terça-feira, abril 26, 2016

Cela aberta, verso preso

Em meio ao confronto nacional
Encontro-me calado
Não por omissão
Mas, essa é a sensação

São tantos versos presos
Cela aberta e com janela
Não consegue dar fuga
Não renega a luta

Alheio ao momento treta
Segue tampada a caneta
Ouço dizer que vamos vencer
Vamos quem? Vencer seria o quê?

Podemos até ir pra frente
Chegamos à bifurcação
Fomos pela via coerente
Ou pela via da emoção?

Ambas têm sentido
Ambas visam o norte
Diz-se do outro ser perdido
Diz de si ser o mais forte

Não há absolutas razões
Também os versos não os são
Absolutas são as reações
Não percebem onde estão

No meio do vendaval, entra no espiral
Voa descontrolado, encarcerado
Está sujeito ao vento, sem discernimento
Do que é (ou não) gente, do que venha a bater de frente.

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