segunda-feira, novembro 21, 2016

Um Banquinho, um músico, um violão

Um banquinho, um violão
Parece um formato infalível
Nossa MPB, que coisa incrível
Do mundo inteiro, atrai atenção

Mas, esse poema não é de exaltação
à complexidade e beleza musical
E sim, sobre a frustração
De quem toca uma canção
Sem aplausos no final

Sabe aquele cara no fundo do bar
Que tá lá fazendo um sonzinho?
Sozinho. Não a canção do Peninha
Sozinho mesmo. Não ouve ninguém cantar

Ele, seu repertório e quem serve a bebida
Talvez aquela moça, no celular, distraída
Pela tecnologia, a música ali foi preterida
A tal moça nem percebe que a distração
Pra quem dedilha o violão
É mais um ingrediente pra emoção

Não aquela que anima o cantor
Aquela que pode causar até rancor
A ponto do violão ser esquecido
Deixado num canto
Sem canto
Ressentido

Eu quero ver você mandar na razão
Pra mim não é qualquer notícia que abala o coração
Coincidentemente, era esse som do Djavan
Que o cara tocava enquanto eu passava

Será que ele manda na razão
Será que teve essa percepção
Que o que ele cantava tinha tudo a ver

Mesmo sem ninguém pra assistir
Ele insistia em não deixar o coração abalado
Mesmo com o bar esvaziado
Enquanto ele tocava Fato Consumado

Seguiu lá, pela razão, pelo coração
Ensaiado, preparado, arrumado,
sem ninguém que ele tinha convidado

Sem desistir
Ou apenas conseguir
Sem razão, sem coração,
garantir seu trocado.

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