Em Osasco, na Rua do tenente
Tem muita voz, tem o Nós de Oz
E a gente sente o busão veloz
A rua treme e treme forte no no pé
Ninguém me contou, estou direto aqui e senti
Na rua da Escola de Artes Cesar Antonio Salvi
Poesia, música, interpreta/ ação, literatura
Do começo ao fim, longínquo enredo
De nome pomposo: Avelar Pires de Azevedo
E quando o tenente avança o sinal, cruza o Marechal
Nesse caso não é afronta à autoridade
Há tanta particularidade nessa cidade
Tão perto ali da rua que treme
Está o largo, o calçadão, o fluxo mais quente
Do cachorro, de gente, do comércio equivalente
Bares, feiras, representantes do mundo inteiro
Chinês, nigeriano, osasquense, pernambucano
Olha o chip! Aleluia, irmão! Passou! Faz um 10 no suco do baiano
A rua quando o busão passa, trepida
Foi num desses que esse verso chegou de carona
Nem dá sinal, desce, atravessa e me toma
Eu não pretendo pagar de conheço todas quebrada
Por onde ando e andei já tem muito poema no ar
Ultimamente, a pauta é polícia e a causa parlamentar
Tem espaço também pra violência urbana
Chacina, insegurança, parece que tá no gene
E aqui perto da rua que treme, tem o quarteirão que geme
De prazer nos hotéis onde se hospedam minutos
Suficientes pro objetivo nada formal e razão mais impura
Do outro lado da rua, geme e teme quando chega a viatura
Pela droga encontrada, vai perder tempo na chefatura
Do outro lado da rua, um albergue, um puteiro e uma igreja
A rua tem cheiro de tudo, inclusive de amanhecida cerveja
Todas essas estrofes partiram do tremor do chão
Dessa vez, busão. Mas, um terremoto no passado já foi noticiado
Na Tenente, se sente no pé Osasco e sua intensa vibração
E nem precisa ter bebido, e nem precisa estar chapado.