quarta-feira, dezembro 16, 2009

N A T A L

Já chegou o Natal
Comprar, comprar, comprar
Fingir, fingir, fingir
A festa da hipocrisia
Compramos, damos, agradamos
Nos enganamos
E até adotamos
Uma criança e ajudamos
E a ela entregamos
Brinquedinhos e alguns panos
Da culpa nos livramos
As dívidas pagamos
Quanta falsidade
Abraçamos sem vontade
Enganamos de verdade
Pois trapaceamos
Forjamos, ludibriamos
Nós mesmos e a esmo
O peso na consciência fica de lado
Em segundo plano, despreocupado
Natal, comprar
Associação inevitável
Não parece muito louvável
No consumismo focar
Só nisso pensar
E assumo: não quero me destacar
Não pude escapar

Então, rumos às compras
Rumo à romaria
Não esqueçam a palavra que já usei
HIPOCRISIA
Reconheço que é gostoso
Estampar um sorriso no rosto
De alguém que temos apreço
Respeito, consideração
Não quero, nem mereço
Qualquer compensação
Em lembranças, em presentes
Ser valorizado é sempre bom,
Faz bem ao ego, à nossa estima
Nos leva pra cima
E continuamente,
o passo é pra frente
Mas não é condizente
Com o motivo do Natal
Com o espírito natalino
Ou o fato que represente
O nascimento do menino
Que ainda pequenino, bem pequenino
Recebeu reis magos
Essências, ouro e afagos
E trouxe a quem crê
A luz que não se vê
A luz que se sente
De forma onipresente

Entretanto, é o que menos importa
Nessa data que já bate à porta
No significado que ela comporta
Contugo, há quem não liga
Quem nem comemora
Há quem não siga
Quem não marca hora
Varia com a religião
Que proíbe comemoração
Proíbe não,
Simplesmente não aceita
E define como seita
Quem se prepara, se ajeita
Para a noite, para a ceia
Para essa reunião
Independente da definição
Se foi nessa data ou não
Julgo válida a celebração
Em prol da união
Que é tão rara, tão escassa
A oportunidade passa
E a família não se abraça
É um festejo milenar
Para a perpetuação do lar
Há quem não queira participar
O bom é a economia
Inclusive de hipocrisia
Que é tanta, que esbanja alegria
Num sorriso amarelado
Nada escancarado
Com mente e alma abertas
O negócio é buscar ofertas
Opção mais certa?
Nem sempre a gente acerta
O peito só abre fresta
Em época de festa,
Vive fechado
Não fica entregue, acelerado
Pra abraçar o irmão do lado
E desejar um feliz...
...
Tudo...
Tudo mesmo, de coração
Essa sensação
Não tem data pra ser
É apenas um pretexto
Aproveitamos o contexto
Pra fazer acontecer
Comprar, comprar, comprar
Deixa pra lá
No próximo ano, vou tentar
Mas saiba que essa poesia
E um presente que eu vá te dar
Ou o que possa ganhar
A paz, quero te desejar
Não à paz de Osama
Desculpe, confundi, Obama
E do Prêmio Nobel
Desejo a paz de quem ama
Desejo a paz do céu
Creia no santo ou Cristo que for
Creia no seu criador
Creia em você
Com luta, com ajuda, com fé
Seja quem você é
Se mostre num abraço apertado
Forte como aperto de mão
Afinados na voz, na canção
E essa é a real razão
De eu dedicar esse poema
Na data do nascimento
Ou a todo e qualquer momento
Com afeto, sentimento
Minha sincera gratidão
A você, meu irmão

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