segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Domingo TV

Em um domingo caseiro (20.02.11), tentei assistir à TV, que chiava. Ventania e parabólica, definitivamente não combinam. Quando funcionou, tive que assistir ao canal de símbolo e nome que se referem ao formato esférico, que neste domingo estava (com o perdão da ironia), mais redondo ainda e com a programação (perdão novamente), redondinha também. Ronaldo, o dia todo. Beleza, vai. Homenagem merecida.

Mas, para meu espanto... espanto nada, dificilmente algo me assusta nesse sentido. No sofá, tentei zapear a maior invenção da humanidade depois da roda, o controle remoto. Desesperador. Mantidas as formas geométricas, o concorrente discutia, ou melhor, reaquecia a fama de seios falantes e deprimidos, portadores de algo ao seu redor que, se não me engano, até certo tempo, se chamava mulher.

E, não contente com a valorização de um tema tão relevante (?!): seios deprimidos; a divagação opinativa (já que embasamento teórico foi ridiculamente ignorado) ganhava o carimbo e a tarja preta, seja aquela “censurado” que cobria as fartas mamas, seja as tarjas de censura num sentido mais amplo de “proibições”. Não que preferisse tal forma de controle, contudo, pergunto: por que não recorrer a opiniões abalizadas, ou pra ser mais preciso, informações de um especialista, e não opiniões a esmo para sanar qualquer lamentação infundada do par de seios e do desenvolto falador de microfone, opinador inapto, porém convicto? Tem algo muito estranho mesmo...

Redondos por redondos, optei pela bola de verdade, pelas pelejas na TV.

- Nossa!!! Que avanço...

Ok, reconheço que a troca não foi tão vantajosa assim, mas serviu para refletir sobre o tempo que dedico ao mágico e fascinante eletrodoméstico e que ele, em suas formas cada vez mais arredondadas, vem deixando seus espectadores cada vez mais retos, fininhos, vazios, sem programação e, por que não, (quase) quadrados?

P.S.: O pior é que, domingo a domingo, a cena se repete...

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