segunda-feira, julho 09, 2012

Secou, alvoreceu



Da fonte, da cana,
Do trabalho, do labor
Da essência que inebria
Na dose quase vazia

Desencadeiam-se em tramas
Outros goles em poesia
Poesia rica e distante
Trouxe o que a terra declama
Orgulho e a seca frustrante
Como saudade constante
Hora a hora em cada dia

Aqui, onde o verso esfria
No tempo, ao relento
E no pulsar do coração
A palavra não se cria
Com tamanha inspiração

Insisto com teimosia
Abuso da paciência
Pois está na minha essência
Verbalizar o dia a dia

Sóis, tempestades e breu
Versos, sentimentos, sou eu
Ardente, ácido ou gélido
Conforme o mérito
O que ofereceu

Pra notar que o pretérito
Assim como a cana
O suor e o sabor
Meio copo, uma noite
Já secou, alvoreceu

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