quinta-feira, novembro 24, 2016

Penumbra


Penumbra, só uma luz que vem sei lá de onde
Talvez do corredor, talvez uma fresta
Traga a luz da rua, no quarto se esconde
E lá fora, ilumina o escondido e a festa

No quarto, não só a luz se esquiva
Dois corpos sedentos, um busca escuridão
Quer toque, pressão, gozo sem ser vista
O outro quer vê-la em sua perfeição

É perfeito, molhado, quente cada movimento
Intenso, proibido, a tentação recíproca
Feixe de luz, invasor daquele templo
Gemidos sem luz, em vozes uníssonas

Sons que se entendem na mesma linguagem
Olhar nem se faz necessário
Aos poucos, se encaixam, se invadem
Pra amar assim, não tem horário

Tem que ferver a temperatura
Até derramar seus excessos
Ebulição que ninguém segura
Infratores nunca confessos

O que a gente faz é real
E muito melhor que o normal
É pleno em toda a verdade
Entre 4 paredes, liberdade

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