sábado, fevereiro 06, 2021

Sexta é foda!

Era uma sexta-feira
Data propensa à animação
À expectativa
de um final de noite que o tesão
Encontrasse uma pele lasciva
Naquela intenção
Da musculatura ativa
Rija no confronto à passiva

Era depois de um banho quente
Que ele já vestido a esperava
E enquanto ele, de bruços, lia
Não viu que, perfumada, ela chegava
Ela sem nenhuma gentileza,
Mas com toda energia
Nesse instante atacava
Ele, claro, nem um pouco defendia
Permitia pois lhe amava

Era então um corpo em brasa
Que acendia o outro, ambiente
O carvão aos poucos foi pegando
Nem gel nem álcool presentes
Só alma e peles se esfregando
Não iria aos finalmentes
Era o que ele estava pensando...

Eram dias como os que tem todo mês
Mas daquela vez, ela queria
Ele achou que em sua boca saciaria o prazer
E ambos se lambuzariam
Mas, ela escancara, 'e aí não vai meter?'
Ele nem esperava o que ela pedia
Achou que em seus lábios se acabaria
Mas haveria ainda mais a fazer
0
Era o momento que ela se ajeitava, se posicionava
Para o seu membro receber
Enquanto ele penetrava
Demonstrava seu desejo
Numa foda que nem teve beijo
Eles deixaram acontecer

Eram carnes vermelhas em fogo alto
Eram estocadas firmes e apertos
Eram gemidos tímidos sem estardalhaço
Rosto de encontro aos travesseiros

Era um cenário propício como a sexta
Um abajour de cada lado
De apagar puxando a cordinha
Era uma cama que caberia folgado
Mais uns dois casais numa orgia
Ainda bem que eram mudos os criados
Pra não contar nossa putaria
O livro de Chico e os óculos ficaram do lado
A câmera apontava pro teto e o celular não nos via
Nem deu tempo de deixar marcado
Dobrado a orelha na página que lia
Só deu tempo de ambos terem gozado
E na manhã seguinte,
ele transformar em poesia.

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