quarta-feira, novembro 02, 2011

Reticências

Ponto final
Começo assim
A descrever meu fim

Que temia tanto
E agora não há pranto
Que recue o tempo

As palavras que propaguei
Que defendi e me orgulhei
Caíram por terra
Assumo, falhei
Com orgulho ferido, errei

E a terra que caiu
Hoje sufoca e me cobre
Lembrando brincadeira de praia
De infância
Ser coberto por areia

Agora é terra
Onde o ar não permeia
E sem brincar, mata
às vezes, lentamente
às vezes, tão veloz
Que tão subitamente
Perde a voz

E nessa vida não tem após
Tem a continuidade
Igual prova de revezamento
Um para, o outro vai

Passa o bastão
E naquele exato momento
Pra esse acabou, fim da linha
Pro último, a de chegada
A glória da faixa final

Na vida, queria terminar a prova
Mas errei na condução
Saiu a punição
Eliminado
Para mim, acabou.
Agora, deixo reticências...

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