Data que a história marcou
E não há o que volte
Os ataques, os prédios, as mortes
E o concreto se desmanchou
Mas, a coincidência da data
Foi mesmo um acaso
Com que componho esta ata
Minha poesia relata
A dor que toma espaço
Desabei também, mas no final do mês
Não de setembro, de junho, mês 6
Minha estrutura desabou
O horizonte desbarrancou
Fez cinzas da rigidez
E de lá pra cá
A tristeza imperou
A alegria do rosto, tirou
O rosto pro beijo, acabou
O resto de luz, apagou
O resto de fé, se rezou
O resto do resto, o que sou
Chorar é tão corriqueiro
Que o motivo, se me perguntar
Eu vou te pedir um tempo
Organizar as ideias primeiro
Pra então enumerar
Como olhar lá na frente
Se acha que o 'lá na frente' não haverá
Como ouvir "tenha força"
Se às vezes faltam até pra chorar
E, na boa, me deixa chorar
Me deixa desaguar,
Me deixa desabar
Esfarelar como cimento implodido
Pra dentro, caindo
Calculado
M i l i m e t r i c a m e n t e
O que eu ando sentindo?
Desespero, dor, desesperança
Sem cálculo estimado
De milímetros e centímetros,
coração não entende
De profundezas, talvez
E de céu
Num primeiro beijo ou no adeus,
Certamente.
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