sexta-feira, janeiro 03, 2020

Ele tá certo

“Ele tá certo”, disse a moça loura ao se referir ao homem que dançava deveras empolgado. Ele, com seu terno acinzentado – ou qualquer tonalidade próxima ou variante disso -, careca e de estatura maior que a minha (meus míseros 1,70m), o que não lhe confere grande vantagem. Contudo, a música no espaço de eventos requintado que estávamos, animava mais alguns e aquela cena remetia aos bailes no estilo flashback que já vi na TV e retratados em filmes.

Eu, como amante da música nacional, acabo sendo e me reconhecendo falho nos sons estrangeiros. Logo, não saberei precisar a canção que tocava para ambientá-lo, leitor, naquela cena que em uma fração de segundo, prendeu-me a atenção. E olha que eu apenas passara pela mesa onde estavam. Faça você a trilha sonora.

Por outras vezes transitando pela mansão, a empolgação do homem com idade próxima aos 50 (pouco mais ou pouco menos – a segunda, mais provável, inclusive) era a mesma. Não sei dizer se era a bebida, não sei se comemorava alguma felicidade pessoal, e se fosse isso, o que seria, hein?! Ou simplesmente, o coroa já deu shows por aí algumas décadas atrás e ainda não perdeu o compasso.

A razão, nunca saberemos, mas estávamos numa festa, numa linda festa, num espaço maravilhoso, comida ótima, provavelmente acompanhado por amigos e, mesmo num ambiente de mesas, com todo mundo sentado, ele dançava. Num outro momento ainda ironizou a brincadeira de outro cara com sua careca.

Este que escreve não tem a menor capacidade como dançarino, logo não posso atribuir qualquer nota ou avaliação sobre seus passos, ritmo e outros quesitos. De tudo que registrei nessa cena, foi a prase, pura e simplesmente, que me inspirou. Lembram da loura da primeira frase? Ela e seus 40 anos, talvez um pouco menos, definiu bem: “Ele tá certo”.

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