quinta-feira, dezembro 12, 2013

FORMATURA APÓS 12 ANOS (Ahn?!)

Turmas do Pedro II, Rio, colam grau 12 anos após 


bagunça suspender evento


Cerimônia ocorreu no dia 7 de dezembro no Salão Nobre da instituição.
Ex-alunos de 2001 se reencontraram para preecnher lacuna.


Ex-alunos do Colégio Pedro II se reencontraram para colar grau (Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)
Ex-alunos do Pedro II se reencontraram para
colar grau (Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)

O último dia 7 de dezembro foi uma data histórica para ex-alunos de cinco turmas do Colégio Pedro II – Unidade Centro.  Em 2001, após uma bagunça aprontada por alguns alunos do terceiro ano, todos foram punidos com a suspensão da colação de grau. Doze anos depois, eles finalmente conseguiram concluir esta etapa em uma cerimônia no Salão Nobre da instituição.

Com as redes sociais, muitos deles conversavam sobre a vontade de fazer a formatura que lhes foi tirada.  Alessandro Jordão, por exemplo, já tinha tentado falar com a diretora pro-tempora, que deu a suspensão em 2001, mas não teve sucesso. Ele, que era da Marinha, e passava em seu trajeto para o trabalho diariamente em frente ao colégio, foi tomado pelas memórias e decidiu insistir com o novo reitor da instituição, Oscar Halac, até conseguir a autorização para a colação de grau tardia.

Ex-alunos do Pedro II em 2001 (Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)Ex-alunos do Pedro II em 2001
(Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)
“Depois que saí da escola senti aquela necessidade do rito de passagem que tiraram da gente de uma forma arbitrária. Tudo bem, fizemos bagunça , mas uma suspensão já seria válida naquele momento”, disse Jordão.

A punição há doze anos concedeu certa aura ao evento.  Além de promover reencontros entre colegas de classe e reunir memórias de diversas vidas que se entrelaçaram, a formatura também serviu para fazer uma homenagem póstuma a uma aluna que poderia ter colado grau caso o evento tivesse ocorrido 12 anos atrás. A emoção tomou conta de todos quando o hino do colégio foi executado e todos sabiam a letra de cor.
Ex-alunos não conseguiram colar grau em 2001 (Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)Ex-alunos não conseguiram colar grau em 2001
(Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)
A comemoração tardia não impediu que os 53 ex-alunos presentes se sentissem como alunos. Alguns retiraram os uniformes antigos dos armários, outros fizeram de questão de comprar a camisa do colégio para preencher uma lacuna, para a maioria deles, muito importante.

“O reitor entendeu a sensação de que ainda faltava alguma coisa até para os nossos familiares. Meus pais já faleceram, mas na época minha mãe era viva, podia ter participado. Fomos privados de comemorar essa etapa”, disse Arthur Ferreira da Silva Filho, que ficou feliz em poder reencontrar os amigos e tem uma história de gerações na instituição, cuja seu avô foi inspetor II e sua mãe e seus irmãos mais velhos também foram alunos.
“Tinha ficado aquele sentimento de vazio, de que estava faltando alguma coisa, como se o processo tivesse sido incompleto e essa colação foi uma redenção, eu nunca vi uma suspensão durar 12 anos. As redes sociais ajudam bastante a manter contato, mas fisicamente esse reencontro foi único, fascinante”, contou Leonardo Barretto, que fez questão de colocar o uniforme, que por sorte ainda cabe.
Ex-alunos comemoram colação de grau com 12 anos de atraso (Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)Ex-alunos comemoram colação  com 12 anos de
atraso(Foto: Arthur Ferreira/ Arquivo Pessoal)
Verônica Braga – na época a melhor aluna da unidade devido às suas notas – foi vencedora do prêmio Pena de Ouro, dado pela instituição. Ela levou o prêmio (uma réplica da pena de ouro utilizada pela Princesa Isabel para assinar a Lei Áurea) para compartilhar com os amigos, coisa que não pôde fazer na época, já que a premiação era restrita.

“Podemos concluir de fato, fazer o fechamento de um ciclo. A maior parte da minha vida de estudante  foi no Pedro II, por isso a colação foi um momento tão bacana. Fiquei emocionada”, disse Verônica.

Bagunça
Os alunos admitem que uma porta e um corrimão foram quebrados, mas preferiram não entregar os responsáveis. "A gente sabia quem tinha feito, mas ninguém ia dedurar. Todo mundo pagou junto.  Não foi um vandalismo, era uma tradição no último ano de aula os alunos do terceiro ano passarem de sala em sala brincando. Foram acidentes de uma comemoração que acabaram acontecendo", explicou o ex-aluno Arthur Ferreira da Silva Filho.

G1 procurou pela diretora da instituição na época, mas não conseguiu falar com ela.

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