quinta-feira, julho 28, 2016

Poesia pra quem achar

Um poeta, ator, diretor, um talento
Já escreveu em determinado momento
Que a poesia está solta no ar
E qualquer um pode alcançar

Ricardo Dias escreveu isso e concordo plenamente
A poesia não é um fato, é o que cada um sente
E pra sentir, precisa estar de peito aberto pra ver
Se permitir abduzir, fazer a mente transcrever

Quando o sol se põe, elas então alumiam
Focos de luz, enquanto todos dormiam
Elas procriam sem chance de escapar
Me cerca, quando eu queria repousar

Às vezes, ela volta quando amanhece
Às vezes se perde, desaparece
Pode ter virado sonho e eu nem lembrar
Ou uma poesia pra quem achar

É questão de olhar e chamar atenção
Você pode ignorar ou fazer canção
Talvez o que me fere não te agonia
Pra você, dia a dia; pra mim, melodia

quarta-feira, julho 27, 2016

Venceremos

Um lugar ao sol, todos terão
É o que dizem por aí
Pra garantir minha posição
Antes dele acordar, já saí

E venho passo firme no chão
Cabeça longe, voando
Pensando na ocasião
Que vou te encontrar lutando

E à sua luta, minha união
Sua verdade, nós vamos agir
Sua presença, uma pulsação
Venceremos, dá pra sentir

Você não tem a dimensão
Do que no mundo anda causando
Linha de frente, revolução
Sou teu soldado acompanhando

Sou quem mais te deseja vitoriosa
Sou quem mais quer sua vibração
Você é a sensação mais calorosa
Faz  minh'alma acreditar na razão

Faz a boca até secar, orvalhar a rosa
Faz a chuva até molhar o sertão
Faz poesia, a vida em prosa
E sem rasura, inspiração

terça-feira, julho 26, 2016

Nem Tudo É Poesia. Ou É?

Pensa só que emoção!
Ver ali, meu primeiro livro
Impresso, concreto, na mão

Ver folha sobre folha empilhada
Versão brochura, encadernada
É uma realização

Ver aquele pacote embalado
Papel dos Correios colado
E ele lá dentro, embrulhado

Foi um domingo de manhã
Fui lá na portaria
Saber se tinha chegado

Ao desembrulhar, abri, folheei
Confesso, chorei; sim, eu chorei
Foram dois anos preparando

Agora vou ver se acertei
Fui uma a uma selecionando
50 entre duzentas que já terminei

Não tenho a pretensão de topo da lista
De Best-seller de qualquer seleção
Quero que minha poesia seja pelo menos vista
Admirada, quem sabe até bem quista
Causar paixão, compaixão, indignação

Quero que receba meu livro em papel ou virtual
Com o peito aberto a uma viagem bem real
Sem aviões, com busões, com paixões, confusões
De um casal, sentimental, carnal,

De um poeta banal, normal, social. 

segunda-feira, julho 25, 2016

Nome da Canção

Seu nome é canção
Introdução, parte 1 e refrão
É o som do acorde final
E as vozes se formam coral

Em um som, a perfeita união
E brincamos na repetição
Melodia que nunca é igual
Um sorriso que é tão natural


É gostoso te ouvir falar, ouvir dizer
É tão leve, o nome sai sem perceber
Ele embarca e o tom não cai
É a música que pede mais
Larararararara

Mais você, mais sentimento
Mais prazer, envolvimento
Mais melodia, entrosamento
No nosso corpo, o instrumento

Ele em voz se representa
É paixão que se arrebenta
E da forma mais bonita
É a palavra ainda não dita
(Tão declarada, escondida)

segunda-feira, julho 18, 2016

Sócrates + Windows

Hoje em dia, com as redes sociais sendo a única atividade (com todas as aspas do mundo) realmente “social” que muita gente tem, eis que me surge a seguinte ideia.

Você conhece a regra das 3 perguntas de Sócrates? Em determinada ocasião, um amigo procurou o filósofo para contar-lhe algo. Sócrates interrompeu antes de ouvir a novidade e fez três perguntas ao amigo: o que me dirá é bom? É verdade? É útil? Com a resposta negativa do interlocutor a cada uma das perguntas feitas, Sócrates conclui: se não é bom, não sabe se é verdade e pode não ser útil, por que vai me contar?


Já pensou se usássemos esse ensinamento integrado à tecnologia atual? Já imaginou se as redes sociais também se utilizassem desses 3 filtros, no formato daquela tela de “Deseja continuar” do Windows? Imagine como seria drástica a queda de publicações nas redes, porém, com mais reflexão e mais úteis. Como ainda não tiveram essa ideia, #ficaadica (que eu sei que não será aceita), no entanto, que tal se em nosso aplicativo chamado cérebro, tentássemos implantar esta ferramenta? Poderia ser bom, verdade e útil para nós mesmos, em primeiro lugar.

sexta-feira, julho 15, 2016

Sol ou prédio?

Foto: Diego Machado
Já pensou como coisas tão pequenas podem esconder outras tão maiores? Um sol atrás de  um prédio ou de uma árvore só nos possibilita ver os raios ao redor e deduzirmos sua presença. Que tal se a gente comparar essa visão do sol com nossas vidas? Estamos sendo sol ou sendo prédios com tudo o que está à nossa volta?

Provavelmente, você responderá: sol. Às vezes, nossa gana de ser sol nos torna uma barreira pra quem quer brilhar ao redor. E nem percebemos isso, assim como o prédio que não tem consciência de estar lá. Reflita, pelo menos, um pouquinho mais. Espero que após isso, realmente confirme que és sol mesmo.

É importante refletirmos que somos, por natureza, sol. E igualmente ao astro rei, temos dias de nuvens. Não é que esfriamos, assim como o Sol não esfria nos dias mais gelados. Temos nuvens que se sobrepõem à nossa luz, unidas e fortes. E mesmo assim, em cada buraquinho desta força contrária, lá está ele, mandando meus feixes de calor e luz, mostrando que está lá, brilhando, buscando seu espaço.

Que tal reconhecermos que nossa essência é de sol e não pode ser dirimida por um simples prédio? Identifiquemos nosso potencial de brilhar e procuremos desviar de coisas pequenas que podem ofuscar nosso brilho ainda maior.

Ser sol pode ser pra todos, mas, tem tanta gente que prefere ser prédio.

Faça dos seus sonhos os raios de sol. Mesmo sem vê-los, escondidos, sabemos que lá estão, pois transcendemos nossos anseios e energia (quase que solar) em nosso sorriso, em nosso caráter e personalidade. Estas características definem se somos e temos força pra insistir em ser sol ou se nos rendemos e nos contentamos em não termos nosso brilho próprio, sermos duros e frios e querermos manter nosso perfil de edifício.

segunda-feira, julho 11, 2016

Horizonte passageiro

Viajar
Verbo tão objetivo
Será?
Que não pode ser mais subjetivo?

Um momento coletivo 
Por mar, terra e ar
Ou no livre imaginar

Viajar é ir além do todo-dia
O limite ampliar
Momentos, lembranças
E por que não dizer: prazer?
Tempestades desanuviar
sem muito longe se perder.

Eu me perco aqui
Com sua presença 
Sem te ver sorrir 
Só em te ver
Por ver
Sem muito motivo
Aliás, tem sim um objetivo
Você

Sem nenhuma paixão
Afinal sou só mais um passageiro
Seguimos o mesmo roteiro
A mesma direção

Mas não olhamos o mesmo horizonte 
As distâncias, o destino aos poucos, desconte
Que uma hora nosso olhar se encontre
Quem sabe até eu descubra seu nome

sábado, julho 09, 2016

Marchando, soldados!

Quando falamos de marchar
Já lembramos do quartel
Do soldado cabeça de papel

Assim como as cantigas infantis
Tinha tanta gente feliz
A caminhar
E louvar

Eram tantas cores
Vozes aos milhares
Gente que dançava
Pulava, comemorava, louvava

E o menino no colo olhava
De olhos arregalados, fascinado
Não tinha como não se encantar

Era um sentimento que transcendia
O povo ocupava toda a via
Que no dia a dia
Só tem carro, buzinaço
É outra energia
Outra correria

Igualmente inexplicável
A fé que ali seguia
Incomensurável

Autonomistas tomada
Gente mobilizada
Com cada passada
Canções coreografadas

Os funcionários das lojas, nas entradas
E a cada louvor entoado
Eles timidamente cantavam também

Festejavam e sorriam sem olhar a quem
Cada um ali na sua fé, na sua alegria
A exaltar Jesus
E propagar o bem

sexta-feira, julho 08, 2016

Insônia poética

Poesia é pra tirar o sono mesmo
De quem escreve, de quem ouve,
De quem fala, declama, canta
De quem vive a esmo

De quem se incomoda e se levanta
De quem só faz algo hoje
Amanhã ou ontem, num adianta

Este poema que hoje lês,
Fiz há sei lá quanto tempo
Passou 5 de julho, 2016
O bom da poesia é ser atemporal
Pode ter ano, dia, hora, mês
Mas não requer data formal

Sua principal razão, digamos assim, social
É ter força e sentido
Vetorial
E "sentido" no sentido mais literal
De sentir, da pele eriçar
De causar emoção, do corpo excitar

Por ira, doçura
Por versos que transbordam paixão,
tesão, bravura

Por rimas pra se revoltar
E o ato de pegar caneta e papel
É uma das formas de me rebelar
Inspirado na cultura de cordel
Sem a pretensão de ser um menestrel

Pois esses que são cantadores
Poetas, versadores, trovadores
Têm toda uma história de luta, de vitória
Que minha poesia tão solitária, tão urbana, tão simplória
Não levo na cabeça, na cachola, na memória
Nem no pandeiro, nem na viola

Eles sim, não escrevem só desabafo
É relato
Com sabedoria de academia
Pra alguns, bicho do mato

Antes eu fosse
Sou do asfalto, só do asfalto
Duma fervura escaldante
Da quentura angustiante

Dum café sem 'doce'.
Que voltando ao começo
Pago o preço
Flutuante que ela trouxe

Da poesia, o sonho perturbar
A cama parece que tem prego
Pontiagudo, perfurante,
um espinho
e chega a hora de acordar
De uma vez, num rompante
Café de roça, c'aquele cheirinho
Quer amargo, açúcar ou adoçante?
Adoce este poema ao seu paladar...

quinta-feira, julho 07, 2016

Outra sensibilidade

Minha poesia tem se amansado
Não sei se mudei o olhar
Não sei se a forma de expressar
Só sei que não foi a forma de pensar

Talvez tenha sido a inspiração
Surgem outros olhares
Surgem outros lugares
Que aguçam a percepção
e a sensibilidade

Vamos somando a idade
E o que era naturalidade
Agora invade, põe em ação
E o que eu não tinha maturidade
Posso hoje ter ou ainda não
E na minha poesia daqui 10 anos
Talvez, tenha essa capacidade

Ou daqui 10 anos, talvez nem tenha poesia
Ou a poesia não tenha razão
Espero que muito ainda tenha a escrever
Talvez mais paisagens e um belo rio
Crianças em condições de viver

Humanidade sem esse tênue fio
Entre o país de um acordo sombrio
Ou colorido paraíso Brasil

Terra amada, idolatrada, diz o hino
Diz por dizer
E o nosso canto contínuo
Diz pra não fugir à luta
Esperançoso esse destino

Erramos lá atrás, no Éden, ao comer a fruta
Traquinagem de menino
Foi pelo conhecimento? Não reprimo

Encaramos o desafio
E não arredo pé pra arregar
Eu só queria assimilar
Se ousamos a Deus enfrentar
Por que não evoluir, prosperar
Como sociedade, civilização?

Estupros, assaltos, chacinas,
Homofobia, racismo, bullying
As filhas de mães cafetinas
Insegurança é nossa rotina
Monstros que invadem meninas
E o ciclo do mal se conclui

Machista, egoísta, narcisista
Explorador, partidário, oportunista
Que precisa ser combatido
Com denúncia, que seja de uma pista
Num giro, prevalece o bandido
Tipo roleta russa, fudido
Sobra o grito de pedido:
- Socorro! Não ecoa no ouvido
Não sobressai à vista

Nem sempre, nem todos
Quase ninguém repara
E a bala parte
De parte a parte
Do crime, da farda, da arte
Dedo no gatilho

Mais um passo e meu verso dispara
E não para...
Até invadir sua mente
Ou atravessar sua cara

quarta-feira, julho 06, 2016

Cenas, fitas

Tem histórias até bonitas
Que às vezes se rompem
Só ficam nas fitas

Lembranças ficaram escritas
As cenas de ontem
Viraram malditas

Guardadas, podem ser revistas
O tempo resolve? Não creio...
É o senhor da razão. Mentira!
Razão não se parte ao meio

terça-feira, julho 05, 2016

Vitória!

Ela vence
Ela grita
Convence, agita

Que sorriso
Que olhar
Que modo de lutar

Que explosão
Que presença
É; e é o que pensa

Corações e metas
Ela vai e conquista
É bandeira socialista

Naturalmente seduz
E se supera
Ela lidera

Vem à frente, combatente
É juventude
Com atitude

Não é discurso
É verso de improviso
Que tira o juízo

É paixão, emoção
Cartaz de protesto
Ela é manifesto

Mulher inspiração
Poema completo
Sem qualquer gesto

É grito de guerra
Paz de um abraço
Cabelo liso sem laço

Nada que o prenda
Liberto com glória
Do seu batom se lê
Se ouve o berro: Vitória!