sexta-feira, setembro 23, 2016

O guardanapo

Esses dias, numa conversa informal
Perguntaram como eu tinha inspiração
Eu disse que vem de forma natural
Mas, também escrevo sob pressão
Sobre alguma obrigação
Ou qualquer sentimento; sei lá, flui normal

E no meio desse papo
Eu disse que escreveria sobre mochila,
telefone, pessoas... ou até um guardanapo
Nessa hora, embarquei na ideia do tal guardanapo

Já pensou quanta história pode haver?
Um guardanapo? Sim, um guardanapo.
Ele pode ser a primeira atitude pra se conhecer
Tá ali, à mão, só pegar e escrever
Um chopp mais tarde, pode ser?

E vamos aqui fazer um trato?
Um guardanapo, você nunca quis ser?
Nem quando aquela mais linda
Dos lábios o aproxima pra poder limpar?
Vai dizer que nessa hora era má ideia
ocupar esse lugar

O guardanapo no colo, na boca,
na lembrança do batom que o manchou
Em todos esses, um coração se confortou
Seja no mais fino pano ou no fino papel
Nunca esteve no meu plano
Discorrer sobre um guardanapo num cordel

Mas... agora... viu que um simples "oi" rabiscado
Pode virar só um papel amassado
Uma história de amor, um amor desprezado...

"Garçom, você pode entregar isso aqui naquela mesa do lado?"

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