quinta-feira, julho 07, 2016

Outra sensibilidade

Minha poesia tem se amansado
Não sei se mudei o olhar
Não sei se a forma de expressar
Só sei que não foi a forma de pensar

Talvez tenha sido a inspiração
Surgem outros olhares
Surgem outros lugares
Que aguçam a percepção
e a sensibilidade

Vamos somando a idade
E o que era naturalidade
Agora invade, põe em ação
E o que eu não tinha maturidade
Posso hoje ter ou ainda não
E na minha poesia daqui 10 anos
Talvez, tenha essa capacidade

Ou daqui 10 anos, talvez nem tenha poesia
Ou a poesia não tenha razão
Espero que muito ainda tenha a escrever
Talvez mais paisagens e um belo rio
Crianças em condições de viver

Humanidade sem esse tênue fio
Entre o país de um acordo sombrio
Ou colorido paraíso Brasil

Terra amada, idolatrada, diz o hino
Diz por dizer
E o nosso canto contínuo
Diz pra não fugir à luta
Esperançoso esse destino

Erramos lá atrás, no Éden, ao comer a fruta
Traquinagem de menino
Foi pelo conhecimento? Não reprimo

Encaramos o desafio
E não arredo pé pra arregar
Eu só queria assimilar
Se ousamos a Deus enfrentar
Por que não evoluir, prosperar
Como sociedade, civilização?

Estupros, assaltos, chacinas,
Homofobia, racismo, bullying
As filhas de mães cafetinas
Insegurança é nossa rotina
Monstros que invadem meninas
E o ciclo do mal se conclui

Machista, egoísta, narcisista
Explorador, partidário, oportunista
Que precisa ser combatido
Com denúncia, que seja de uma pista
Num giro, prevalece o bandido
Tipo roleta russa, fudido
Sobra o grito de pedido:
- Socorro! Não ecoa no ouvido
Não sobressai à vista

Nem sempre, nem todos
Quase ninguém repara
E a bala parte
De parte a parte
Do crime, da farda, da arte
Dedo no gatilho

Mais um passo e meu verso dispara
E não para...
Até invadir sua mente
Ou atravessar sua cara

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