Andei pela rua sem muita atenção
Tirei o celular da minha frente
E resolvi andar de livro na mão
Confesso que minha percepção
Além da leitura, foi na reação
Das pessoas que olhavam
Testas franziam, se perguntavam
Como andava eu pela rua desatento
Com um livro aberto fechando a visão
Poderia tropeçar a qualquer momento
Numa pisada, desagradável sensação
Segui lendo, o conteúdo era atrativo
Não era tela, muito menos aplicativo
Meus passos seguiram pra onde eu ia
Quem com cel fica off, pouco entendia
Como eu não tropeçava, como eu não caía
Dos buracos desviava, mantendo a postura
Eu também me questionava se ninguém percebia
Que o pescoço trava e entorta a curvatura
Ficar vidrado nos tablets e aparelhos multifuncionais
Tais quais antivírus nos nossos sistemas operacionaisDesabilitam nossas funções essencialmente racionais
Somos plugados no fone, ligados em likes, buscando virais
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