quinta-feira, março 04, 2021

Numericamente


No dia que tivemos 1910 mortos por COVID-19, tivemos um clássico na capital de um dos times fundado exatamente nesse ano, 1910, de cores branca e preta, um time de massa. Mas não é da bola que rolou na grama verde, cor do seu adversário, que quero falar. 

Concentro-me nas cores de um dos times: o branco de quem luta pela vida, dos médicos e aventais estafados numa saga que não termina. E o preto do luto que vai tomando a bandeira tão viva em suas cores verde, amarela e azul. O jogo teve 4 gols, um pra cada dígito de mortes em um só dia. Um pra cada ponto percentual negativo do resultado do nosso PIB também divulgado hoje. Aqui, o gol tem sido sempre contra. Contra a nossa meta. E a meta de quem deveria defender é rir, caçoar, zombar das mortes e antes ironizavam uma fala que não havia uma meta, mas, quando se alcançasse, 'dobraríamos a meta'. Hoje, a meta é a morte. Já dobramos, triplicamos, multiplicamos por 10 e vamos seguir avançando para outro lema: "BRASIL ACIMA DE TODOS", no ranking de vítimas fatais da COVID-19.

Hoje bateram 10 aviões da TAM, como o voo 3054, em 2007. Nove deles cheios e um com pouco mais da metade da capacidade. Se você não sente o peito doer com isso, vá se tratar urgente.
 
Se você não dorme e acorda todo dia com ódio do negacionismo do presidente em relutar na aquisição de vacinas, você realmente está vivendo em um mundo paralelo. Vá se tratar também. 

Bons tempos que o que mais doía era um 7x1, ou melhor, o jogo era aqui, 1x7. Agora, vc tira o x desse meio e usa pra representar o negacionismo, o X em relação a termos vacina. Nada, só X em todo lugar. E quantos nomes, pais, avós se foram deixando o X da questão: quem é o culpado?
O nosso 1 a 7 não foi assinalado com X.  Foi apertado o botão verde, como nossa bandeira, escrito CONFIRMA.
E HOJE? 
VOCÊ SE CONFORMA?