Tenho deixado pra amanhã
Decorar o que escrevo
E o que eu escrevo
É sobre hoje
Um hoje que é hoje há tanto tempo
Eu escrevo sobre o Brasil
Sobre Osasco, sobre sentimento
Eu escrevo sobre o frio, o fuzil
E um Estado violento
O que eu escrevo está em papel
E memórias online, digitais
Sobre o que vi nos jornais
Sobre o que eu li no cordel
Slam, sarau, e a poesia segue no ar
Pronta pra ser encontrada bruta; e lapidada,
Às vezes, curta e enxuta, às vezes, encharcada
Salgada de lágrimas, que fazem borrão da caneta
Por vezes, azul; raramente, vermelha; por vezes, preta
O papel manchado e a mancha do passado
Que me fez sentar e escrever de veneta
Mas, escrever pra que, se não decoro pra dizer?
Pra publicar? Onde? Pra quê que alguém vai ler?
Quando ouvir este, que eu tenha decorado
Que eu tenha declamado
Pois, pra quê poesia?
Se rimar é por si, rebeldia
É transcrever gritaria
Na gaveta, trancado
É só mais um verso, disperso, calado.
quarta-feira, fevereiro 27, 2019
terça-feira, fevereiro 26, 2019
Fala de Mim
Eu tenho tanto pra te falar
Eu tenho tanto pra te dizer
Só que às vezes, prefiro calar
E em outras, escrever
Eu preciso me comunicar
Eu preciso me expressar
Nem sempre foi assim
Teve vez que eu queria gritar
O que iriam pensar de mim?
Ah, se eu nem me preocupasse
Se eu nem ligasse
Que alguém me julgasse
Falem bem ou falem mal, falem de mim
Não, não mesmo!
Já pus muito na frente o silêncio
Pra não entrar no rol do ruim
É uma necessidade vital, saca?
Penso muito, tenho altas viagens
Minha opinião não emplaca
Eu calculo a dosagem
Da hora de estampa-la na placa
Da hora de guardá-la em bagagem
Hoje, sou MC
Nem de rap, nem de funk
Preparo e faço cerimônias por aí
De bodas, casório e debutante
Bem diferente de antes
Que, diante de outros estudantes
Recolhia-me insignificante
Gordo, baleia, elefante
Tá aí, coisa que nunca aceitei
Sentia, sofria, calei
Guardei no quarto solitário
Onde tanto me esquivei
Muitas, muitas vezes, pensei
Eu e a vida, eu e a morte, belo páreo
Seja qual for sua dor, sua chaga
A ferida que traga
Você vai superar, eu sei
Eu tenho tanto pra te dizer
Só que às vezes, prefiro calar
E em outras, escrever
Eu preciso me comunicar
Eu preciso me expressar
Nem sempre foi assim
Teve vez que eu queria gritar
O que iriam pensar de mim?
Ah, se eu nem me preocupasse
Se eu nem ligasse
Que alguém me julgasse
Falem bem ou falem mal, falem de mim
Não, não mesmo!
Já pus muito na frente o silêncio
Pra não entrar no rol do ruim
É uma necessidade vital, saca?
Penso muito, tenho altas viagens
Minha opinião não emplaca
Eu calculo a dosagem
Da hora de estampa-la na placa
Da hora de guardá-la em bagagem
Hoje, sou MC
Nem de rap, nem de funk
Preparo e faço cerimônias por aí
De bodas, casório e debutante
Bem diferente de antes
Que, diante de outros estudantes
Recolhia-me insignificante
Gordo, baleia, elefante
Tá aí, coisa que nunca aceitei
Sentia, sofria, calei
Guardei no quarto solitário
Onde tanto me esquivei
Entrei, tranquei, horas e dias, passei
Desabafei, foi necessárioMuitas, muitas vezes, pensei
Eu e a vida, eu e a morte, belo páreo
Seja qual for sua dor, sua chaga
A ferida que traga
Você vai superar, eu sei
Lembretes:
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segunda-feira, fevereiro 25, 2019
Novo Passo pra Trás
Dois mil e dezenove,
O ano então começou
Dia 1 do 1 chegou
A esperança que se renove
Nesse discurso que cansou
Parem, por favor, de fingir
Só a virada de calendário
A contagem de 3, 2, 1, no horário
Não diz que o mundo vai evoluir
Muito, muuuito pelo contrário
Nós buscamos no passado, o futuro
Pelo aprendizado, pela história?
Antes fosse, mas, pela opressão da escória
Que se impôs, deixando claro que o escuro
Tomou seu lugar no pódio da glória
E nem precisou ser goleador
Ou ouvir: “esses negros cantam demais”
Ele só mostrou que seu muro desfaz
Como um sopro na casa de Heitor
E nem somos lobos correndo atrás
Foi madeira pra tudo que é lado
Madeira, matéria-prima de construção
Os tocos que alicerçam no chão
Mesmo num morro dependurado
Foi nosso passo pra impulsão
E o passo que já foi dado
Não recua NEM FO-DEN-DO!
Pode ser até o Coiso dizendo
O futuro é inesperado?
Não acho, mas, o meu passo
Pelo menos, desse não me arrependo
O ano então começou
Dia 1 do 1 chegou
A esperança que se renove
Nesse discurso que cansou
Parem, por favor, de fingir
Só a virada de calendário
A contagem de 3, 2, 1, no horário
Não diz que o mundo vai evoluir
Muito, muuuito pelo contrário
Nós buscamos no passado, o futuro
Pelo aprendizado, pela história?
Antes fosse, mas, pela opressão da escória
Que se impôs, deixando claro que o escuro
Tomou seu lugar no pódio da glória
E nem precisou ser goleador
Ou ouvir: “esses negros cantam demais”
Ele só mostrou que seu muro desfaz
Como um sopro na casa de Heitor
E nem somos lobos correndo atrás
Foi madeira pra tudo que é lado
Madeira, matéria-prima de construção
Os tocos que alicerçam no chão
Mesmo num morro dependurado
Foi nosso passo pra impulsão
E o passo que já foi dado
Não recua NEM FO-DEN-DO!
Pode ser até o Coiso dizendo
O futuro é inesperado?
Não acho, mas, o meu passo
Pelo menos, desse não me arrependo
Lembretes:
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sexta-feira, fevereiro 22, 2019
Torcida e efeito
Chegamos ao governo Bolsonaro
O mito como foi designado
Tem muito pouco ou quase nada
A se orgulhar por ser “culpado”
Antes de eu ser apedrejado
Entenda o que escrevi
Ele pode ter vendido bem o perfil
O que eu realmente não entendi
É quando e onde foi qualificado
Pra governar (como diz a música) a porra do Brasil
E mais: estamos sob a gestão (ou indigestão) de Jair
Isso não significa que vou secar, agourar,
Nem tampouco, consentir
Que Ustra seja brilhante ou livro de cabeceira
Você consente ou leva na brincadeira?
Eu lembrarei se algo assim te atingir
Não desejo nada, nem o mal, nem o bem
Estou só de butuca, a olhar o que vem
Torcer? Não é futebol que a bola pega um vento
Caprichosamente, vai na trave
Rebate e vai fora, ou mata e vai dentro
Na cara bate o sol, meu nove se aproveita
E a torcida comemora
Ou num chute que desvia e pega efeito
O goleiro já saía, a bola entra e não tem jeito
Isso cabe torcida
Todo mundo lado a lado, gente unida, camisa igual
Sentimentos movidos por um ideal
Gritar ‘é campeão no final’
Não vou ficar de boa
Com quem acha de boa ser fã de torturador
Ser opressor por essência e com consciência
Nós, rivais, eles chamam de defensor de ladrão
Do cara que está na prisão
Não, você não entendeu sua condição
Um pouco acima da facada do #EleNão
O mito como foi designado
Tem muito pouco ou quase nada
A se orgulhar por ser “culpado”
Antes de eu ser apedrejado
Entenda o que escrevi
Ele pode ter vendido bem o perfil
O que eu realmente não entendi
É quando e onde foi qualificado
Pra governar (como diz a música) a porra do Brasil
E mais: estamos sob a gestão (ou indigestão) de Jair
Isso não significa que vou secar, agourar,
Nem tampouco, consentir
Que Ustra seja brilhante ou livro de cabeceira
Você consente ou leva na brincadeira?
Eu lembrarei se algo assim te atingir
Não desejo nada, nem o mal, nem o bem
Estou só de butuca, a olhar o que vem
Torcer? Não é futebol que a bola pega um vento
Caprichosamente, vai na trave
Rebate e vai fora, ou mata e vai dentro
Guardo a torcida pro futebol
Que o goleiro adversário sobe pra tirar a bolaNa cara bate o sol, meu nove se aproveita
E a torcida comemora
Ou num chute que desvia e pega efeito
O goleiro já saía, a bola entra e não tem jeito
Isso cabe torcida
Todo mundo lado a lado, gente unida, camisa igual
Sentimentos movidos por um ideal
Gritar ‘é campeão no final’
Não vou ficar de boa
Com quem acha de boa ser fã de torturador
Ser opressor por essência e com consciência
Nós, rivais, eles chamam de defensor de ladrão
Do cara que está na prisão
Não, você não entendeu sua condição
Quer arma e munição?
Sentirá no peito, a perfuraçãoUm pouco acima da facada do #EleNão
Lembretes:
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Poemas,
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O Meme do Morgan
Chegou aquele dia
Que a galera pega o meme do Morgan e posta
Que é a favor da Consciência Humana
Consciência Negra é racismo reverso
Ô meu Deus, só uma coisa te peço
Dai-me sabedoria pra aguentar essa bosta
Na porra da bandeira, além de ordem, está escrito progresso
Até pokémon evolui e você nesse argumento
Ultrapassado é pouco, chegado
O racismo é enraizado
E não sai pelo esquecimento
Aliás, eu tenho uma sugestão
Se você acha que parando de falar de negritude
Vai acabar o racismo e mudar atitude
Comece por você, guarde seu meme lá
Imprime, enrola bem enroladinho
E se você já é bem resolvido
com a sua Consciência dos Seres Humanos
Saiba que criticar o 20 de novembro
Não passa de passar um pano
Ao preconceito violento
E a cor da paz ainda é o branco?
(texto feito em 20.11.2018) demorei pra publicar, mas, vale deixar aqui para leitura e views
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