terça-feira, abril 28, 2015

Três pontos

Manhã comum como qualquer outra
Sol porém nem frio nem calor de arder logo cedo
Contudo, é apenas mais um dia
Rotina
E como gosto de transporte público...
Todo mundo estranha
Mas vejo no aperto tanta história que a curiosidade me fascina
Assim como a beleza feminina e sua variedade
A primeira a entrar foi uma negra escultural, cada curva do corpo desenhada à mão.
A pele chegava a brilhar, assim como os lábios, também desenhados, 
contornados em um tom mais escuro que a pele. 
Não sei seu nome, mas tem 'cara' de Regina. A primeira a entrar e a primeira a sair. 
A blusa branca a contrastar, calça vermelha a colorir.


Uns 3 pontos depois, desceu uma jovem estudante. 
Mochila nas costas,  com quem por vezes já pouco conversei, se bem me lembro, de nome Bianca. 
Deve ter seus 19. Jovem, rosto inocente e com jeito de guerreira. 
Deve trabalhar, estudar, levar no peito a canseira. 
Desceu, acho que hoje sem me ver por aqui.


E mais alguns pontos depois, desceu a que estava em minha frente. 
E nessa altura do percurso, o sol entrava pela janela e nela brilhava. 
No sorriso bonito,  nos olhos amarelados como o sol que nasce,  
nos cabelos cacheados nesta manhã sem vento que o balançasse
Usava tênis, calça colorida e uma mochila cinza estourando de tão cheia
Pela roupa parecia ir à academia, mas pela maquiagem, não.
Bem feita como quem vai ao trabalho ou a uma importante reunião.
A moça era bonita, talvez entre seus 28 e 32. Parecia tranquila e feliz. 
É bom ver gente assim. E logo depois deu sinal e saiu. 
O nome Não sei talvez Renata, Fernanda ou Marilia. 
As três partiram, eu segui com um livro de poemas
e inspirado, por agora, pelo menos, esqueci os problemas 
e os dilemas que em vez de inspiração têm me trazido agonia.
Mas não da tempo pra isso desci do ônibus, peguei trem, metrô e assim continua o dia.  
E ainda são 8h13 da manhã...

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