terça-feira, janeiro 26, 2021

Amor a Lápis

Às vezes eu tento falar de amor
De coração, de sentimento
Meu percurso com a caneta mira a flor
Brotando, florindo em seu olor
Balançando com o vento

Assim que a caneta toca o papel
Com seu azul mais escuro
Que aquele azul clarinho do céu
O punho fica mais tenso, inseguro
Não o desenho como pincel

Esse pode ir nas primárias
Secundárias, aquarelas
Podem criar misturas
Mais cores, texturas
Pra pintá-la tão bela
Canetas são pra documentos e assinaturas
Amor se escreve a lápis,
Se apaga, se rasura
Se contorna em sombra e detalhes
Mas tem validade, o tempo apura
O dito hoje, amanhã não são verdades

Sim, se ama hoje e amanhã, não
Pois o fim do amor não é um fato
É uma percepção

Amor pode ser ilustrado
O rosto do ser amado
Mas, pra virar dor, basta um borrão
Uma lágrima que cai
E molha a cor da tinta que escolheu
Talvez o valor da obra morra
Assim como o amor que morreu

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