Cala a boca, não perguntei se você quer
Não me interessa o que você gosta ou não
Fica quieto, senta todo mundo no sofá
Eu que mando; você não tem opinião
Que parte do cala a boca você não entendeu?
Acabou seu direito, sua liberdade
Tomei a propriedade, agora tudo é meu
Você vai agir contra a vontade
Quem manda aqui sou eu
Vontade? Que ironia...
Esse direito você não tem mais
Já te prendo em janelas e celas por insegurança
Tirei o direito ao seu filho de poder ser criança
Já era seu direito de abrir a porta
Eu invado mesmo, arrombo a fechadura
e seus miolos; sem direito à defesa
Como uma inofensiva presa, seus direitos violo
Devoro
Junto meu charme mais esbelto, mais atraente
Com sua fragilidade, você tão carente
Eu domino facilmente
Abuso da sua pouca consciência, da sua nula combatividade
Empurro todo meu lixo
Na sua goela abaixo
E você mastiga... com o tempo, saboreia
Digere e engole
Ao dividir o prato com a prole
Acostuma-se ao sabor e se delicia
Nem mais te agonia, pede outro gole
A mesa em minha frente
Hipnótica visão, reflexão
e a revolta se volta em calmaria
Em mais uma tragédia que se noticia
Você assiste o que transmite
Não resiste
E nas infinitas cores que não refletem,
não se vê.
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