Tudo
tem um porquê
Quase
tudo
O
que não se define ou explica
Nossa
fé justifica
O
que, de cara, não se vê
E
em cada situação
Se
bem procurar
Sem
qualquer julgamento
Pode
crer, vai achar
(Mesmo
que discorde)
Um
lampejo de razão
Mas,
razão não se avalia
Tem
formas e hipocrisia
Por
vezes, senso
Que
o próprio porque desconfia
Já
que senso se cria
É
construído cada dia
Em
vias diferentes
Que
em faixas se cruzam
Em
direções contrárias
Não
adversárias
Apenas
opostas, adversas
Sem
propositais colisões
Diferente
das opiniões
Que
cores e pontos de vista
Causam
discussões, agressões
Conflitos
banais, intolerantes
Com
mil versões
Que
definem-se reais
Impossíveis
pretensões
São
interpretações
Somos
a verdade
Defendem
e atacam
O
juízo e a crueldade
Ignorando
influência
De
uma dura pressão
Não
faz referência
Apenas
empunha pedras
Palavras
pontudas
Que
cortam ares
Terminam
fincadas
Firmes,
inflexíveis
Violentas,
agudas
Intransponíveis
a reflexões
Nem
sempre o que se diz certo
Passam
por minhas razões
São
tantas atitudes com seus porquês
Que
fúria e atentados
Atacam
nossas crenças
Soam-nos
como ofensas
Ignorando
o outro lado
Queremos
justiça
A
nossa justiça
Queremos
de fato
‘Nos’
sentirmos vingados
E
essa vingança...
Essa
sim, tem um porquê
Por
quê?
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