Mais um corpo preto assassinado
Mais um corpo preto assassinado
A cada dia, um novo caso
Sem A pra virar acaso
Não é acaso, é descaso
Mais um corpo preto assassinado
A cada dia, um novo caso
Sem A pra virar acaso
Não é acaso, é descaso
Ou melhor dizendo, tem causa
Só não tem pausa
É um atras do outro
Em comum, a cor do corpo
Só não tem pausa
É um atras do outro
Em comum, a cor do corpo
Dessa vez, um vendedor de balas
Das doces, não das amargas
De por na boca, não nas armas
Das doces, não das amargas
De por na boca, não nas armas
Balas todos os dias são vendidas
Algumas saboreadas
Outras perdidas
Algumas encontradas
Após perdermos vidas
Algumas saboreadas
Outras perdidas
Algumas encontradas
Após perdermos vidas
Uma é 3, duas é cinco,
É um racismo cínico
À luz do dia em Niterói
E o que mais me destrói
É que não acabou
Logo terá outro, sempre preto,
Que, no susto, a arma disparou
E não tem idade,
Menino de 9 anos, mesma do meu filho
Também virou alvo do gatilho
Pra ferir o pai, líder na comunidade
É um racismo cínico
À luz do dia em Niterói
E o que mais me destrói
É que não acabou
Logo terá outro, sempre preto,
Que, no susto, a arma disparou
Menino de 9 anos, mesma do meu filho
Também virou alvo do gatilho
Pra ferir o pai, líder na comunidade
Disputas territoriais
Litígio agrário, áreas rurais
Anunciaram-se policiais
Invadiram a casa e sem menos nem mais
Pegaram o moleque embaixo da cama
E mataram na frente dos pais
Nesse caso, vingança, mais que desumana
Litígio agrário, áreas rurais
Anunciaram-se policiais
Invadiram a casa e sem menos nem mais
Pegaram o moleque embaixo da cama
E mataram na frente dos pais
Nesse caso, vingança, mais que desumana
mas, adivinhe a cor do rapaz
Esse, em Pernambuco, Barreiros
De criança, tinha uma charada que eu ouvia
Qual dos estados brasileiros
Com 10 letras e nenhuma repetia
O que de fato o estado brasileiro repete
É o R-A-C-I-S-M-O
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete
De criança, tinha uma charada que eu ouvia
Qual dos estados brasileiros
Com 10 letras e nenhuma repetia
O que de fato o estado brasileiro repete
É o R-A-C-I-S-M-O
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete