segunda-feira, julho 30, 2012

Opinião: O maior brasileiro... sei lá de quando e do que!


Resolvi comentar o programa "O maior brasileiro de todos os tempos". Juro que tentei conter meus comentários e opiniões, geralmente contrárias à maioria. Para quem não sabe, esse é um programa do SBT que pretende (pretendia) eleger os 100 maiores brasileiros da história de 500 anos deste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.

A escolha destes 100 indicados foi feita pelo povo na internet. Comecemos a série de absurdos. Já aviso que não vou seguir impreterivelmente a ordem de colocação, e sim, o nível de absurdo, segundo minha análise.

97º Ana Paula Valadão. Quem? Queeeeeeeem? Sabia que era uma cantora gospel, mas, como explicarmos esta mulher estar entre as 100 pessoas mais importantes dos 512 anos de Brasil? E em 100º, Maria da Penha, a mulher que dá o nome à lei em defesa da mulher. Desculpe, mas qual tem mais relevância? Está só começando.

Em 96º, Roberto Justus. Por quê? Alguém consegue uma explicação plausível? Qualquer explicação, por favor...

Na posição 90, temos Anderson Silva, à frente de Padre Landell de Moura, um dos pioneiros em transmissões de radiocomunicação no Brasil, inclusive, atribuída a ele em determinadas fontes de pesquisa, a invenção do rádio. Estamos falando de um dos veículos de comunicação mais utilizados até os dias de hoje e este precursor fica uma posição atrás de Anderson Silva. Nada contra o Spider, é um excelente lutador e responsável direto pela expansão do MMA nos dias de hoje, mas, novamente, perdoem-me, considero o rádio muito mais importante "em todos os tempos" que os combates do momento e do esporte em constante  crescimento e evolução praticado pelo atleta Anderson.

Assim como as drogas, a coisa vai se aprofundando e ficando pior a cada momento. No 86º lugar, à frente de Willian Bonner, 87; Cazuza, 88; e Tom Jobim, 89, temos ele, AMADO BATISTA. Tirem as crianças da sala: PUTAQUEOPARIU!!! Como comentar? Entendo o sucesso do cantor nos mais longínquos rincões, cozinhas e áreas de serviço, mas, isso é que dá. Não há a possibilidade de qualquer justificativa aceitável para que o Amado Batista fique à frente de Cazuza e Tom Jobim. Por favor, nem tente, em respeito à minha paciência e recíproco respeito. Ufa, pelo menos ele não ficou na frente do Chico Buarque, mas isso é assunto pra daqui a pouco.

Collor, ele mesmo, na posição 78. Uma história lamentável, mas, vá lá, na história do país, tudo o que envolveu o único presidente que sofreu impeachment, podemos explicar seu nome na lista, representando todas as falcatruas tão comuns por aqui. Pra representar a violência Brasileira, temos Lampião em 74º. Fosse ele, ou o Beira-mar, estariam bem representados. E pra combater esses vagabundos no nosso dia a dia, passo batido pelo homem das 'ibagens', Datena, em 81º.

Não quero criticar a ordem de grandes nomes da história. Como o povo vota, entendo a preferência por uns ou outros por regionalismo, clubismo ou qualquer outro motivo que justifique a escolha. Minha raiva maior (isso mesmo, raiva) é ver nomes absurdos e aí sim, à frente de outros realmente importantes. Isso é que incomoda... Sigamos.

Teló. Michel Teló. Em 72º. Muito à frente até do Amado Batista. Ah, e da Claudia Leitte também, em 75º. É isso mesmo, sem falar no Tom e no Cazuza que já rodaram há mais tempo na lista. Meeeeeeeu Deus! Logo a frente do Teló, Lua Blanco. Quem? Só soube quem era após pintar na lista, à frente do Chacrinha, um dos mais importantes e significativos apresentadores da televisão brasileira. Nada contra a moça, de verdade, nem a conhecia, mas, com ela na posição 71, até o Teló, que é pelo menos conhecido, fica menos inexplicável, se é que me entendem.

Os personagens religiosos não entram no meu alvo, primeiro porque não sigo nenhuma. Segundo, porque respeito a fé de cada um e sei o quanto estas servem como ópio e conforto às adversidades e como cegam seus seguidores, seja ela qual for. Entendo o motivo do voto...

Pulando algumas posições, encontramos Reynaldo Gianecchini, no 65º lugar. Ok, vá lá. Nós temos uma predisposição a sermos coitados em tudo. Não que o galã global seja. O cara superou um câncer, é um renomado ator, mas, imaginemos que quiséssemos representar os atores do Brasil. Cadê o Lima Duarte, o Tony Ramos? Gosto do trabalho do Ginaecchini e o parabenizo pela garra de superar essa doença terrível, mas entre os mais importantes, repito, de 512 anos de Brasil, não cabe o nome do ator. Mas esse nosso quê de coitadinhos... Convenhamos, se ele não tivesse passado por este problema sério, estaria na lista? Duvido muito.

Mais à frente, temos ele, o nobre deputado com maior número de votos da história do país: Sim, ele, Ti-ri-ri-ca. Tiririca. Quatro posições à frente de Carlos Drummond de Andrade, e nem sei mais quantas do Tom Jobim. E uma posição atrás do referido, temos Gugu Liberato, há trocentos anos na televisão, independente de quem goste ou não do trabalho do apresentador, mas, por pior que seja sua avaliação ao homem do pintinho amarelinho, ele não pode ficar atrás do Tiririca. Não pode de forma alguma.

Temos na lista de apresentadores da TV, Rodrigo Faro, na 39ª, imediatamente à frente da Xuxa. E pouco mais à frente, ainda temos Luciano Huck, na 35ª. Porra, a Hebe ficou apenas em 56ª. A Hebe, uma das pioneiras e mais importantes mulheres da nossa televisão ser superada por Gugu, Xuxa (a Xuxa, até passa por ‘n’ motivos), Luciano Huck e Rodrigo Faro, não necessariamente na mesma ordem. Nada contra o trabalho de nenhum deles. São muito bons, no entanto, à frente da Hebe? Não dá, meu povo e minha pova...

Desculpem, passei batido pelo Dedé do Vasco. Permitam-me voltar. O chefão da atual zaga vascaína ficou em 63º. Nada contra o ídolo vascaíno, mas à frente do Romário? Parou, né?

Agora sim, vamos aos absurdos dos absurdos dos absurdos...

Em 46º, Raul. Toca Raul. Raul Seixas. Como disse, não vou criticar a ordem de grandes nomes. Entendo a preferência de tribos e gostos diferentes. No entanto, duas posições à frente, temos Elis Regina, na posição 44 da lista. Até aí, beleza. Porém, imediatamente à frente dela, temos Ivete Sangalo. Respeito a fama da cantora, sua história na maior festa popular do país e a idolatria, inclusive intitulada por alguns como a nossa diva da música, mas não poderia estar à frente de Elis, e agora sim, o segundo maior absurdo, no meu ponto de vista. À frente dela, e da Elis, e lembrando, do Tom Jobim, do Cazuza, e até do Tiririca, Luan Santana.

Minha ira ao vê-lo à frente de Tom, Elis, entre outros, não tem por raciocínio eu não ter apreço algum pelo trabalho musical do sertanejo, mas, nessas hora, que eu realmente paro e penso: o que tem (se é que tem) na cabeça de uma pessoa que liga o computador, celular, o cacete que for, se conecta à internet, entra no site que pergunta ‘quem é o maior brasileiro de todos os tempos?’, e a pessoa escreve Luan Santana. Por favor, peço que alguém tente esclarecer esta minha dúvida. Por favor. Alguém pode me prestar este esclarecimento? Não. Não. O Luan Santana não pode ser mais importante nem que o Tiririca que entrou para a história como o deputado que obteve o maior número de votos na história desta terrinha. Fanatismo pelo ídolo estrábico sim, mas elegê-lo numa lista de 1000 já seria mais que absurdo, ainda mais em 42º numa lista de cem nomes. Ridículo. São nestas horas que repenso a validade desta democracia que vivemos hoje. Nesse caso, é uma lista que não muda nada, apenas confirma nosso papel de imbecis ao resto do mundo, o lamentável é que estas idiotices se repetem a cada dois anos quando temos que nos dirigir às urnas.

Agora sim, vamos multiplicar a posição do sertanejo por dois. 42x2=84. Nessa posição, ficou um dos maiores nomes da nossa música, discutível entre ele, Tom ou Vinícius. Chico Buarque. Quarenta e duas posições atrás de Luan Santana. Ah, e em 41º, uma posição à frente do garoto do Meteoro da Paixão, temos Machado de Assis, ali, colado. Realmente, quase iguais, com ligeira vantagem do escritor, mas voltemos ao Chico.

“Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta”
(Meu Caro Amigo – Chico Buarque)

Põe preta nisso. Mas, o absurdo maior ainda não é este, e sim, quem ocupa a posição imediatamente à frente do homem de Valsinha, e tantos outros depoimentos elaborados sobre ditadura e história do país, realmente em algo que podemos chamar de música, ela, isso, ela mesmo: Jo-el-ma.

Por mais que eu ame este país, quase sempre dá uma vergonha de ser reconhecido lá fora pelo ‘Ai, se eu te pego’. Dá um nojo saber que por mais que aparentemente, o ser humano evoluiu, por aqui, as coisas são num ritmo tão mais lento, muito longe de se aproximar do Dois Pra lá, Dois pra Cá, na voz de Elis, longe do balançado da Garota de Ipanema, longe do Samba do Grande Amor, do Chico, com exceção à “mentira” por ele cantada nesta canção. Lamentável. Não apenas. Nojento, também acho pouco, asqueroso talvez se aproxime, mas não encontro adjetivos para qualificar nossa capacidade ínfima de raciocínio em inúmeras situações. 

quarta-feira, julho 11, 2012

Jardim permitido



Sempre alguém no pensamento
Os solteiros e os casais
Seja o desejo, seja o amor
Seja saudade ou outros mais

O que há também na lembrança
Entre o sonho e o que é fato
Há uma ideia ou expressão
Sem fundamento no relato

Há quem invada esse terreno
E planeje construções
Há quem habite sem querer
Pretenda encontrar razões

Quem não queria entender
e controlar o coração?
Há quem vasculhe o pensar
No intuito de organizar
Em vão

Por que pensar em alguém?
Abrir nosso fértil jardim
Para plantações incertas
Rascunharmos rumos, metas
Sem um objetivo, enfim...

Nossos ideais são invadidos
O futuro, replantamos
Sem nunca ter conseguido
Por alguém ser compreendido
Por mais que tenha permitido
Que alguém em nós, tenha vivido
Nesse espaço, nos abandonamos
Quando de nós nos lembramos
Percebemos que somente vagamos
Sem muitos motivos

segunda-feira, julho 09, 2012

Secou, alvoreceu



Da fonte, da cana,
Do trabalho, do labor
Da essência que inebria
Na dose quase vazia

Desencadeiam-se em tramas
Outros goles em poesia
Poesia rica e distante
Trouxe o que a terra declama
Orgulho e a seca frustrante
Como saudade constante
Hora a hora em cada dia

Aqui, onde o verso esfria
No tempo, ao relento
E no pulsar do coração
A palavra não se cria
Com tamanha inspiração

Insisto com teimosia
Abuso da paciência
Pois está na minha essência
Verbalizar o dia a dia

Sóis, tempestades e breu
Versos, sentimentos, sou eu
Ardente, ácido ou gélido
Conforme o mérito
O que ofereceu

Pra notar que o pretérito
Assim como a cana
O suor e o sabor
Meio copo, uma noite
Já secou, alvoreceu

domingo, julho 08, 2012

Longe do #MorumbiZero


Longe de se conseguir o #MorumbiZero (infelizmente) como uma ação histórica, inteligente e pacífica de protesto, o São Paulo venceu o Coxa por 3 a 1.

Acompanhando a partida pelo rádio, inicialmente, a expectativa é que não seria algo muito prazeroso ao apito final. Com o decorrer do tempo, a sensação se inverteu. O Coxa, nosso último algoz em um mata-mata não ofereceu perigo ao nosso Tricolor. Oswaldo, que não acredito que seja a solução dos problemas, foi bem. Jogando desde o início, fez o seu e participou dos lances de gol. Longe de ser um craque mas, pior que o Fernandinho não deve ser. Até o Maicon fez gol e participou mais. Parece que as coisas realmente estão mudando para os lados do Morumbi.

Esta semana, com os sucessos dos rivais, a diretoria tentou responder com as contratações de Ney Franco (mais uma aposta) e Rafael Toloi (sempre quis no SPFC). Se o intuito era abafar a má fase do São Paulo, não funcionou para quem ama este clube. Para desespero da diretoria tricolor (pelo menos, espero que esse seja o sentimento), nossos três rivais estão conquistando títulos. Até o Palmeiras deve se consagrar na próxima quarta, depois de um jejum de tanto tempo sem conquistas nacionais. Se era essa a chacoalhada que precisava o Juvenal, está aí.

Resta a nós, torcer. Ainda penso que falta muito para esse time engrenar. Começando por nosso sistema defensivo. Precisamos de zagueiros (isso mesmo, no plural) e volantes. E lá na frente, um substituto para o Luís Fabiano, que vira e mexe, é desfalque.

sexta-feira, julho 06, 2012

Imediato


Roleta.
Russa?
Talvez...
Gira rápido,
Sem porquês,
Sem vez pra calma

Aponta
Dispara
Não pára
Voa
Veloz
Direto
Incerto
Fatal
Ponteiros
Contínuos
Marcando
Agora
A hora
Seguimos
Girando
Opostos
História
Quem sabe?
Memória
Roleta
Russa
In memorian