quinta-feira, junho 01, 2017

Café com mesóclises

Somos uma nação de 200 milhões
Um povo que desperta emoções
Ainda únicos, pentacampeões
Recentemente marcado por manifestações

Somos também um povo lutador
Hospitalidade, nosso grande valor
Há sim, frentes que tentam se opor
Nada que ofusque nosso fulgor
Mas, com tantos pontos a nosso favor
Quero ver quem aceita o que aqui vou propor

Não quero de forma alguma desafiar
Quero apenas questionar, pôr pra pensar
Quais próximos passos vamos andar?
Qual caminho tomar pro país não parar?

Recessão, crise, corrupção
População vive de enganação
Percepção permite reflexão
Televisão proíbe apuração
Em reunião, se define a posição

Caos se instalou, gigante acordou
E agora que a rua lutou
O poder mudou, objetivo alcançou
A presidenta tirou, o Brasil não parou (e nem pode)
o que faremos agora
Há tanta vida lá fora, Lulu Santos cantou
Bora continuar o que começou?

O discurso que o povo gritou
Era que despertou, se ligou
Que todo mundo que roubou
Pra esses acabou, o fim da linha chegou

Mas, sem defesa, sem um lado partidário
Eu só acho, agora estou retardatário
Cortaram-nos o salário, aumentaram o horário
Emolduraram-nos o vocabulário
Com mesóclises no plenário
Prejudica-lo-emos, operário
Nós nem sequer entendemos
Pois nem temos dicionário
Nem usar nós sabemos
Então, nem dá pra ser contrário
Sendo assim, aplaudi-lo-emos

Ou então nos revoltemos e continuemos
A rua está lá, o país continua
Ou vamos nos calar, mesmo com tanta falcatrua
Bora moralizar, pões hashtag vem pra rua

Que tal agora misturar o amarelo e o vermelho
Talvez num tom alaranjado
Não tão laranja quanto o Trump
Ou um laranja que te banque
Ele só quer que você trampe
O que é propina não estanque
Ele só quer o resultado
Igual a fruta, não pó Tang
Te espremer até o caldo

Quer a polpa, a pura nata
O cafezinho que é por fora
Na medida mais exata
Que você tão bem o trata
O seu bem ele destrata
E gentilmente ele te mata
Vai que você abre a boca e delata
No jornal não vai errata
O custo daquela capa
Chega uma grana, trinca, empata

Jogo rápido, bate-bola
O que o povo quer?
Diz aí, não enrola
Saúde, segurança, escola
E o que acontece que não rola?
Vixi, o dinheiro escapa em sacola
Em maleta, na cueca se embola
Sabe o esquema e ninguém cola
nesse cara e esfola?
Mas, são muitos, quase todos tem cartola?
Não dá mágica que sai coelho
É sem magia, é só dinheiro
Mas, o povo brasileiro
Não acaba com essa raça
Nada, a gente come o que ele amassa
Papel na carne também passa
Não os vê como ameaça
Não importa o que ele faça
E qual seria a solução?
Lembra do discurso inicial?
Da nossa indignação
Precisa agitar o pessoal
Pois na estagnação, antes tão habitual
Se aceita a condição
Tipo adestramento animal

Então, vai lá o que fazer?
- Tirar o presidente, explodir nosso Congresso
Botaram fogo, jogaram bomba, o povo ficou possesso
É vandalismo, é retrocesso
Queremos ver o progresso
Dessa forma, é sem sucesso
Enquanto você os defende
Quem jamais será réu confesso
Ladrão que é ladrão não se rende
Quer gritar do sofá? OK, não impeço!
Já que você não teve culpa e votou no Aécio
Bora unir e lutar pro país?
Pra não dar na mão de quem tem corrupção na raiz
É só isso que te peço
Vamos escolher, vamos ouvir o que o povo diz
Botar alguém que o povo quis
A meta é igual, o progresso
Senão fomos força motriz
O cafezinho segue no expresso.

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