quarta-feira, dezembro 01, 2010

Traficando discussão

Domingão, folgadão, televisão... não é mais um comercial daquela cerveja, não. No último domingo, dia 27, assistimos a um show de ação. Parecia filme mesmo, mas não era? Ou era? A TV, com sua função apenas de informar, pregava seu otimismo, sua versão que a paz estava estabelecida no Rio de Janeiro. E muita gente acreditou. Enquanto assistia ao “Tropa de Elite 3: quem sabe faz ao vivo”, pensava na paz de muitos inocentes que tiveram suas casas invadidas e, sem dúvida alguma, de uma forma nada cordial.

Esse era somente uma das questões que me afligia, enquanto o filme rolava. A cada hora, mais um preso, foram centenas de detidos. Vários deles, chefes. Nossa, quantos chefes tem essa ‘empresa’? Quem encontrou o organograma com a folha salarial e registro em carteira desta organização social? Tinha mais chefe preso que sei lá o quê. Se tudo foi cercado, não temos com o que se preocupar. Caiu a casa. Perdeu playboy. Não de novo.

Está bem, muitos foram presos, parabéns. Mas, os ‘presidentes’ ou qualquer denominação que se refira ao topo desta hierarquia, não. Ou seja, algo deu errado ou eles, os bandidos, do morro, estavam mais preparados que os da polícia. “O apoio da população foi fundamental”. Quantas vezes não ouvi isso?

Pode ser, realmente, que a população abraçou a causa e ficou ao lado dos fardados, mas, será que o mesmo se aplica, invertendo a situação? Será que os ‘aviõezinhos’ do tráfico e seus pequenos ‘fornecedores’ não foram supervalorizados e até ‘promovidos a chefes, gerentes e outros níveis hierarquicamente superiores’ pela câmera? Tem algo estranho...

Primeiro, restabelecemos a paz no Rio. Dois dias depois... É, não foi bem assim, veja bem... Boa vontade e empenho em parecer real o que era apenas um otimismo, uma esperança, não faltaram. Isso é bom para o Brasil, para o brasileiro, para 2014, para 2016, e claro, para o Natal, a festa da paz, que está chegando!

Que paz? A que não temos ou a que pensamos ter? É só nos vestirmos de branco no Reveillón...

Enfim, realmente, tem algo muito estranho... 

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