quinta-feira, dezembro 17, 2009

Trenó ou barco?

Vida aquática
A cada dia essa problemática,
Osasquense já tem prática
A população fica estática
Frente às imagens
Que nada se assemelham às miragens
De um oásis no deserto
Não passa nem perto
É água, mais água, sem fim
E coitado de mim,
Que não sei nadar
Glub, glub... vou me afogar
Será que alguém vem me salvar?
Será que vão me alcançar?
A tempo de me resgatar
Tomara...
Pegue a corda,
Peguei, me puxa, não para
Uh, que sufoco!
Essa foi por pouco,
Pode ser que na próxima
Eu não tenha a mesma sorte
De achar alguém tão forte
A ponto de me puxar
E depois ter mais gana
Para mais pessoas ajudar

Vi tanta lama, tanto barro
Há até quem tire sarro
De toda essa tristeza
Ver boiando tanto carro
Levado na correnteza
Falo de águas pluviais
Que arrebentam piscinões
Destroem construções
E centros comerciais
E será que alguém é capaz
De assumir tanta imprudência?
Será que pesa na consciência?
Falha ou erro na ciência
Baseado em fatos reais
Acredite, não é trama
Nem filme, isso é fato
O trenó vai virar barco
A rena vai virar remo
Papai Noel de pé de pato

Cenário: Osasco
Ator principal: cidadão
Prefeitura: fiasco
Sugiro uma promoção
Para aulas de natação
Ou de remo com vassoura
Enquanto a barragem não estoura
Aprenda bem a modalidade
E participe do festival
Natação no Natal
Ao invés de maratona e corrida
O nado é pela vida
E pela sobrevida
Sofrida, bem sofrida
E mesmo a comunidade unida
Às vezes é vencida
Por uma política bandida
Que lamenta e na foto sorri
Representa e tenta iludir
Está sob controle, está tudo bem
Está sob a água que leva o que tem
E o que não tem também

O terno sequinho e passado
Luzes num povo apagado
Que só é lembrado
Quando está tudo encharcado
Se alguém é assassinado
E de forma brutal,
Chacina geral
Senão é normal
E não importa se é Natal
Só ouço Osasco ser comentado
De forma superficial
Na região de Osasco...
Que asco!
Já somos quase um milhão,
De anfíbios osasquenses
Que lembremos dos presentes
Na próxima eleição
Lembre-se da promessa
Que aquele piscinão
Seria a solução
Mentira, ficção
Cedeu à pressão


Prefeito, dá um jeito
No que a chuva destruiu
O que vida construiu
E com a água se esvaiu
Boiou, sumiu, partiu
Nosso mundo caiu
Nossa vida caiu
Nada pudemos fazer
Para os bens assegurar
O que nos restou foi rezar
A Deus pedir, implorar
Para a chuva cessar,
Para a água escoar,
E o nível baixar

Foi triste, imperdoável
Atitude condenável
Estrutura mais que instável
Desabou barraco e barranco
Foi tudo num tranco
Prejuízo incalculável
Não falo de cifras,
Falo de honra, moralidade
Dignidade, civilidade
Isso é se o engenheiro
Conhece o verbete
Pensa além de dinheiro
E da força no gabinete

Nem dá pra intitular
Muito mais que trilogia
E haja filosofia
Haja covardia
Piada, ironia
Com o sonho ou fantasia
De viver tranqüilo
Sem medo da chuva
Quem sabe um dia...

Um comentário:

  1. Genial...precisamos divulgar. Adorei isso é fato, isso é a vida do povo que vive na miséria e sem dignidade. Beijos

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