quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Carnaval

Que porre é o carnaval
A festa do bacanal
Pra mim, é tudo igual
Curtir carnaval?
Nem a pau...
Fico até mal
Nem é pela questão moral
Não sou mais um moralista
Mas, tô fora dessa pista
Não dá pra correr
Não dá pra escapar
É difícil ver TV
E rádio escutar
Não sei o que tem de legal
Nessa época de carnaval
Ser quem você não é
Na sua vida normal
Cara se fantasia de mulher
Paga mico, é um mane
E foge da vida real
Mascara-se de falsidade
E usa o traje de covarde
E como um pierrot
Ou melhor, como um palhaço
Veste-se de coragem
E sob toda essa plumagem
Sabe tirar vantagem
E culpa o lado selvagem
Aflorado pela festança
Sabe entrar na dança
E até fazer criança
Que de nada tem culpa
Em novembro começa a luta
Pela dura sobrevivência
Ato da sua sapiência
E claro, muuuuuuuuuita inteligência
Mas, voltando à festa do povo,
(Cá pra nós, nada de novo)
Só o hit do momento
Que apaga o sofrimento
E finge estar tudo bem
Pula, bebe e fala amém

Depois, não há de reclamar
Que a vida está dureza
Esqueça, pense na beleza
Do carro da escola
Do país da bola
Só nisso mesmo
Esse é o nosso enredo
A evolução que dá medo
De destruir a harmonia
E o que vier pela frente
Desmascarar a fantasia
De encharcar a alegoria
Sem falar que o dia a dia
Que a nossa vida dá samba
Mas a letra só protesta
O clima não é de festa
É um samba canção
Melodia de violão
No bom estilo chorão
E bateria é trovão
Raio, inundação
Mas, CAI NO SAMBA, nação!!!

Nada contra o samba
O amo mais que tudo
Bem baixinho, quase mudo
Violão, cavaquinho
Pandeiro e surdo
Admiro a ação social
Que esses grêmios de carnaval
Têm na sociedade
Ensaio, aula, atividade
Com crianças da proximidade
Unem garra e vontade
Em prol da comunidade
Festas e mais ações
Para arrecadações
Para manter-se e sobreviver
Mas a questão a se fazer
É por que sobra pra essa escola
o que a outra não fez?

Pode ser um incentivo
Ou até ser o motivo
A questão fundamental
Já que a ação governamental
Só colabora com carnaval

Poderia ter só o social
E não esse festival
O prostíbulo mundial

Alô povo festeiro
Quando chega fevereiro
Iria até pro estrangeiro
Dá vergonha de ser brasileiro...

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