, com todo seu charme minguante e enquanto isso, ela acompanhava-me, passo a passo que eu dava pelas ruas que eu passava e segui... rumo ao meu dia. Mais um dia que o astro rei começava abrasar. Calor e luz ele produz.
Além de iluminar mentes pensantes, a luz clareia idéias, deixa-me mais racional. Esqueço de ver a vida com ilusões. E apesar do calor, sinto-me frio e, gélidos os que ao meu redor se encontram. Acima de tudo, insensíveis até que a luz abaixa e aí sim, o cair do sol e o surgir da lua possibilita minha visão de algo que há pouco não notei.

A MINHA IMAGINAÇÃO!

Imagino o mistério.

Misterioso é cada sentimento, obscuro é cada paladar. Sabores e olores...da noite! Perfumes e gostos sonhados. Sonhos que tenho à noite. Além de dormir em sua companhia, podemos acordar com ela, a fiel companheira. Senti-la e gozá-la como se fosse a última acredito ser a melhor opção, pois cada dia temos um brilho, a lua também. Como há noites claras e escuras, a imagem da rainha pode ter um reflexo variando a cada instante movido pelo sentimento... de viver... no dia, razão... na noite, emoção... inspirada pelo encanto de cada lua...
Hoje vi uma imagem tão bela, será que foi culpa dela de eu ter visto o teu semblante? E fantasiei tudo isso...

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Amor de novela

Um casal de novela
me emocionou
Chorei um instante

Lembrei muito dela
Me abandonou
Eu sofro bastante

Romance na tela
Me apaixonei
Um mundo irreal

Imagem congela
Eu não aguentei
Mudei de canal

Era tanta paixão,
pouco antes bem perto e agora distante
Nosso amor, virou livro
eu leio e releio nem guardo na estante

Sem dizer o motivo
você decretou pôs um ponto final
Virão outras novelas,
outros personagens sem amor igual


Procuro um enredo com clima de amor
Procuro uma história pra eu ser ator
Procuro um amor num mundo real
Não seja novela que tem um final

domingo, dezembro 13, 2009

Ela cai no pagode

De pandeiro na mão
Fiquei sem reação
Quando ela chegou

De vestido ou de saia
Um tomara que caia
Calça jeans que abalou

Miudinho ou enredo
No partido rasgado
Ela quebra sem medo
Samba aqui do meu lado

Ela cai no pagode
Com o seu rebolado
Ela dá um sacode
Seu ataque é pesado

É na pele escura
Que está seu poder
A mais forte mistura
Só olhar, dá pra ver

Quero ver seu gingado
O suingue maneiro
Ninguém fica parado
Com o som do pandeiro

Sombras do Ideal

Esta noite me furtou o sono
E o sono me furta o dia
O sono não me trouxe sonhos
Ao despertar o sol não brilha

Não ilumina meu caminho sombrio
Não pinta cores quentes
Não aquece um mundo frio
Não nos torna mais contentes

Saio em busca de meus ideais
Sigo rumos sem ordená-los
Alcanço metas e quero mais
Ter forças para conquistá-los.

Conquistas vitais e amorosas
Constroem castelos para residirmos
Afogamo-nos num denso mar de rosas
Deixando a vida pra não mais sentirmos

Nem o sol, nem a lua, nem calor, nem sabor
Vida cinzenta, sem querer viver
Sobrevive ao mundo tomado de dor
Coração machuca-se sem saber por quê.

Ele sofre, apanha e é ferido de forma brutal
Causada por anseios inatingíveis
Meu sonho libertino não se faz real
Fantasiosos; se tornam impossíveis.

Inalcançável realização de ter apenas uma vez
Teu abraço, teu perfume grudado em mim
Julgo-a a mais bela, finges que não vês
O meu carinho sem começo, meio e fim.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Paz?!

Você sabe o que é o bem e o que é o mal? Nos desenhos animados, eu sabia. Lá, se combatia o mal e o mocinho sempre vencia. Que graça, não é?

Hoje me deparei com a notícia que Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Comecei a rir, entretanto a ira tomou conta, fique muito revoltado. Em seu discurso, o presidente da maior potência mundial, disse que “alguns instrumentos de guerra precisam ser utilizados para se alcançar a paz. É preciso combater o mal”.

Vamos ver se entendi, segundo Obama e os estadunidenses em sua maioria (pois o elegeram, provavelmente por concordar com seus ideais) definiram que o Iraque, o seu quase xará, Osama, são o mal. E eles são o bem. Então, para se alcançar um estado de paz, exterminamos o inimigo. Pacífico isso, hein?!

Será que o exército “inimigo” pensa da mesma forma? Será que, para eles, o bem são os EUA e eles são os vilões? Essa brincadeira de bem e mal é muito legal na ficção. Mas, estamos falando de mundo real.

Será que o mundo vai acabar mesmo em 2012? Tomara, não estou entendendo mais nada. Acho que temos que explodir tudo e começar de novo. Temos que dar um ‘boot’ no PC, dar um ‘reset’, porque ocorreu um erro não tratado. Ou foi um surto, uma epidemia de vírus.

Não sou advogado de Osama, nem de Obama, mas isso é muito maluco. Não dá para entender. Pelo menos, minha inocente ou despreparada cabecinha não consegue compreender. Facções de torcidas entoam coros similares aos de Obama e são taxadas marginais, bandidas. E são mesmo. Com Barack não pode ser diferente. Mas é. Até prêmio recebeu.

Pessoas e sociedades são diferentes, umas das outras. Fazer o que?

Poderíamos sugerir que acabemos com todos que nos incomodam, todos que nos estorvam e atrapalham nossa caminhada. Seria tão mais fácil... O estranho é que do lado de cá, ou seja, o lado Ocidental, nossa cultura é predominantemente cristã e, em muitos lugares e situações, nos orgulhamos por isso. No entanto, qual é o primeiro mandamento mesmo? E o quinto? Você lembra, irmão?

DICA OU RECOMENDAÇÃO: PARA ALÉM DO BEM E DO MAL - NIETZSCHE

Compor um samba

Palavras me faltam à boca
A voz sairia até rouca
Pra falar sobre o samba

Os versos compostos por mim
Secariam canetas ao fim
Pra fazer um bom samba

No esplendor de uma vida
A cultura escondida
Declama exaltação

Sem transpor, sem medida
Poesia é sentida
Por qualquer coração

Quando ouço a canção
Dedilhar violão
No surdo a pulsação
Cavaquinho chorão

Um pandeiro de couro
Um canção ou um choro
As pastoras no coro
Samba, um rico tesouro

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Chuva

Ontem, ao acordar, pensei: “Vou escrever algo sobre essa chuva, torrencial, forte, intensa, logo pela manhã”. Depois pensei, deixa pra lá, assunto banal. Mas não foi.
Quase tudo parou. Muita gente parou. Só o nosso prefeito (e não é o fato de ser X ou Y, independente de quem fosse, o discurso seria o mesmo) para dizer que estava satisfeito com as obras em outro ponto da cidade que não estava tão afetado com o caos que se instaurou na capital. Parecia uma propaganda de um automóvel que eles mudam de assunto quando entram no veículo. Isso é zombar de quem sofria há horas dentro dos carros, ônibus, trens, entre outras formas de transporte; todas precárias.

Reconheço que o papel de um governante (e reforço, seja X ou Y) é acalmar a população e não se alarmar com situações complexas e complicadas. O trânsito em São Paulo é um caos; ponto. As chuvas complicam ainda mais essa situação; isso é fato. Mas, como eu digo, por mais que São Pedro tenha “forçado a amizade” ontem, a culpa não é só dele. Aquele papo chato de que a culpa é também só da população que joga lixo no chão e nos bueiros não dá mais. Dá para alguém reconhecer que é o vidro de casa que está sujo e não a roupa do vizinho de frente?

Não é muito a minha atirar nesse ramo político e crítico crônico, contudo, hoje, se fez fundamental, inicialmente, na minha função jornalística primária que é, além de relatar, expor visões sobre assuntos em pauta. Quando pensei em escrever sobre a chuva, confesso que pensei num formato mais poético, mais bonito. Mas depois de seis mortes, deslizamentos e mais deslizamentos, alagamentos por todos os lados, inundações mil, não deu muito certo pensar no cair da chuva como algo visto de uma sacada de varanda com o amor da vida ao lado; ou com o sol e um arco íris colorindo o pano de fundo das gotas que caíam para banhar o mar e molhar a flor.

Desculpem-me os amigos que, frequentemente, visitam meu blog (que é de poesias), mas hoje tive que ser um pouco mais ácido, assim como foi o dia de quem ficou por aí sob ou sobre as águas.

Meu Astral

Fujo de deixar meu astral
Se equiparar, tornar igual
À manhã que hoje nasceu
O sol nem apareceu

Foram nuvens pra todo lado
Enfim, um dia nublado
Mas o sol não se escondeu
E mesmo opaco, aqueceu

Entre a chuva, se fez calor
Gota a gota molhou a flor
Foi assim que aconteceu
Mais um dia amanheceu

Alaranjado estava o céu
Lembrando a cor do puro mel
Que a primavera ofereceu
Em um verão que se escondeu

Nuvens e mais nuvens a passar
Com frestas de luz a escapar
Fez sombra sob o sol, não pude ver
Um dia de verão prevalecer

Não quero igualar o meu astral
A um dia tão escuro, tão normal
Não quero desse frio me proteger
Eu quero só calor, verão para viver

terça-feira, dezembro 08, 2009

Novo

Por que temos fascínio pelo novo? Um novo sonho, um novo presente, um novo brinquedo... E por que não, um novo amor?

Nossa, quando dei por conta, já havia escrito a palavra amor. Como já tive restrições em usar esse termo... Acho que acostumei, ou quem sabe, perdi o medo de utilizá-lo.

Enfim, voltando ao novo. Um tanto contraditório, não é? Nem tanto. Como já dizia a canção: “Mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, ta tudo assim, tão diferente”; ou a outra: “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia”. Ambas não são o maior hit do momento. Já passaram... mas ainda caem bem nos tempos atuais.

Na música, o novo fascina. Os Titãs também já relataram, de forma impecável, esse “amor” pela novidade. A nova idade ou, simplesmente, o mais moderninho atrai a atenção mesmo. Seja o novo modelo de algum vestido da estação, seja a nova camisa do time de coração. Um detalhe traz toda a modificação. E como muda...

A água que corre no rio a cada instante é diferente. Um balanço a mais, um balanço a menos faz toda a diferença, muda a aparência. Mas relaxe, esse fascínio não é doença. Pelo menos, essa é minha crença.

Enfim o novo... Há pouca gente que dispensa e pensa que o novo não compensa, no entanto, repensa e pode-se mudar a conclusão e analisar a situação. Tem coisa de montão que não é questão de opinião, é reflexão, discussão, é definição, seja a certa ou não.

Às vezes é errando que se aprende e se compreende que inovação nem sempre é solução. Muitos métodos antiquados, ou melhor, não tão novinhos ou só mais antigos, ou para rimar, mas experimentados podem ser, hoje em dia aplicados e serem a resposta suficiente para qualquer problema que enfrente e independente do lado que venha, por trás ou pela frente, deve-se ser coerente, no passado, futuro ou presente, para que, de forma consciente, tenhamos a atitude inteligente para sermos o máximo eficiente e resolver o que queremos ser, o que queremos ter e distinguir querer de poder.

Devemos também perceber, entender e escolher qual horizonte seguir pro futuro não sucumbir às velhas formas, às velhas normas. Eu sei que hoje, o amanhã já é ontem e que o mundo não para um segundo de evoluir (ou regredir?!), pelo menos na questão tecnológica e, parece que se esquece a lógica e a questão histórica e genealógica.

Se não fosse o passado, o presente não seria como é, e pode crer, tenha fé que é fato, que passo a passo, ato a ato, o dia voa como um jato, foguete ou avião, mas não haveria condição de se chegar à Lua, se não olhamos nem pro outro lado da rua. Enxergamos qualquer um dos planetas, pela lente da luneta vemos longe, muito longe e esquecemos que ao nosso lado, no nosso lar, no nosso passado, nos antepassados, é que o nosso futuro se esconde. Só precisamos achar onde...

À Flor Azul

Um azul no tom
Um suave som
Do vento que passa

Uma flor no chão
Percebo então
Toda sua graça

Entre outras cores
E vários olores
O meu coração
Ressoa a canção

Que fala de flores
Não cita as dores
Relata os amores
Dos compositores

Transpira paixão
num samba canção
Com seu violão
Solando ilusão.

Prefiro a Solidão

Acho que compreendi
Meu destino é a solidão
Achei alguém, mas resisti
A entregar meu coração

Depois de tanto que sofri
Procurando uma paixão
Pude optar e desisti
Ser sozinho é a razão

Com a solidão já me feri
Amar alguém é a solução
Para podermos dividir
Toda alegria e emoção

O abandono preferi
A criar outra ilusão
Já era, acabou, parti
Vou me achar na escuridão

Sorrir, ainda não aprendi
Vou por fim à relação
Desculpe, se te iludi
Sinto fria a pulsação

Meu coração não bate por ti
E nem impõe aceleração
Nem sei por que eu te escolhi
Fui racional, não emoção

A dor no peito também senti
E foi linda a declaração
Quis resistir, não consegui
Errei o “X” na opção

Vou ser feliz longe daqui
Quando tiver a percepção
E vou viver como vivi
Sem um amor, sem união

domingo, dezembro 06, 2009

Oito do nove

Gênero: Pagode

Seis minutos já se foram
E o dia feliz, agora é ontem
Os oito anos que se passaram
Que se descontem

Os oito correram
E em oito do nove
Um beijo, outro beijo
E ninguém descobre
Tesão que nos queima
È um fogo que sobe
Paixão tão ardente
Que bate e envolve


É paixão, é fogo, é chama
Ter você na minha cama
Amor, vou te fazer feliz
Eu sei você vai querer bis

Ao Prazer

Acordei, que desejo incessante de te encontrar
Que vontade mais louca de te agarrar
Mas que sonho mais quente,
Que a cama da gente, um fogo ardente fazia pegar

E eu sonhei com alguém que eu nunca pude imaginar
Mas a noite foi boa, chego a me excitar
Com o seu corpo lindo a me provocar

É um desejo
mais que profano que tenho ao te olhar
Não quero um beijo
Quero uma noite contigo e ao prazer te levar


A luxúria é o pecado que eu mais quero cometer
Amanhã, eu nem sei se eu quero de novo te ver
Se eu a vir, pode ser que a gente volte a se entregar
Ao prazer, e ter mais uma noite pra gente gozar

quinta-feira, dezembro 03, 2009

O samba é religião

Não podia deixar de homenagear o samba (com o perdão do atraso) em seu dia, 02 de dezembro, Dia do Samba.



João Nogueira, Noel Rosa e Cartola. Acho que não poderia começar minha homenagem de outra forma, tal como as orações que iniciamos por Pai Nosso, Ave Maria, entre outras quaisquer.
Certo dia, me disseram que religião é onde nos sentimos bem. Ou seja, o samba é minha religião. E, com certeza, não é só isso. Ele é minha família, meus amigos, meus amores, e por que não, alguns desafetos? Enfim, é minha vida. Cada momento feliz que guardo na lembrança, tem samba na história. Apresentações em palcos, casas de shows, festas e claro, botecos dos mais fuleiros. E são nesses que guardo as melhores recordações.

Samba é meu assunto, é meu tema, é meu poema, é meu pensamento, é meu instrumento, é meu banjo, é meu cavaquinho, é não estar sozinho. Não consigo esboçar minha vida sem meus irmãos. Não só os de sangue, mas os de samba. Como imaginar não ter conhecido o Alemão e o Negão? Pela forma que os chamei, dispensa descrição. Já enchemos uma mãozinha e mais um pouco com anos de samba, de parcerias e claro, de irmandade.

Tantas cordas quebradas, amarradas ou até desafinadas. Foram tantas... que mesmo fora do tom, com som dissonante da seqüência ainda procuramos entender a ciência do samba. E nunca a entenderemos em formato pleno.

Se não fosse o samba, não tocaria, não sairia, com nada me identificaria, ou seja, nada seria. Não vivo do samba, mas vivo de samba. Meu coração, como sempre digo, não bate, batuca, faz a marcação. E ele já deve estar até acostumado com essa síncopa, com essa alteração entre peso e convenção.

Se não fosse o samba, meus amigos seriam outros, meu gosto seria outro, meu mundo seria outro. Nem sou sambista de escola, de quadra, de botequins, da noitada. Sou um sambista por amor, pela poesia, pela levada, que é única. Não temos nada parecido.
O samba é minha mãe, meu pai, minha espiritualidade, minha alegria, é o que me faz sorrir e respirar melhor, me torna pleno em prazer, independente da tristeza. Gostar de samba não é para qualquer um, tem que ter esse dom para se sentir a tristeza sem ser triste, é lidar com o amor na felicidade ou na dor, é zombar da dureza da vida de um trabalhador, é protestar contra qualquer preconceito, principalmente o de cor.

“Ser sambista é ver com os olhos do coração”, é a “nossa expressão mais popular. Quem faz samba, faz a história de um lugar”. Sempre vou dizer que “prefiro o meu pagode, pulsando forte, bem lá no fundo do quintal”, que o samba “é eterno porque é raiz”, que “não precisa se estar nem feliz, nem aflito, nem se refugiar em lugar mais bonito, em busca da inspiração”. O samba é tudo isso e muito mais, tem o ritmo dos carnavais, tem nostalgia, alegria, melancolia, tudo na mesma poesia.

“Há quem gosta e finge que não gosta e samba pelas costas pra não dar o braço a torcer”, há quem participe, quem constrói essa história e há os que o amam. Esses, por sua vez, perpetuam os antepassados, as grandes canções e seu amor por essa música que é tão nossa e vem sendo tão maltratada. Mas, sem dúvida superaremos isso e ninguém manchará essa história tão bonita que envolve o samba, sua origem, sua formação, suas mudanças ao longo do tempo e, assim como no início julgo fundamental encerrarmos com uma espécie de amém. “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”.

Sem identidade

Enfim despertei
Nem sei onde estou
Será que eu mudei?
Ou tudo mudou?

Não ouço mais samba
Batido na mão
Já não mais se dança
Com tanta emoção

Não tem botequim
que tem batucada
Não tem cavaquinho
com a molecada

Não é popular
Nem é brasileira
Não toca no bar
Não honra a bandeira

Não dá mais pra ser assim
Nosso som original
Em terra tupiniquim
E de clima tropical
Nosso samba ter um fim
Ter silêncio no quintal
Só se ouvir o tamborim
quando chega o carnaval

Lembranças

Não guardamos mais lembranças
O que importa é o presente
As memórias de criança
Hoje em dia são ausentes

Palavras são sem valor
Pra sorrir, não temos tempo
De a família ter mais calor
E se unir no contratempo

Pensamos somente em nós
Em juntarmos nossa riqueza
Somos nosso próprio algoz
Nos fingimos de fortaleza

Mas somos areia e não cimento
Precisamos da água e do ar
Para banhar e dar movimento
Para assim nos completar

Somos frágeis no coração
E repletos de esperança
Vulneráveis na emoção
Resultado das lembranças

Repeteco do passado
Revivamos, refaçamos
Mas lembre-se, cuidado
Da vida que levamos

O hoje será memória
Não deixe o hoje passar
Sem ser um capítulo na história
Para amanhã você se lembrar

terça-feira, dezembro 01, 2009

Indecisão

Por quê?
Por que eu sofro assim?
Será que é o fim?
Será que acabou?

Por quê?
Não sei o que pensar
Você sem me falar
O que nos separou

Não sei
Se fiz algo de errado
Estou apaixonado
Não quero te perder

Não sei
Se foi só ilusão
Mas choro a indecisão
Não sei o que fazer

Tentar te esquecer
Talvez a solução
Para o meu coração
Que tanto ama você

Só quero entender
Por que foi se afastar
Eu posso esperar
O tempo resolver

Se houver uma opção
Quero continuar
Poder te abraçar
Beijar-te com paixão

Não quero me iludir
Você já me avisou
Não quer um novo amor
E eu a persistir

Já pensei em apagar
Você da minha mente
Mas sempre está presente
Do sonho ao despertar

Saber ter paciência
Quem dera eu pudesse
Saber o que acontece
Explicar a tua ausência