sábado, dezembro 31, 2011

Novo Fim


Final de ano chegando
Dizem até que o final do mundo
Será que o mundo ‘tá’ acabando?
Se não está, ‘tá’ num buraco fuuuundo

Algumas coisas nos fazem crer
Que pode até ter fundamento
Esse tal acontecimento
Com data e hora marcada
Mas falam cada coisa, que parece piada

Fala sério, data e hora pro mundo acabar?
Enfim, quase tudo se programa
Por falar em se programar, em projetos...

Quais são os seus pro ano que vem?
Já fez aquela listinha furada?
Vai dizer que não é...

Não vem com essa também
Você bate metade da meta estipulada?
Ah tá, quer enganar quem?

Aqueles 10 quilos a menos na listinha
‘Se contentam’ com três no final do ano
E ‘tá’ muito bom...

A gente faz um monte de promessinha
E na desculpa de errar é humano
Retraídos, mudamos o tom,

O tom, não as palavras
Chega essa época, prometemos de novo
Que no novo ano, seremos isso e aquilo
“Tenho um objetivo, vou atingí-lo”
Balela, papinho, sob efeito de champanhe
Ou de um bom vinho

A única ideia que pretensiosamente sugiro
É que acredite que o mundo vai acabar
Talvez perca o medo de arriscar

E viva com vontade e sabedoria
Não falo de ligar o “foda-se” e se esbaldar
Falo de planos inteligentes, de galhardia

E atitudes bem mais coerentes
Para caso o mundo acabar no tal dia
Ao olhar pra trás e pra frente
Sinta orgulho, não agonia
Do tempo ter passado e você ter ignorado
Que o ano, o mundo, sua vida certa hora acabaria

Está aí mais uma oportunidade
E apesar da realidade ser cruel, sem piedade
Saiba conviver, enfrentar a adversidade
Para que o novo minuto, traga alegria
O novo trabalho, competência
O novo ano, experiência, maturidade
E mais além da valentia, nova e plena felicidade.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Ato final

Vai que o mundo acaba em 2012
É bom fazer um balanço geral
Prepara a foto, ‘faz’ a pose
‘Dá’ um sorriso legal

Passe nesse rosto toda expressão
Do que é, do que foi, e o que queria
Seja você em qualquer situação
Expresse amor e a agonia

Ninguém é imune aos arranhões
Ninguém passa sem tropeções
Dê a cara na vida e no retrato

Pedras, quedas, congratulações
Emoção, dores, sensações
Viva cada dia você, de fato

quarta-feira, dezembro 07, 2011

CLUBE DO OUVINTE


Ouça aqui:
CLUBE DO OUVINTE VALE FM - FAÇA PARTE!!!



Entre em contato com a Vale FM e conheça as vantagens e planos.
(33)3731-1112
valefm08@yahoo.com.br

Locução: Diego Souza
Produção e Edição: Diego Machado

CAMPANHA VALE FM (NATAL 2011)

Pessoal, quem puder ajudar, entre em contato com a Vale FM (33) 3731-1112

Estamos organizando um sistema parecido com o Papai Noel dos Correios, com a adoção das cartinhas. Quem puder, participe da campanha.


Ouça aqui:
CAMPANHA DE NATAL 2011 - VALE FM


A Vale FM agradece.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Parcerias

Luciano Tanure, Sandro Silva e Diego Machado no Centro Cultural Luz da Lua

04/11/2011 - Araçuaí/MG



sábado, novembro 05, 2011

Parece bobagem


Parece bobagem pra uns
Sentar à beira de um bar
Ouvir sons incomuns
Raros de se escutar

E fugir do tumulto geral
Do sucesso que canta a nação
E num palco tão original
Cordas vibram a voz da emoção

Quem espera o som tão distante
Não enxerga a um palmo do olhar
Não leva seu canto adiante
Não entende seu próprio lugar

Nem entende o que fala o vizinho
Desconhece o prazer musical
De ouvir um cochicho baixinho
Só conhece pular carnaval

Cachaça, música, caldo, companhia
Som, espaço, amigos, melodia
Cerveja, conversa, encontros, melodia
Tudo à sua volta, basta fazer poesia.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Quatro Tons







(Homenagem à época mais feliz da minha vida: Grupo 4 Tons - muita saudade)












Já de longe dá pra ver
A saudade o que nos faz
Faz do olhar um amanhecer
A saudade de tempos atrás

Nessa fase que passou
Que a alegria fez voltar
Por bobagem separou
Volta à tona pra não acabar

Nessa intersecção
Alma presente na distância
É tão gostosa essa emoção
Tal unidade me concordância
Ver o conjunto enfim inteiro
Com numerais mais racionais
Maturidade o tempo traz

E com tons em união
Se afina a harmonia
Retomada a relação
Se reconstrói a melodia
Longe vai o som
Quatro tons

Reticências

Ponto final
Começo assim
A descrever meu fim

Que temia tanto
E agora não há pranto
Que recue o tempo

As palavras que propaguei
Que defendi e me orgulhei
Caíram por terra
Assumo, falhei
Com orgulho ferido, errei

E a terra que caiu
Hoje sufoca e me cobre
Lembrando brincadeira de praia
De infância
Ser coberto por areia

Agora é terra
Onde o ar não permeia
E sem brincar, mata
às vezes, lentamente
às vezes, tão veloz
Que tão subitamente
Perde a voz

E nessa vida não tem após
Tem a continuidade
Igual prova de revezamento
Um para, o outro vai

Passa o bastão
E naquele exato momento
Pra esse acabou, fim da linha
Pro último, a de chegada
A glória da faixa final

Na vida, queria terminar a prova
Mas errei na condução
Saiu a punição
Eliminado
Para mim, acabou.
Agora, deixo reticências...

Sem opinião

Indignação
Sentimento que demanda consciência
O que restringe essa sensação
A quem tenha inteligência

Para discutir e debater
Questões diversas
Política, sociais
O que exclui ainda mais
Quem é capaz de entender

Palavras que vão além
E muito podem dizer
Sem sequer pronunciá-las
Ou saber usá-las bem

Amenizam o caos
Criam o terror
Mocinhos, vilões
No poder das expressões
Formam opiniões...

Não! Apenas reproduções
De quem tem na mão
E propaga ideias com reflexão
Proliferadas sem opinião
Sem individualidade
Já que não há a capacidade
De uma autoral posição

Resultado: aceitação
Dos modelos da televisão
(como exemplo pra questão)

Sem discutir esses padrões
Há quem se espelhe
Nas incoerentes definições
Nas imagens perfeitas
No que dizem ser bem

E independente da vontade
Isto é, de que quem as têm...
Respaldam a barbaridade
Cultuam o Zé Ninguém

Antes daquele papo de humildade, oportunidade
Volto ao termo capacidade
Este sim, com ou sem palavras
Sem a chance, o espaço do coitado
Diz muito sobre alguém.

Medo Presente do Tempo

Ouça o poema na voz de Diego Machado
Medo
São tantos
Tantas fobias
Tanto pavor que agonia
Mas o medo muda, varia

Hoje é conformado
E outro problema se cria
Aceitos os medos
Conformando-se com eles
Resta descobrir
Como se portar, como reagir

Surge então outro problema
O medo cede seu espaço
Para seu próprio combate
Reação vingativa e revolta
Enfrentar sentimento covarde

Que a vida, com tempo esgota
todas as possibilidades
Do problema maior que apavora
Numa cadeia de relações
Entre atos e omissões
Que o tempo deteriora

Com a cruel concordância
Inércia em constância
Com o que se pune
Nossa estima e capacidade
De ver sempre tão imune
A ilegal sagacidade

E por mais que se apure
Por mais que se acuse
A triste verdade
É faltar atitude
Inclusive pra reagir a isso

Mas, parece inevitável
O tempo me torna domável
Não muito amável
Quando me vejo de fora
Torna o absurdo aceitável
Viro um ser domesticável

segunda-feira, outubro 24, 2011

Riscos e gotas







(Homenagem a Dom Enzo Rinaldini)





Ouça o poema na voz de Paloma Potenza

Breves são as palavras de tristeza
Pois lágrimas borram estrofes inteiras
Uma gota; e se perde um verso
As palavras escorrem
Os sentimentos também

Sejam dos olhos, sejam dos dedos
Que percorrem linhas sob o risco
Ou melhor, sob os riscos
Da folha e da perda
De um registro de gratidão
Em breves palavras

Palavras poucas, vezes desnecessária
Graças honrosas de todo um lugar
De todo um povo
A tudo novo que ele pôde enxergar
Sonhar, crer, realizar

Um passo sempre à frente no olhar
Tornou santidade sua força de vontade
A fé
Que toda uma cidade
Tão distante de sua terra natal
Fosse abençoada como tal
Nessa distância, hoje ainda maior

Ficam os ensinamentos, a sabedoria
A imagem santificada
Intacta na integridade
De cada expressão de saudade

O Vale hoje molha o chão seco
Porém fértil de semeadores
Em suas mãos, as bênçãos da semente
Não a chuva sempre esperada
Nem um rio afluente
Toda essência sempre inspirada
Que em sua bravura e sutileza
Faz a área seca, uma represa

E nem precisava tanto
A tinta escorre com apenas uma lágrima
E nada mais.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Música ou estilo?

Música e moda sempre caminharam juntas. Não me refiro somente ao visual dos artistas, mas aos estilos (entenda também gêneros musicais) que estão em alta ou em baixa para esta temporada. Concordo com o argumento que música boa não tem idade, mas é impossível negar que cada época tem sua música da moda. "Olha que não sou muito afeito a estes estilos do momento, mas... Vamos falar sobre". Essa relação de música e moda não para por aí. Além da moda e da música tem o tal "estilo de vida". Nem todos os gêneros musicais os têm, mas os que são facilmente identificados, de certa forma, se orgulham da tal distinção no convívio social. Distinção, não discriminação. De longe, se identificam adeptos de um gênero musical em determinados casos. O headbanger, por exemplo, chamado popular e erroneamente de metaleiro. Só um exemplo, tá?

Como dissemos, nem todos os ritmos têm suas bandeiras no dia-a-dia, mas hoje, por mais superficial que parece, algumas vezes até insana no meu conceito, algumas adorações se tornam prejudiciais à vida desses fãs no que se refere ao mundo real que muitas vezes se perde numa idolatria sem fundamento. Idolatria, ídolo, estas são outras palavras da moda. Hoje, brotam ídolos a cada semana. Ok, concordo com o argumento que a música está sucateada e a adoração - a idolatria - cada vez mais mutante, no sentido literal mesmo, de estranha e de pouco firme, com variações num curto espaço de tempo. Feita uma breve discussão sobre esse lance de estilo de vida e música, voltemos à relação música/moda.

Muito "up" ou "in" também, além dos estilos extravagantes na vestimenta, é criticar os tops do momento. Um é bicha, a outra é fresca, e por aí vai. Confesso ser um dos "vigilantes" e contrariar quase tudo que está no sucesso. Musicalmente, considero bem chato, mas, isso é questão de gosto musical, pura preferência. Apesar de estar nesse rol "do contra", por não gostar das músicas "mais pedidas", entendo que essa vulnerabilidade em se ter ídolos, em gostar de alguém, em amar um artista esta semana e na outra, nem lembrar dele, envolve muito mais que a relação do sucesso na mídia e o gosto musical. Conhecimento e objetivo são duas palavras que entram agora nesse debate. Música sempre foi e ainda é uma ferramenta de protesto, de expor uma arte, uma cultura. Com a fragilidade dos novos ícones da música e seus produtos criativos lançados a cada semana, o objetivo de aprender, de discutir, de conhecer por meio da música se perde no novo processo. Para muitos, a música tem outro objetivo: a distração, pura e simplesmente diversão. Não entenda como tradicionalismo ou saudosismo, mas o objetivo da música hoje não é causar reflexão em muitos casos. E essa ideia sim, foi abraçada por uma legião de jovens que querem se esbaldar e curtir novos sons, novas misturas, independente de seu objetivo; se foi feita somente para ter um som para se dançar ou quer apresentar algo além disso.

Partindo do público que aderiu a essa nova onda, subo as escadas e vamos ao palco, às luzes, aos efeitos, ao som que sai das caixas e faz a galera vibrar. Sem querer ser vago no discurso, mas chegamos agora ao ponto crítico: o público não quer música para refletir porque o artista não faz ou o artista não as cria, pois seu público não as quer? (Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?)

Partindo para o terceiro andamento da canção (quando tem), este conceito de música para ensinar, para expandir conhecimento fazia com que o público se identificasse com o artista, mesmo não sendo identificado nas ruas por uma vestimenta inconfundível. Esta ligação se dava no campo intelectual, o que agrupava fãs muito além da cor (ou das cores) de uma faixa, camisa ou qualquer outro acessório. Junto a isso, os que extrapolavam e seguiam à risca as atitudes do artista, inclusive fora dos palcos. Afinal, era esta atitude, este posicionamento que criava esse elo entre o fã e o músico. Tanto antes como hoje, há os que não têm a capacidade de separar até onde esse limite se torna algo legal para sua vida normal, longe dos palcos e das plateias de milhares de adoradores.

Nesse limiar de música, moda, idolatria, incluímos o verbo espelhar-se. Muitas atitudes que espelharam nossa juventude mostraram que nem sempre a inteligência poética tão compreendida pelo público e disseminada em hinos eternos da nossa música, fizeram jovens melhores nessa imagem espelhada do seu ídolo. Hoje, a tal atitude não é tão visível e proliferada pelos fãs de tudo do momento, mas certamente, uma imagem mais aceitável, nos novos preconceitos e, por mais vazia que esteja essa imagem, no que diz respeito ao "tudo mais leve" que se busca hoje, estão nos parâmetros. As novas idolatrias, os novos ídolos criam estereótipos bem diferentes em relação ao que se via até pouco tempo. Caveiras e sinais manuais deram lugar aos coraçõezinhos de mão.

Pergunte a alguns pais e mães, o que eles preferem para seus filhos. Alguns antigos espelhos de atitude ou rapazinhos que falam de amor, de família, de felicidade, sem causar polêmica. Não só os pais, mas até outros setores da sociedade preferem essa opção. Por mais que junto a este perfil, venha uma alienação, muitos optam pelos sinaizinhos de amor e pelas cores e amores eternos que duram pouco mais de um verão. E você, confesse qual foi o seu... Menudos, Dominó, todos já tiveram sua fase 'beliebers'. "Mudaram as estações..." As franjas, a cor da calça, e os idiomas... Só isso!

terça-feira, outubro 04, 2011

Fontes

Parece ironia
Mas, em pleno dia do poeta
A inspiração aqui no Vale
cai do céu
A chuva tão esperada
Molha além do chão
Traz palavras e voz
à garganta que secava
Quase calava
Clamando por água
Não a sede física, saciada em copos
Ela também
Mas, não somente ela.
À fonte de inspiração,
que seca, pouco pode banhar de cultura
e regozijar os que dela se aproximam
E independente da temporada
Se de seca ou de temporais
A fonte está lá
Mesmo sem água, edificadas ou naturais
Sabe-se onde está
Onde fica, onde é, onde tem
E olhe ao seu redor
Há muitas fontes
Muitas inativas, muitas jorrando
Muitas se formando
Outras, pingando
E é dessa água, clara,
com sabor de água da fonte
que o poeta se deleita
Saboreia, aprecia, se delicia
E proporciona a oferta de um gole
O caminho sob as gotas
Além de um rio, de uma imensa foz
De uma cascata como paisagem
A correnteza forte, atroz
Sem afogar na abordagem
O que parece natural
Para uns, mais que miragem
E noutra fonte, nada igual
Sem ser contida por barragem.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Fingimos, amamos

Não sei bem como se chama
Sei apenas que completa
Deixa os pés sobre as nuvens
Faz voar sobre ela
Sentir-nos elevados
Com sol e breu estrelado
Sob o sol, olhe ao lado
E elevados, voarmos
Sem qualquer espécie de medo
Além de voar tão alto
Ninguém domina seu segredo

Mistérios que não se revelam
Convivemos sem muito entender
Solitários e amantes esperam
Procuram compreender
Cada artimanha do sentimento
Que nos prendem a outro alguém
Não apenas por momento
Um transcendente envolvimento
Que a tua presença faz tão bem
Pode tornar-me outra pessoa
Bem capaz de ir além
De tudo que o consciente nos pesa
Que o coração não lesa
Pois tira todo o senso
Do que é nuvem ou chão
Asfalto, pedra, algodão
Impulso, razão
Do que tem ou não cabimento
No ridículo ato de amar
E  de mostrar esse amor
O quanto podemos jurar
O quanto podemos mudar
O quanto realizamos
Dessas juras fáceis

Feitas num mísero instante
Se nos deixamos levar
Se permitir repensar
O que é mais importante

Entender o que sentimos
Ou como reagimos
Quando nos permitimos
Sermos quem somos
Não omitimos
Não fingimos, não fugimos
Sim, amamos.

O que se diz liberdade

"Como é bom ter a liberdade...
De sonhá-la em sua plenitude"
Sempre preso à saudade
a eternidade nos ilude

Vivendo em eterna procura
Por relações infindáveis
Não percebemos a hora que passa
Perdemos segundos intermináveis

Que vagueiam como som no ar
A voz não traz repetição
Mas tem poder de ressoar
Fonema, pausa, respiração

Livre mesmo é o pensamento
Tem consciência qual juiz
Pune em dor e sofrimento
Tal o seu consentimento
A liberdade é quem a diz


Bonita tristeza

Cruel covardia
Em mim tão presente
A real oponente
Do prazer da alegria

A apatia covarde
Que se opõe ao sorriso
É o inverso preciso
da felicidade

Há quem veja a tristeza
Sentimento rival
Há outro tão forte o qual
Não me deixa incerteza

Incapaz de vibrar como a alegria
Que esbanja sinais, reações
Tão indiferente melancolia
Bonita em versos e emoções

terça-feira, julho 05, 2011

Mundo Virtual

Como seria um mundo virtual
Aplicado em realidade
Como seria se o normal
Fosse interatividade
Seja no mundo real
Não existisse outro igual
Fosse tudo conectividade

A interação entre os humanos
Apesar de mais distantes
Seria mais veloz
Será que entre nós
Nossas vidas, nossos planos
Seriam importantes
Sem ouvirmos mais a voz?

Teclas, siglas e texto
Toda história sem contexto
Na eficiência indiscutível
De relatar ao seu futuro
Ter vivido um passado
Sem conhecer esse aí ao seu lado
Nas fotos da sua tela
E ao abrir essa janela
Tantos rostos maquiados
Escolhidos, selecionados
Escondendo tantas guias
Abas cheias de erros
Muitos deles não informados

E a cada página deste book
Conhecemos o impossível
O que há de mais incrível
Nesta imagem, neste view
Que o avatar produziu
Onde buscamos mil
Milhares, milhões de alguéns
Pra nos dar parabéns
Pela beleza, pela pretensiosa qualidade
Que sempre julgamos ter

O mundo insiste em não ver
Mas isso é fácil resolver
Algumas teclas e clicadas
Informações de status alteradas

Seu novo perfil: alguém
A virtualidade tem esse poder
De na distância, unir perfis
Sou quem eu quero ver
Sigo o que você diz

Como seria ter códigos mágicos
Que tudo solucionaria
Bloquear os passos trágicos
Melhorar o quadro estético
Estreitar protestos críticos
Fim do trânsito caótico
Será que o mundo virtual
Seria menos neurótico
Mais honestos os políticos
Ou seja, pelo menos éticos
Como seriam mais práticos
Os encontros íntimos
Em salas particulares
Em sites, não em bares
Já que ainda não é real
Resta viver o convívio
De um mundo semi-virtual
Com uma breve perspectiva
Que a imagem que mantém viva
É a sua imagem ideal

sexta-feira, junho 17, 2011

Conhecendo e me conhecendo...


Há quase um ano longe da cidade-natal, amigos, família e tudo o mais, sigo me adaptando a novas realidades. Dentre elas, certamente estão os vales e montanhas que cercam e encantam cada canto que se olha. E em cada olhar, percebo que já vi tanta coisa e poucas vezes olhei. Não sou muito a favor da máxima que diz que uma imagem vale mais que mil palavras, até porque esta própria oração não se faz em forma de figura. Mas, hoje, reparo o quanto poder tem a imagem. Tola visão suburbana eu tinha que as palavras tudo explicavam. Nem sempre. Muitas vezes, acontece exatamente o inverso. Assim como a imagem também pode fazer com a geração de uma expectativa de algo que sequer exista.

Levando um pouco ao lado prático da história, como bom brasileiro que sou, e acreditem (coincidência), estou com a famosa amarelinha número dez, com cinco estrelas no peito no momento que descrevo esta percepção de um inovador auto-conhecimento, sou mais um dentre os quase 200 milhões que adoram futebol. Pena não ter sido privilegiado com a inteligência e habilidade de um craque, mas arrisco minhas caneladas e chutes nos mais longínquos rincões. 


Um deles, é este que ilustra cada palavra utilizada nesse novo e complexo estudo: conhecer a si próprio, nas mais variantes circunstâncias... e condições. 

segunda-feira, maio 09, 2011

Não dá

Sonhos e desejos, só imaginação
Difícil ter controle da situação
Razão que prevalece, consigo escapar
Não sei o que acontece, nem quero pensar

Meus olhos não se prendem
Os outros não entendem
Que nem tudo tem a ver com amor
Que o pecado pode ter sabor

Mas eu fujo no meu consciente
De um desejo que é tão presente
Por alguém quem eu amo mais
E esse alguém, tanto bem me faz

Mas não dá, não posso esconder
A vontade de outro prazer
Mas, respeito dá a quem se tem
E eu não quero machucar ninguém

Minha atração eu não posso mentir
Posso negar, posso tentar fingir
Mas falo apenas pra não me entregar
Meu corpo pede, mas pra mim, não dá

segunda-feira, maio 02, 2011

Será a paz?

Pronto, enfim matamos
A paz, agora sim, reinará
Prendemos, capturamos
Será o fim? Será?
De todo o mal nos livramos
Repito a pergunta. Será?

Vamos à rua comemorar
O assassinato do mal
De hoje em diante, tudo normal
O inimigo morreu
Então vencemos
Não nos enganemos...

Osama não é/era só terrorista
Era uma ideia, um símbolo
Assim como as torres de lá
Que feriram não só pessoas
Mas uma alma nacional
Que preparou seu rival

Para o ataque, para o combate
Quem vier, “mate”
Sem essa de empate
Somos a ostentação do poder
A nos atacar, quem ousará?
Se ousar, em breve morrerá
Ninguém se atreverá

Somos evoluídos, democráticos
Democráticos ou demagógicos?
Questionamentos enigmáticos
Sobre pensamentos tão lógicos

Como sonhar democracia
Se à nossa revelia
Atacamos quem contraria
Não somente ataque, revidamos também

Afinal, matamos pelo bem
Pelo nosso bem
Somos o bem
Gera dúvida de alguém?
Se sim, cuidado
Pode ser o próximo assassinado
Não pode ser apoiado
Quem está do outro lado
Outro lado: traduzindo, o mau

Já que o mal se foi
Também vou sair
Vou saltar pelas ruas
Quero me divertir

Ouvir o quase xará
O que ele pronunciará
O assunto é segurança
Fizemos vingança

Usamos a própria mão
Para o deleite da nação
Fez-se a lei de talião
Resolvida a questão

Soma mais este na lista
Bin Laden: terrorista
No décimo aniversário
Pra salvar nossa gente
Vai no dente por dente
Só aqui morre inocente
Nosso ataque é consciente

Vou rumo ao bi da conquista
Cabeça com cabeça
Algumas perfuradas
Outras, desmotivadas
Generalizadas, vingadas
Ensanguentadas

Mas, como disse, o bi é nosso
Sempre faço o que posso
No combate ao terror
Pelo Nobel da paz universal
Mesmo que o meu rigor
Seja proporcional
À violência a nós imposta
Ou em caso de resposta
Deixo aqui a minha aposta

O terror não era um
Um indivíduo qualquer
Não aceita jejum
Acredita quem quer

Sempre haverá mais um
Enquanto o sentimento houver
Use a arma que tiver
Nenhuma bala matará
Será?


segunda-feira, abril 25, 2011

Futuro?

Algo me causa muita estranheza
O que parece óbvio, reina incerteza
O mais importante sofre descaso
E não se isola num fato, nada de acaso
A desculpa se esvai, digna do vaso
Corrupção, pilantragem, safadeza

Pensar num país e ter esperança
Começa por pensar na criança
Desprezamos desde o nascituro
E orando, vislumbramos futuro
Respiraremos o ar mais impuro
Pagaremos a mais cara fiança

Se bem que deveria ser impossível
Livrar-se de crime tão incabível
Destruir, poluir a água nascente
Assim como o rio, se polui a corrente
Que poderia matar sua sede à frente
Ato nada inteligente, quase auto-destrutível

Como se planejar uma nação potência
Se o futuro, hoje pede clemência
É humilhado e nivelado ao nada
O que se planeja para a criançada
É ser conivente a palhaço em bancada
E crer no protesto, na consciência

E do lixo, sagra-se heróico resgate
Não quero matar, que o tempo mate
Eis que surge surpreendente salvação
Já que sobreviveste a este mundo cão
Saiba, que nesta terra só se dá razão
Pra quem pouco busca o combate

Não falo de lutas com armas, guerrilhas
Falo de bandidos, que destroem famílias
Assassinos que não portam escopetas
Apenas ternos, cargos, poder e canetas
Sem índole, escondem falcatruas, mutretas
Assinam e acenam ao futuro, cruéis armadilhas

quarta-feira, abril 20, 2011

Cada dia mais, quero menos...

A cada dia que passa
Fico mais reflexivo
É claro o motivo

Ao se ver tanta desgraça
Nada feito que desfaça
A tristeza que ataca

Na escola, na rua, em casa
Se nem na escola se tem paz
Como é que faz?

Pra se criar a esperança
Pra educar uma criança
Se nem pra isso há segurança?

Como gostar do estudo
Não aprendo, nada entendo,
Mudo

Calo-me à ordem do medo
Da reprovação, do mundo, de tudo
Do temor que é tão presente

Que ocupa o futuro
E vale muito analisar
O que há de vir pela frente

Que a fé está para amparar
Em ocasiões até escorar
Um pobre infeliz doente

Que na vã esperança
Ainda é crente
Vê futuro a essa gente

Acredita vagamente
Ser um cara inteligente
Esperto e coerente

Outra viagem
Crê na sua vasta bagagem
Não vê a um palmo a sacanagem

Que suas escolhas impuseram
Na imensa ignorância, lhe couberam
Dar continuidade ao que disseram

Crie, procrie, recrie, copie
E viver a real sobrevida
Sem lamentações, “é a vida”

Perde a graça, se não é sofrida
Quem disse isso?
Quem acredita nisso?

Pense no sentido de viver
Se crês que sofrer é preciso,
Por favor, me ajude entender
Por que só se conhece o paraíso
Depois que o corpo morrer

Por que procriamos?
Colocar quem amamos
No inevitável sofrimento
Egoísta, esse sentimento

Pensar no seu bel-prazer
Sem sequer importar-se
Se outro alguém vai sofrer

Cada dia mais, quero menos
Apatia
Alienação
Conformismo
Tensão

Cada dia menos,
temos o que precisamos mais
Paz

Leitura
Cultura

Evolução
Educação

Tantas Tristezas

A tristeza hoje me consome
Na mais apetitosa fome
Que devora meu sentimento
Sem restar por um momento

O mais curto e sincero sorriso
Lágrimas e dor estão sempre comigo
E as trago apagadas, perdidas
Dentro de mim, omitidas

Tantas tristezas nas reações
Que explodem em vibrações
Conduzidas numa mão infinita
Há quem diga é bonita, é bonita, é bonita

Chego a duvidar da felicidade
Se todos de alguém têm saudade
Dividimos pelo controle e sabedoria
Há quem caia no choro e quem disfarça alegria

segunda-feira, abril 11, 2011

Muro...

Até certo tempo se ouvia
Quer se dar bem?
Quer ser alguém um dia?
Antes de mais nada, estude
Seja bom aluno
É para seu futuro
Mas, hoje fico em cima do muro
Inclusive o da escola
Não sei pra que lado eu pulo
Pra dentro ou pra fora
A dúvida não vem de agora
Num ambiente detestado
Fica bem mais complicado
Aprender ser educado
Como se educa com revolta
De alunos e professores
Que detestam estar lá?
Se o prazer maior do estudante
É o som do mais alto e irritante
Sinal que o liberta
Que deixa a porta aberta
Para que ele veja a rua
A vida de verdade, a sua
Sem contexto com a história
Pelo menos a que lê no livro
Que tem a matéria da prova
Lá ele aprende uma e vive outra
Sem nenhuma conexão
Do porquê da violência
Não ‘tá’ no livro de ciência
Não cai na avaliação
E como consequência, lhe falta percepção
Da adormecida explosão
Que se potencializa ao lado
Em um garoto maltratado
Dentro e fora do muro
Que chora em seu quarto escuro
Toda dor que agüentou calado
Hoje se chama bullying
Conhecia como zuado, aloprado
O termo pode mudar
Mas não a revolta capaz de gerar
Em um jovem que sofre esse mal
E há quem fale que isso é normal
Coisa de criança, bobagem
E na ignorância plena
Modo que nos adestraram
Não permite que pensemos
Isso, nos ensinaram
A não questionar
É assim e pronto
Não podemos observar
E sacar outras visões
O que difere das nossas permissões
É o estranho, o diferente
Podemos dizer até... o errado
Aprendemos assim

Atribuímos o ataque à escola
À religião do assassino
No nosso desconhecimento
E estranha autoridade julgadora
Desvendamos o envolvimento
Com homens-bomba terroristas
Suas atitudes são mal vistas
E foi por isso que explodiu
Quero dizer, atirou
E cruelmente matou
Doze inocentes
O tempo passou
E ele revidou
Descontou como vingança
Cada palavra que o feria
Tal qual as balas disparadas
Que calado, sofria
E houve quem não percebia
Ou nada fez para o futuro
E hoje, por dentro do muro
Outros choram com revolta
Uma dor que não tem volta,
Mas tem dois lados
Dentro e fora do muro...

quarta-feira, março 23, 2011

Preciso chorar

Preciso chorar
Não queria, mas preciso
Não é por simples vontade
É caso de necessidade

Mas, de tanto choro contido
Deve estar até entupido
O canal que irriga o olhar
Que põe o sal na lágrima
E possibilita-nos chorar

E gota a gota com sal
Nos faz expor a lástima
Faz a vida repensar
E em rios, desaguar o mal
Pois não há receita igual

Pra desanuviar o sorrir do sol
Como no desenho maternal
Em que o sol queima cada dia mais forte
E na agonia da calmaria
Meu choro se abriria e arderia
Pelo calor, pela falta de sorte
Ou até pelo receio de uma real ou interna morte
Já que nem chorar eu consigo
Duvido até se estou vivo
Não quero, mas preciso

segunda-feira, março 21, 2011

Saudade

Como dói a saudade
Uma dor que invade
Sem limite e fronteira
De corpo e sentimento
É um distanciamento
Que arde, dói, queima
Machuca demais
E, com palavras informais
E, em dias normais,
Em instantes reais
Não valoramos
Julgamos sem mais
Não vivemos
Não sentimos
não curtimos
Não aproveitamos
Não percebemos
E quando perdemos
Aí sim, sofremos
Quando não temos mais

terça-feira, março 08, 2011

São Paulinas

Ser mulher é uma benção
Ser são paulina é uma dádiva
As mulheres nos encantam
As são paulinas nos completam
Mulheres são dignas de homenagem
São paulinas, de cortejos
Mulheres merecem companhia
São paulinas, as têm
Mulheres são seres divinos
São paulinas, carregam a santidade no peito
Mulheres se arrumam, se perfumam
São paulinas também, mas com o manto soberano
Mulheres são fortalezas e guerreiras
São paulinas, têm o espírito da luta
Mulheres amam
São Paulinas também
Mulheres sabem viver
São Paulinas vivem do aprendizado da vida
Mulheres são movidas à emoção
São Paulinas são a própria emoção
E mulheres têm seus defeitos, qualidades, o seu dia
São Paulinas; ah, as sãopaulinas...
São mais cores, mais amores, são tricolores.

Perfeita Criação

HOMENAGEM AO DIA DAS MULHERES

Belezas indescritíveis
Somente comparadas
Às imagens mais sensíveis
Flores, luas, combinadas

Na cor, na forma perfeita
Que o ser mulher conjumina
Na alma entregue, verdadeira
Da força e garra feminina

Traz no ventre, a ternura
Do nascituro e sensualidade
A mais perfeita criação ilustra
A forma humana da divindade

É poderio e romantismo
Vaidosa e em maioria
Suplantou o tal machismo
Venceu com o dia a dia

Manias elas tem também
Sequer ousamos entender
São ao nosso próprio bem
Somos incapazes de perceber

Por isso, que o charme causa encanto
E faz de nós o que bem quer
Qualquer sensação não causa espanto
Se frente a ela, está a mulher


VEJA TAMBÉM: 

Segredo é o amor


De novo, pra falar de amor
Quando vem do coração, sai sem pudor
De rima-lo com a frequente dor
Sem qualquer, receio, vergonha, temor

Perdão agora quero pedir
Antes cantado, vou repetir
Perdoe a minha simplicidade
Abusar das rimas: amor e saudade

Amar é fórmula que simplifica
Tal equação, nem Freud explica
Amor é ato repetitivo
Remédio com princípio ativo

Que tem contra-indicações
Ferir dois, três corações
E pode não ser reagente
Solidão é vírus tão presente

Amor, transcedental
Química física, sexual
Lamento quem nunca amou
Quem também não se entregou

Pois esse, da vida não pode dizer
Que conhece alegria e prazer
Se puder, ame, ame, ame, sem medo
Já amei tanto, muito amarei, e hoje eu sei
Que a felicidade se esconde nesse segredo

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Domingo TV

Em um domingo caseiro (20.02.11), tentei assistir à TV, que chiava. Ventania e parabólica, definitivamente não combinam. Quando funcionou, tive que assistir ao canal de símbolo e nome que se referem ao formato esférico, que neste domingo estava (com o perdão da ironia), mais redondo ainda e com a programação (perdão novamente), redondinha também. Ronaldo, o dia todo. Beleza, vai. Homenagem merecida.

Mas, para meu espanto... espanto nada, dificilmente algo me assusta nesse sentido. No sofá, tentei zapear a maior invenção da humanidade depois da roda, o controle remoto. Desesperador. Mantidas as formas geométricas, o concorrente discutia, ou melhor, reaquecia a fama de seios falantes e deprimidos, portadores de algo ao seu redor que, se não me engano, até certo tempo, se chamava mulher.

E, não contente com a valorização de um tema tão relevante (?!): seios deprimidos; a divagação opinativa (já que embasamento teórico foi ridiculamente ignorado) ganhava o carimbo e a tarja preta, seja aquela “censurado” que cobria as fartas mamas, seja as tarjas de censura num sentido mais amplo de “proibições”. Não que preferisse tal forma de controle, contudo, pergunto: por que não recorrer a opiniões abalizadas, ou pra ser mais preciso, informações de um especialista, e não opiniões a esmo para sanar qualquer lamentação infundada do par de seios e do desenvolto falador de microfone, opinador inapto, porém convicto? Tem algo muito estranho mesmo...

Redondos por redondos, optei pela bola de verdade, pelas pelejas na TV.

- Nossa!!! Que avanço...

Ok, reconheço que a troca não foi tão vantajosa assim, mas serviu para refletir sobre o tempo que dedico ao mágico e fascinante eletrodoméstico e que ele, em suas formas cada vez mais arredondadas, vem deixando seus espectadores cada vez mais retos, fininhos, vazios, sem programação e, por que não, (quase) quadrados?

P.S.: O pior é que, domingo a domingo, a cena se repete...

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Noite, Eu

Entre copas, lua cheia
Entre galhos, luz permeia
Acende o que era escuro
Sonho irreal, sonho futuro

De um movimento perdido
Um fluxo de olhar omitido
Conduzido a canções e lembranças
Sensações irreais às crianças

Que aguçam o maduro paladar
Assim como café ao despertar
Desejando a noite negra e clara
Que assim como a hora, não para

O ontem, agora se faz presente
Na leitura do poeta, indiretamente
Oblíqua volúpia, sombreado apogeu
Noturno, obscuro, mascarado eu

sábado, fevereiro 19, 2011

Sonhos reais

Sonhos
Acordados
Adormecidos
Inesperados

Saudades
Prazeres
Verdades
Vontades

Inconscientes
Racionais
Sonhadas
(Ir)reais

Controlados
Improváveis
Realizados
Saciáveis

Por que sonhar com algo irreal
Que não existe na consciência?
Sonhos e vida: mistura fatal
Inexplicável até à ciência

Viagens, sonhos, pesadelos, reações
Vida, ciência, consciência inconsequente
Respira, acorda e faz lamentações
Agora, desperto, quero sonhá-lo novamente

sábado, fevereiro 12, 2011

Clara Escuridão


Esperando o dia clarear
E não é só o sol sair
Esperar nuvem se abrir
Para o dia começar

Sentado aqui, vejo o breu
Não por questão de horas
Escuridão entre histórias
Que o dia não esclareceu

Sob o sol, raios velados
Tempestades impetuosas
Verdades sobre nebulosas
Flashes, fatos não revelados

Enquanto isso, amanhece
Lindo azul clareia o Vale
E por mais que o dia não fale
Esconde claramente o que acontece

quinta-feira, janeiro 27, 2011

ia

Como é bom poder ver
Tantas coisas que não via
Que muitos não viam

E poder perceber
O que antes não percebia
Meus olhos não percebiam

Só não pude entender
Porque não entendia
Fatos simples, que não se entendiam

Ver uma estrela acender
Que eu não sei se acendia
Mortas ou apagadas, sei lá se acendiam

Vi criança branca conhecer
Criança negra que não conhecia
Preconceitos adultos? ... Isso, certamente, não conheciam

Vi que a vida posso viver
Encarando-a, vivo o que não vivia
E muitas estrelas, muitos dias não viviam

Deixar-se Amar

Amor não tem cara
Não define perfil
Chega e nem se repara
Intenso, porém sutil

Amar é muito complicado
Primeiro passo é assumir
O jeito e rosto apaixonado
Depois, deixar-se evoluir

Controlar a ansiedade
Novas maneiras e manias
Suportar a enorme saudade
A cada hora, se contam dias

Mas a volta é ato certo
O mundo insiste em girar
Quando novamente estiver perto
Não quero mais distanciar 

domingo, janeiro 23, 2011

Escassa Coragem

Decisões
Dizem que a vida é feita delas
Concordo. Agir ou chorar mazelas?

Opções
Temos infinitas, estas, aquelas
Mais invernos ou primaveras?

Realizações
Ação da opção para então conseguir
Senão não há. Fazer ou sucumbir

Reações
Possíveis, cômodas, pra não desistir
Insistir, persistir ou esperar o dia cair?

Missões
Metas e retas que visamos vencer
Resta a escassa coragem de viver

E fazer acontecer.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Voltar?

Encantador
Canto de paz
De gentilezas
De sorrisos fáceis

Jequi, calor
Do amor que faz
As fartas mesas
Intermináveis

Acolhedor
Local apraz
Faz sutilezas
Tão improváveis

Esse poema surgiu d’uma frase
De um mestre, trovador sem querer
Que na alegria cheia de um copo
Proclamou, ousou dizer

Que amava sua terra
E queria após morrer
Mesmo depois de uma era
Ter opção de renascer

E sendo assim, voltaria
Se pudesse, escolheria
No seu registro teria
Ou melhor, seria,
Ah, e como seria...
Bem diferente
Além de outro nome de gente
A cidade natal mudaria

Ser de novo araçuaiense?
Isso não gostaria
Outra localidade preferia
Tanto faz, indiferente

Não nasceria nessa terra quente
Não pisaria no chão fervente
Mas até conheceria
a pobreza que por aí se noticia

Pois teria o prazer de um forasteiro
E por esse canto tão brasileiro
Novamente se apaixonaria

E ao pisar nesse terreiro
Nesse índice em primeiro
Sua imagem construiria
A realidade constataria

E esse amor tão verdadeiro
Se expandiria e abrangeria
O Jequitinhonha inteiro

E pensar na agonia
De viver no estrangeiro
A saudade consumia

E sempre,
Sempre mesmo, prometia
Vou voltar pra cá um dia
Pra ser mais um ‘kaiauzêro’.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Distância do coração

O sal que escorreu no braço
Não foi o mar em movimento
Molhou palavras, borrou o traço
Simbolizara o sofrimento

Que a doçura da água não tem
Que um sorriso pode mostrar
Pois no sal desse mar tem alguém
Que a saudade procura encontrar

E findar de uma vez solidão
Distância infinita de chão
Superar a razão e emoção
Que lonjura de fato é a do coração

Branco-paz???

Branco é a cor da paz
E nos remete à tranqüilidade
Branca nuvem que o céu nos traz
Sua cor oposta, adversidade

Inversão cromática no sentido
Cabelos brancos, maturidade
Experiente, é corrompido
Quem sabe o novo tenha vontade?

Aqui, o congresso é um asilo
Câmara e Senado, a velha falsidade
Progresso? Impossível consegui-lo
Sem a coragem da novidade

Nesse covil preto e branco
Fios, ternos desigualdade
Intenções, um anseio franco
Ignorar a sociedade.

Por décadas, mandatos, uma vida
Crime é pensar em felicidade
Exceto a própria, que é garantida
Legisla em prol da social iniqüidade

Da goma do colarinho ao alvo fio
Empolada fala pedante, nojenta sagacidade
Sarcasmo é prêmio na eleição civil
No Brasil, que desconhece
Ou inventa honestidade