segunda-feira, novembro 14, 2011

Parcerias

Luciano Tanure, Sandro Silva e Diego Machado no Centro Cultural Luz da Lua

04/11/2011 - Araçuaí/MG



sábado, novembro 05, 2011

Parece bobagem


Parece bobagem pra uns
Sentar à beira de um bar
Ouvir sons incomuns
Raros de se escutar

E fugir do tumulto geral
Do sucesso que canta a nação
E num palco tão original
Cordas vibram a voz da emoção

Quem espera o som tão distante
Não enxerga a um palmo do olhar
Não leva seu canto adiante
Não entende seu próprio lugar

Nem entende o que fala o vizinho
Desconhece o prazer musical
De ouvir um cochicho baixinho
Só conhece pular carnaval

Cachaça, música, caldo, companhia
Som, espaço, amigos, melodia
Cerveja, conversa, encontros, melodia
Tudo à sua volta, basta fazer poesia.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Quatro Tons







(Homenagem à época mais feliz da minha vida: Grupo 4 Tons - muita saudade)












Já de longe dá pra ver
A saudade o que nos faz
Faz do olhar um amanhecer
A saudade de tempos atrás

Nessa fase que passou
Que a alegria fez voltar
Por bobagem separou
Volta à tona pra não acabar

Nessa intersecção
Alma presente na distância
É tão gostosa essa emoção
Tal unidade me concordância
Ver o conjunto enfim inteiro
Com numerais mais racionais
Maturidade o tempo traz

E com tons em união
Se afina a harmonia
Retomada a relação
Se reconstrói a melodia
Longe vai o som
Quatro tons

Reticências

Ponto final
Começo assim
A descrever meu fim

Que temia tanto
E agora não há pranto
Que recue o tempo

As palavras que propaguei
Que defendi e me orgulhei
Caíram por terra
Assumo, falhei
Com orgulho ferido, errei

E a terra que caiu
Hoje sufoca e me cobre
Lembrando brincadeira de praia
De infância
Ser coberto por areia

Agora é terra
Onde o ar não permeia
E sem brincar, mata
às vezes, lentamente
às vezes, tão veloz
Que tão subitamente
Perde a voz

E nessa vida não tem após
Tem a continuidade
Igual prova de revezamento
Um para, o outro vai

Passa o bastão
E naquele exato momento
Pra esse acabou, fim da linha
Pro último, a de chegada
A glória da faixa final

Na vida, queria terminar a prova
Mas errei na condução
Saiu a punição
Eliminado
Para mim, acabou.
Agora, deixo reticências...

Sem opinião

Indignação
Sentimento que demanda consciência
O que restringe essa sensação
A quem tenha inteligência

Para discutir e debater
Questões diversas
Política, sociais
O que exclui ainda mais
Quem é capaz de entender

Palavras que vão além
E muito podem dizer
Sem sequer pronunciá-las
Ou saber usá-las bem

Amenizam o caos
Criam o terror
Mocinhos, vilões
No poder das expressões
Formam opiniões...

Não! Apenas reproduções
De quem tem na mão
E propaga ideias com reflexão
Proliferadas sem opinião
Sem individualidade
Já que não há a capacidade
De uma autoral posição

Resultado: aceitação
Dos modelos da televisão
(como exemplo pra questão)

Sem discutir esses padrões
Há quem se espelhe
Nas incoerentes definições
Nas imagens perfeitas
No que dizem ser bem

E independente da vontade
Isto é, de que quem as têm...
Respaldam a barbaridade
Cultuam o Zé Ninguém

Antes daquele papo de humildade, oportunidade
Volto ao termo capacidade
Este sim, com ou sem palavras
Sem a chance, o espaço do coitado
Diz muito sobre alguém.

Medo Presente do Tempo

Ouça o poema na voz de Diego Machado
Medo
São tantos
Tantas fobias
Tanto pavor que agonia
Mas o medo muda, varia

Hoje é conformado
E outro problema se cria
Aceitos os medos
Conformando-se com eles
Resta descobrir
Como se portar, como reagir

Surge então outro problema
O medo cede seu espaço
Para seu próprio combate
Reação vingativa e revolta
Enfrentar sentimento covarde

Que a vida, com tempo esgota
todas as possibilidades
Do problema maior que apavora
Numa cadeia de relações
Entre atos e omissões
Que o tempo deteriora

Com a cruel concordância
Inércia em constância
Com o que se pune
Nossa estima e capacidade
De ver sempre tão imune
A ilegal sagacidade

E por mais que se apure
Por mais que se acuse
A triste verdade
É faltar atitude
Inclusive pra reagir a isso

Mas, parece inevitável
O tempo me torna domável
Não muito amável
Quando me vejo de fora
Torna o absurdo aceitável
Viro um ser domesticável