quarta-feira, dezembro 09, 2009

Chuva

Ontem, ao acordar, pensei: “Vou escrever algo sobre essa chuva, torrencial, forte, intensa, logo pela manhã”. Depois pensei, deixa pra lá, assunto banal. Mas não foi.
Quase tudo parou. Muita gente parou. Só o nosso prefeito (e não é o fato de ser X ou Y, independente de quem fosse, o discurso seria o mesmo) para dizer que estava satisfeito com as obras em outro ponto da cidade que não estava tão afetado com o caos que se instaurou na capital. Parecia uma propaganda de um automóvel que eles mudam de assunto quando entram no veículo. Isso é zombar de quem sofria há horas dentro dos carros, ônibus, trens, entre outras formas de transporte; todas precárias.

Reconheço que o papel de um governante (e reforço, seja X ou Y) é acalmar a população e não se alarmar com situações complexas e complicadas. O trânsito em São Paulo é um caos; ponto. As chuvas complicam ainda mais essa situação; isso é fato. Mas, como eu digo, por mais que São Pedro tenha “forçado a amizade” ontem, a culpa não é só dele. Aquele papo chato de que a culpa é também só da população que joga lixo no chão e nos bueiros não dá mais. Dá para alguém reconhecer que é o vidro de casa que está sujo e não a roupa do vizinho de frente?

Não é muito a minha atirar nesse ramo político e crítico crônico, contudo, hoje, se fez fundamental, inicialmente, na minha função jornalística primária que é, além de relatar, expor visões sobre assuntos em pauta. Quando pensei em escrever sobre a chuva, confesso que pensei num formato mais poético, mais bonito. Mas depois de seis mortes, deslizamentos e mais deslizamentos, alagamentos por todos os lados, inundações mil, não deu muito certo pensar no cair da chuva como algo visto de uma sacada de varanda com o amor da vida ao lado; ou com o sol e um arco íris colorindo o pano de fundo das gotas que caíam para banhar o mar e molhar a flor.

Desculpem-me os amigos que, frequentemente, visitam meu blog (que é de poesias), mas hoje tive que ser um pouco mais ácido, assim como foi o dia de quem ficou por aí sob ou sobre as águas.

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