Nós dizemos que eles propagaram
Eles dizem: Eles que começaram
Se referindo a nós
Só assim pra sermos referidos
O nós contra eles pra eles não havia
Porque o nós também não existia
Então, quando virou voz
O sono se perturbou com meus gritos
É fácil dizer que nós que começamos a briga
Afinal, só temos a missão de incomodar
O sono dos justos sente o frio na barriga
Antes do despertador te acordar
Somos revoltados, tumultuadores
Mas, claro, não podia ser diferente
Esse bando de contestadores
Ficam achando que são gente
E não diga que não pensa assim, que eu não sou otário
Pra cair na sua conversinha, de classes unidas
Não haverá consenso, o pensamento é contrário
Objetivos opostos, demandas inversas
Que não são expostos, estratégias perversas
Sempre foi o tal nós contra eles,
Mas éramos café-com-leite
Já que nunca reconheceu
Não precisa do seu aceite
Somos nós por nós mesmos, guerrilhando
Eles continuam sendo eles, amaciando
O combate não se rende, vai juntando
O ódio, deixa com eles, se alimentando
Deixa com a gente, o canto de sempre
Não da sala, nem da senzala
No sentido bom da palavra “corrente”
Que o tambor tem fala, nossa cor se espalha
Nenhum comentário:
Postar um comentário