No samba, do qual tenho maior conhecimento e propriedade para discorrer, camisas justinhas e óculos caracterizam o novo pagodeiro, além do sorriso à toa. Quem ri tanto assim passa do status de simpático ao nível bocó. Paulo Cesar Pinheiro e Nelson Cavaquinho que o digam, quando cantaram a tristeza. Samba pode ser feliz, mas com essência, com verdade. E poucos a têm. Samba é algo que vai além de uma preferência, já dizia Nogueira. O samba saiu da cadeira e mesa de ferro dos botecos para luxuosos palcos.
Agora, pegando a estrada (de terra), vamos ao sertanejo. Acho até estranho o termo sertanejo em alguns casos. Sertanejo vem de sertão. Certo? Qual a ligação que hoje se ouve entre as músicas de 'banheiro', 'pega aqui, pega ali', tchererês, lelelês e afins com a terra, com o fogão de Lenha de Chitãozinho e Xororó, por exemplo?
Felicidade e alegria demais na música, muitas vezes, estraga. Quem aí que gosta de sertanejo ainda ontem chorou de saudade?
Outros gêneros sofrem com o mesmo problema. Cabe a quem percebe essa visão, se esforçar contra a tendência e tentar expandir essa sensação de sermos exceção ao nosso redor.
Se é que me entendem, música não é apenas um gosto ou preferência para entretenimento. Ela é responsável também pela formação da personalidade, caráter e cultura das pessoas. Se essa formação é integralmente vazia, o que fazer?
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