segunda-feira, abril 11, 2011

Muro...

Até certo tempo se ouvia
Quer se dar bem?
Quer ser alguém um dia?
Antes de mais nada, estude
Seja bom aluno
É para seu futuro
Mas, hoje fico em cima do muro
Inclusive o da escola
Não sei pra que lado eu pulo
Pra dentro ou pra fora
A dúvida não vem de agora
Num ambiente detestado
Fica bem mais complicado
Aprender ser educado
Como se educa com revolta
De alunos e professores
Que detestam estar lá?
Se o prazer maior do estudante
É o som do mais alto e irritante
Sinal que o liberta
Que deixa a porta aberta
Para que ele veja a rua
A vida de verdade, a sua
Sem contexto com a história
Pelo menos a que lê no livro
Que tem a matéria da prova
Lá ele aprende uma e vive outra
Sem nenhuma conexão
Do porquê da violência
Não ‘tá’ no livro de ciência
Não cai na avaliação
E como consequência, lhe falta percepção
Da adormecida explosão
Que se potencializa ao lado
Em um garoto maltratado
Dentro e fora do muro
Que chora em seu quarto escuro
Toda dor que agüentou calado
Hoje se chama bullying
Conhecia como zuado, aloprado
O termo pode mudar
Mas não a revolta capaz de gerar
Em um jovem que sofre esse mal
E há quem fale que isso é normal
Coisa de criança, bobagem
E na ignorância plena
Modo que nos adestraram
Não permite que pensemos
Isso, nos ensinaram
A não questionar
É assim e pronto
Não podemos observar
E sacar outras visões
O que difere das nossas permissões
É o estranho, o diferente
Podemos dizer até... o errado
Aprendemos assim

Atribuímos o ataque à escola
À religião do assassino
No nosso desconhecimento
E estranha autoridade julgadora
Desvendamos o envolvimento
Com homens-bomba terroristas
Suas atitudes são mal vistas
E foi por isso que explodiu
Quero dizer, atirou
E cruelmente matou
Doze inocentes
O tempo passou
E ele revidou
Descontou como vingança
Cada palavra que o feria
Tal qual as balas disparadas
Que calado, sofria
E houve quem não percebia
Ou nada fez para o futuro
E hoje, por dentro do muro
Outros choram com revolta
Uma dor que não tem volta,
Mas tem dois lados
Dentro e fora do muro...

5 comentários:

  1. Ebaaa, o primeiro comentário. Agora fiquei em cima do muro, depois de tudo o que aconteceu dá vontade de pular do muro. Ou será que era melhor aumentar os muros?

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  2. Independente de que lado estamos, temos que imaginar que pode haver alguém do outro lado... e pra vc que está fora, quando pula, está dentro. Para quem está dentro, e pula, está fora... cada um com seu mundo, suas visões e seu muro...

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  3. Nossa,uma frase que me chamo:Mas, hoje fico em cima do muro
    Inclusive o da escola
    Não sei pra que lado eu pulo
    Pra dentro ou pra fora
    A dúvida não vem de agora:É muito preoculpante ver que o ambiente escolar,não é pro aluno um lugar prazerosso.. .Fica a pergunta porque disso?será que o problema estar no aluno,na professora ou na propria escola?BJOSSS

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  4. Está num contexto que o aluno, futuro professor ou futuro pai de aluno não entende... então é um ciclo... que, independente do lado do muro, uma hora, vc cai, para um lado ou pro outro...

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  5. Vc descreveu exatamente o que aconteceu na real, apesar de não justificar, mas a realidade daquele rapaz era triste, foi triste.
    E só nós mesmos para podermos explicar o que passa dentro de nós, cada um conhece os seus fantasmas, o tamanho deles e como lidar com eles, alguns saem de boa outros não como foi o caso dele.

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