sexta-feira, novembro 22, 2019

Supremo Pensamento

Vai sair, não vai sair, vai sair, não vai sair
Saiu.
A lágrima de dor, presa nos olhos, caiu
O sorriso de contentamento se abriu

Há quem vai julgar se chorei ou sorri
Comemorei ou me enraiveci
Há quem vá condenar, menosprezar o que senti
Posso até ser rotulado por esse ou aquele ali

Mas, aquele ali
Meus passos, não viu
Não sabe por onde andei,
Nem o quanto chorei

E, mesmo assim, a mim dirigiu
Seu julgamento, que eu poderia chamar de vazio
Julgamentos... sempre agudos, dedo em riste
O que pra uns é tudo, pra outros, nem existe

O juiz, de toga e martelo, pode batê-lo, abatê-lo
Diante da justiça hilária
Em nome de Deus, em nome da pátria

Mas, não há Supremo que possa prender pensamento
Ele surge e aos poucos se espalha
Atinge um sentimento

Que nenhum aprisionamento
Tenha força que o valha para detê-lo
Muito menos contê-lo em seu nascimento

Em missão adversária, há um exército sangrento
E minha forma literária, por vezes, simplória, precária
Vai de encontro ao violento

Não com golpe preparado
Ou pr’um confronto armado
Mão livre, verso livre
Só a rima de argumento

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