terça-feira, outubro 04, 2011

Fontes

Parece ironia
Mas, em pleno dia do poeta
A inspiração aqui no Vale
cai do céu
A chuva tão esperada
Molha além do chão
Traz palavras e voz
à garganta que secava
Quase calava
Clamando por água
Não a sede física, saciada em copos
Ela também
Mas, não somente ela.
À fonte de inspiração,
que seca, pouco pode banhar de cultura
e regozijar os que dela se aproximam
E independente da temporada
Se de seca ou de temporais
A fonte está lá
Mesmo sem água, edificadas ou naturais
Sabe-se onde está
Onde fica, onde é, onde tem
E olhe ao seu redor
Há muitas fontes
Muitas inativas, muitas jorrando
Muitas se formando
Outras, pingando
E é dessa água, clara,
com sabor de água da fonte
que o poeta se deleita
Saboreia, aprecia, se delicia
E proporciona a oferta de um gole
O caminho sob as gotas
Além de um rio, de uma imensa foz
De uma cascata como paisagem
A correnteza forte, atroz
Sem afogar na abordagem
O que parece natural
Para uns, mais que miragem
E noutra fonte, nada igual
Sem ser contida por barragem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário