Há pouco sentia saudades dela
Aquela silhueta esbelta
Cheia de detalhes
E, por dentro, uma infinidade
De inovações, de tonalidades
Ela, que sempre me acompanhou
Ela que, recentemente, me abandonou
E me deixou só
Sem inspiração para usá-la
E só em diversão abusá-la
Só pra se entreter
Pro tempo correr
E eu não perceber
Que a solidão chegou
E, solitária, ficou largada
Porém, muito desejada
Só que não bastava pegá-la
Teria que esfregá-la
Nos dedos, na mão
Para aquecê-la
E usá-la, tê-la
Em sua plenitude
Aproveitar cada segundo
Em sua companhia
Que pode mudar o mundo
Senti saudades dele também
Daquele que a tudo diz amém
Não tem posição, tudo convém
Aceita o lá e cá, o vai e vem
Pois é, ele também esbelto
Ainda mais que ela
Que copia, em diferentes facetas
As mutações, as estações, as situações
Em que vou usá-lo
E dele, abusá-lo
Dele e de tantos outros
E depois jogá-lo fora
E uso outro na mesma hora
Para falar dele
Assim como faço agora
Esse excitante casal
De esbelta silhueta
Falo apenas de papel e caneta
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