A cada dia que passa
Fico mais reflexivo
É claro o motivo
Ao se ver tanta desgraça
Nada feito que desfaça
A tristeza que ataca
Na escola, na rua, em casa
Se nem na escola se tem paz
Como é que faz?
Pra se criar a esperança
Pra educar uma criança
Se nem pra isso há segurança?
Como gostar do estudo
Não aprendo, nada entendo,
Mudo
Calo-me à ordem do medo
Da reprovação, do mundo, de tudo
Do temor que é tão presente
Que ocupa o futuro
E vale muito analisar
O que há de vir pela frente
Que a fé está para amparar
Em ocasiões até escorar
Um pobre infeliz doente
Que na vã esperança
Ainda é crente
Vê futuro a essa gente
Acredita vagamente
Ser um cara inteligente
Esperto e coerente
Outra viagem
Crê na sua vasta bagagem
Não vê a um palmo a sacanagem
Que suas escolhas impuseram
Na imensa ignorância, lhe couberam
Dar continuidade ao que disseram
Crie, procrie, recrie, copie
E viver a real sobrevida
Sem lamentações, “é a vida”
Perde a graça, se não é sofrida
Quem disse isso?
Quem acredita nisso?
Pense no sentido de viver
Se crês que sofrer é preciso,
Por favor, me ajude entender
Por que só se conhece o paraíso
Depois que o corpo morrer
Por que procriamos?
Colocar quem amamos
No inevitável sofrimento
Egoísta, esse sentimento
Pensar no seu bel-prazer
Sem sequer importar-se
Se outro alguém vai sofrer
Cada dia mais, quero menos
Apatia
Alienação
Conformismo
Tensão
Cada dia menos,
temos o que precisamos mais
Paz
Leitura
Cultura
Evolução
Educação
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