Amor não é meu tema mais frequente
Pra não dizer que é quase raro
Sou mais de outras questões tão presentes
Das quais eu lamento ver, mas não me calo
Não é que o amor é silêncio em minha vida
Nem que ele seja desimportante
É que floresce mais história doída
Que qualquer romance apaixonante
Esse olhar pro lado mais sofredor
Não deixa o amor em segundo plano
Eu consigo também escrever sobre amor
Eu consigo também rimar: eu te amo!
E esse poema; esse, especificamente
Escrevo porque me causa agonia
Não sou dos românticos, minha gente
Mas, sou inteiro poesia
Sou dos que escreve sobre a rotina
Que afronta olhos acostumados
Minha mente observa e logo combina
A narrativa com versos rimados
Não sou dos cultos, que leem a rodo
Que manjam poetas, obras, citações
Vejo mais poesia na pedra com lodo
Que paisagens sonhadas nos eternos padrões
O que escrevo pode não ser erudito
Nem agradar quem domina essa arte
Mas, são nesses versos que acredito e deposito
A minha contribuição, a minha parte
Às vezes metódico, às vezes despirocado
Às vezes melódico, ou então proseado
Às vezes eufórico, às vezes quadrado
Às vezes retórico, às vezes largado
Às vezes alcoólico, sem ter embebedado
Não planejo o poema no primeiro rabisco
Eu simplesmente começo sem saber onde vai dar
Só assumo de cara um compromisso
A poesia não vai me abandonar
Seja ela qual for
Se for pra falar de amor
Se for essa a inspiração
É sobre amor que vou falar
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