terça-feira, setembro 11, 2012

Nosso porquê


Tudo tem um porquê
Quase tudo
O que não se define ou explica
Nossa fé justifica
O que, de cara, não se vê

E em cada situação
Se bem procurar
Sem qualquer julgamento
Pode crer, vai achar
(Mesmo que discorde)
Um lampejo de razão

Mas, razão não se avalia
Tem formas e hipocrisia
Por vezes, senso
Que o próprio porque desconfia
Já que senso se cria

É construído cada dia
Em vias diferentes
Que em faixas se cruzam
Em direções contrárias
Não adversárias

Apenas opostas, adversas
Sem propositais colisões
Diferente das opiniões
Que cores e pontos de vista
Causam discussões, agressões

Conflitos banais, intolerantes
Com mil versões
Que definem-se reais
Impossíveis pretensões

São interpretações
Somos a verdade
Defendem e atacam
O juízo e a crueldade

Ignorando influência
De uma dura pressão
Não faz referência

Apenas empunha pedras
Palavras pontudas
Que cortam ares
Terminam fincadas
Firmes, inflexíveis
Violentas, agudas
Intransponíveis a reflexões

Nem sempre o que se diz certo
Passam por minhas razões
São tantas atitudes com seus porquês
Que fúria e atentados
Atacam nossas crenças
Soam-nos como ofensas

Ignorando o outro lado
Queremos justiça
A nossa justiça
Queremos de fato
‘Nos’ sentirmos vingados

E essa vingança...
Essa sim, tem um porquê
Por quê?

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