Jornal do dia anterior
Sinto-me atrasadoNum ano que mal começou
Mal começou e começou mal
Reporto em versos a dor
Um pesadelo contínuo acordado
Destroçado num lamaçal
E a lama que desabrigou
Fez Brumadinho, um canal
Pôs Brumadinho no canal
Nos canais
Nos banais fatos; às vezes, normais
Normal mesmo é o relato
Do Zé no anonimato
Que, na real, na real mesmo
Ele vale o que Vale o contrato
Contratos... promissores...
Jogadores?
Nem são deles que trato
Prometiam adequadas instalações
Administram agora indenizações
Contêiner nas construções
Nem todas as permissões
Nem venha com condições
Milhões para medalhões e figurões
Vermelho é cor quente
O preto é cor luto
O branco do escudo
É a paz tão ausente
Em um Rio absurdo
Depois, Boechat se vai
O helicóptero no ar, cai
A rádio do ar, sai
E, por aí, só se ouve: pai, pai, pai
Papai precisa cuidar do garoto
Dos garotos: do municipal ao federal
Do modesto custeio eleitoral
Lustra-móveis num pano
DesMOROna a cara-de-pau
E o foro, um privilégio insano
Até então, benefício imoral
Não, não estava nos planos
Mal começou o ano
Já gastar com Queiroz e explicar laranjal
Nenhum comentário:
Postar um comentário