sábado, agosto 08, 2020

Corações

Corações sofrem
Todos, isso é fato
Alguns por afeto
Alguns são aflitos
Por alguns tão nefastos

Alguns por paixões
Amorosas, viciantes
Algumas ressentem
Nem é coisa de ontem
São passados distantes

O coração tem suas funções
Manter-nos vivos e matar a cada dia
O morrer diário atordoa
A cada meia noite se habitua
A naturalizar melancolia

Não reage
Corações são feitos pra sofrer
Por razões que não se explicam
Mesmo que todas as vozes digam
Ele não sabe obedecer

sexta-feira, agosto 07, 2020

Sua Entrega de Racismo Chegou!

Não é coincidência
Nem lapso de inconsciência
É isso mesmo, assim que a banda toca
E toca alto saiu da toca
Toca na rua, condomínios, avenidas
A banda toca as notas que ficavam escondidas

Dó, ré, ra-cismo
Dó, ré, pré-conceito
Dó, ré, mi-soginia
Dó, ré, mi, fa, fobia

Fobia seria medo, mas, é ódio
E esse ódio está na cara
E no resto da pele
Por mais que pra respirar se apele
Que a internet cancele
Isso não para

Assim como o relógio bacana que o Matheus comprou
E em poucas voltas do ponteiro do segundo
O mundo girou e ele foi encurralado
Pelo racismo, cercado, humilhado
Queria que esse relógio pudesse voltar ao passado
Uns minutos atrasado
Nada disso ter acontecido

Atraso é palavra que pesa no vocabulário
e salário do Mateus entregador
Como o racismo não vê cara, mas, vê cor
Outro Matheus, também entregador, viu um racista se impor
O racista também era Matheus, só que contador

Aos 2 Matheus, sua entrega de racismo chegou!
Contou vantagem, que o entregador teria inveja, 
De sua casa, de sua pele, de sua grana.
Não se engane, não se inveja o que se enoja

Uma dose de Surto

Chuta, quebra tudo
Bota 'pa fudê'
Enche uma dose de cana
Abastece o surto
A ponto de querer morrer

E matar até quem ama
O ódio nem parece absurdo
Absurdo é fingir viver
Enquanto tudo em volta sangra