quarta-feira, junho 29, 2016

Dia cinza

















Não me alinho com dias cinzas
E pior que na minha essência
Não sou as mais vivas tintas
Tenho uma ‘pá’ de incoerência

Ao mesmo tempo que sou do dia
Sou músico, jornalista e de evento
Sei quando a luta se inicia
Sem hora pra encerramento

Sou um tanto triste por expressão
Pra alguns, soo como rabugento
Mal-encarado, humorado, tensão
Imagem leve, não represento

Mesmo com todo esse peso na cara
Sou leveza de sentimento
Sou samba que por mim, nunca para
Sou passos e pedalada, poesia em cimento

Se fosse pra me descrever, sou samba
“Nem Lá, Nem Cá” do Fundo de Quintal
Sou cabo-de-guerra, força tamanha
Sou cinzas, também sou carnaval

Não gosto desse cinza nublado
Cor que não é branca, nem preta
Assim como sou oposto do meu lado
Sou social, manto do time e bombeta.

Trabalho no linguajar rebuscado
Fora, sou da gíria e palavrão
Sei meu limite, o quão educado
Preciso ser pra ter meu quinhão

Sou calor, não neblina
Claridade, não da lua
Sou aço que se inclina
Chuva e sol na mesma rua

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